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quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Kit para trilhas e afins.
segunda-feira, 25 de dezembro de 2006
Comercial de margarina
Assim que abriu os olhos, a primeira imagem que Leda viu foi do relógio marcando, implacável, 6 h. Sentia que mesmo quando estava dormindo, já estava se preparando para acordar na hora determinada. Não encontrava outra explicação para, apesar de adormecer no lado oposto, sempre acordava virada pra o relógio da cabeceira. “Sinal que nem dormindo, relaxo!” Pensou com mau-gosto.
Antes que pudesse considerar ignorar o despertador e continuar dormindo, se arrastou até o quarto de sua filha, Letícia.
- Acorda! – gritou da porta do quarto e se dirigiu a cozinha.
À caminho da cozinha, ainda pôde ouvir: “Tô indo!”
Para lhe dar ânimo, ligou a pequena televisão da cozinha, sem sequer notar o que estava passando. Era a transmissão de uma missa, mas a programação era o que menos importava agora. O papel da tv ligada naquele horário era unicamente de fazer barulho, abafando o sono e os pensamentos que lhe assaltavam a mente, naquele momento do dia. Dia, esse, que mal se iniciava.
Colocou água no fogo para o café e o leite para esquentar. Tirou o pão da geladeira e pôs na torradeira.
Mecanicamente, voltou à porta do quarto da filha e repetiu:
- Acorda!
Enquanto voltava aos preparativos pra o café-da-manhã, ainda ouviu “Tô acordada!” “Acordada? Ela tá é dormindo ainda! Eu bem que avisei à Teo! Eu avisei! Não ia dar certo essa história de Letícia estudar de manhã! Mas não... não... “Ela vai se acostumar.” Se até hoje ele não se acostumou, imagina a menina... Por falar nisso... Cadê o Teo que ainda não vi?”
Voltou á porta do seu quarto e encontrou seu marido dormindo, boca aberta, corpo espalhado pela cama. “ Tá vendo? Será que ele não ouviu o despertador? “
- Teodoro! Acorda homem de Deus! – gritou sacudindo-o.
- Onde? Onde? – Falou Teo assustado, como se ainda estivesse sonhando.
- Onde o que? São 6:17 da manhã , homem! Você não ouviu o despertador?
Ao senti o cheiro de leite queimando, Leda lembra que havia posto leite pra esquentar. Num pulo saltou da cama e correu pra cozinha.
Um cheiro de leite queimado tomou o pequeno apartamento de seis cômodos. Boa parte do fogão acabou sujo com a espuma branca. “Ótimo! Mas um trabalho!”
Felizmente ouviu o barulho do chuveiro ligado, sinal que algum dos dois já havia entrado no banho.
Havia terminado de colocar a mesa e limpar o fogão quando a filha apareceu: cabelo despenteado, camisa da farda por fora da calça com o cinto pendurado. Letícia se jogou na cadeira e sem abrir os olhos direito despejou o leite e colocou o pó do achocolatado. Enquanto a filha comia, Leda aproveitou pra ir tomar uma chuverada rápida.
Ao sair do banheiro, Teo ainda não havia terminado de se vestir, muito menos havia tomado café da manhã. “Estava esperando por você!” foi a desculpa.
Sentou na cadeira encarando o relógio e calculando quanto tempo tinha pra comer: cerca de 5 minutos. A filha ainda bebia vagarosamente o achocolatado e mastigava lentamente seu pão, assistindo a tele-aula de história que passava aquela hora na tv. O marido só necessitava de um copo de café com leite, já que estava acostumado à lanchar no meio da manhã, luxo esse que Leda não podia se dar, já que tinha apenas a hora do almoço pra se alimentar. Por isso, sentia necessidade de comer bem pela manhã, já que apenas ás 12 horas, daqui cinco horas e meia poderia comer de novo. Mas como, com o tempo tão corrido? Engoliu as fatias de pão e o café, sem nem sentir direito o gosto. Ainda assim, saiu da mesa após Letícia e Teo, de quem ouviu:
-Você deveria se apressar mais! Você demorando desse jeito, vamos nos atrasar todas as manhãs. E você ainda tem que lavar a louça!
Um pensamento de ódio e ressentimento passou pela cabeça de Leda, que só respondeu:
-Eu lavo quando voltar.
-Depois não reclame que está aparecendo barata aqui em casa! Vê se pelo menos coloque na pia com água.
“Como se fosse necessário logo você dizer isso. “ Leda pensou, mas não disse . Apenas retirou a louça, pôs na pia com água, guardou na geladeira o leite, o açúcar, a geléia e a margarina e no armário o achocolatado. Correu pra o banheiro pra escovar os dentes, colocar o primeiro brinco que viu na frente e pentear o cabelo. Pegou a bolsa, rezando que nela estivesse a carteira, o celular, o carregador e a chave.
Saiu de casa ao som da buzina impaciente do carro de Teo.
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
A volta de B.
Como você pôde encurtar meus dias, alongar minhas noites, arrancar o chão dos meus pés?
Como você consegue estremecer o prédio em que moro?
Eu já havia acostumado com a idéia que você era apenas fruto de minha fértil imaginação. Você era minha musa inspiradora, sob forma masculina. Podia realçar as qualidades, esconder os defeitos, dar excessivo valor à cada palavra dita por você como se fossem verdades absolutas.
As vezes você era apenas um par de olhos que hora eram azuis, hora eram verdes... Outras vezes era uma voz grave em tom baixo que me dizia pausadamente o que eu deveria fazer. Retirei sua humanidade pra te tornar divino.
Ligava a televisão apenas pra abafar o barulho do silêncio. Enquanto esquentava seu almoço, pensava na aula que vinha à seguir, de costas para a pequena TV que exibia um jornal local. As vezes prestava atenção no que diziam, mas quase nunca olhava a tela. Entre uma garfada e outra, apesar de saber que era propaganda, olhou a televisão ... ELE! Cinco anos depois, ELE!
domingo, 10 de dezembro de 2006
Carregando a mulher
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Regina
Sorriu porque não lhe ocorreu outra coisa á fazer. Mas foi um sorriso amarelo como a polpa de uma manga, só que menos úmido. Enquanto isso, Rodrigo pisava em seus sonhos como se fossem folhas secas outonais jogadas pela calçada. Dava pra ouvir até o “trec”.
Mas foi com o rosto coberto de lágrimas que atravessou o bairro à pé, sem se importar se alguém a via, se percebiam. Era-lhe tão óbvio que todos sabiam! Sentia na testa e placa de “Otária”.
Raiva. Era raiva que sentia. De inicio sentiu auto- piedade, mas esta foi substituída por um gosto de sangue.
Seus passos faziam o pavimento se estremecer. Cortava o vento, enfrentando-o sem medo, fronte erguida. Chorava, mas a vista não estava embaçada, muito pelo contrário, nunca havia enxergado tão claramente!
Em casa, não reconheceu o rosto no espelho. Tomou banho frio enquanto ouvia um velho CD que nem mais lembrava de quando havia comprado. Ainda nua, foi à cozinha, pegou a garrafa de vinho tinto que havia sido aberta há um mês e bebeu no gargalo enquanto vestia a sua roupa favorita, a que lhe deixava mais provocante. Acendeu um incenso de rosas vermelha e se maquiou sem pressa, verificando no espelho o resultado. Por fim, decidiu deixar os cabelos soltos.
Em cima de um salto 9 desceu pelas escadas mesmo. Na esquina, entrou num táxi.
-Onde, dona?
- No local mais distante que R$100,00 podem me deixar.
domingo, 12 de novembro de 2006
Os aviões
Vendo aviões...
E pra completar, depois de só ter dormido (ou melhor, cochilado) por duas horas à noite, pois você tava num show em que passou horas dançando?
Hein? Hein? Hein?
Pois esse foi meu programão de domingo! Eba?
O que me consolava é que teria show de Cordel do Fogo Encantado, que iria terminar cedo, e olha só, eu poderia descansar no percurso até lá! Pois é, né? Doce ilusão!
Choveu pra dedéu ontem e foi cancelado o show de hoje, sendo transferido pra amanhã em um horário que não poderei ir... A chuva apagou o fogo encantado...
E estava eu, cansada, mau-humorada, toda salpicada de tinta branca pelo corpo, quando ouvi uns barulhos fortes de aviões. Fortes e prolongados. Eu estava jogada numa poltrona e sem animo de ir até a janela e ver... Mas o barulho não parava! Resolvi ir lá!
Havia uns 07 aviões pequenos fazendo acrobacias, iguais as que a gente vê na tv que o Esquadrão da Fumaça faz.Será que não eram eles? Mas como? Não havia comemorações, motivos pra isso!
O céu cinza, os aviões sumiam às vezes entre as nuvens enquanto ficavam de cabeça pra baixo, faziam movimentos sincronizados, faziam vôos rasantes... Lindo!!! Tudo isso em cima do mar, na direção da Boca do Rio, o que me possibilitou vista privilegiada! Só havia visto isso antes na televisão e fiquei maravilhada! E o cansaço abrandou, o mau-humor se mandou e meu coração se alegrou! Essa última frase foi brega, mas é a verdade mesmo!
Se eu não estivesse em casa, como aconteceria se o show do Cordel se realizasse, eu não teria visto. Talvez, nem tomasse conhecimento. Perderia uma chance que não sei quando irá se realizar novamente. Se eu não tivesse me levantado da poltrona pra ver o que era aquilo, ia perder. Talvez ficasse o humor pior ainda com o barulho.
Nesses momentos que vejo como pequenas e/ou imprevistas coisas podem nos fazerem tão felizes! Mas pra isso, tem que se dar-se a chance, não deixar as energias negativas embaçarem a nossa visão.
Pode parecer bobagem, mas acho que esse tipo de coisa são testes que a vida nos fazem pra testar se estamos atentos ao mundo que nos cerca. Hoje acho que passei no teste! Ou não? Ah, sei lá!
domingo, 5 de novembro de 2006
Gincanista.
Tenho que confessar, participei de menos gincanas que gostaria!!! E sempre tive inveja de quem participava delas. Parecia ser tão divertido!!!
Quando eu tinha uns 10 anos, lá no prédio em que eu morava a gente passou umas duas semanas brincando de gincana. Eu morava em um conjunto habitacional, o Conjunto Colinas de Pituaçu, e uniamos crianças de vários blocos. Quem fazia as tarefas e julgava era uma garota adolescente, mais velha que a gente. O prêmio era um saquinho cheio de balas, fruto de uma vaquinha básica.
As tarefas eram do tipo: trazer alguém fantasiado de mendigo e outra de "barão", corrida de saco, concurso de bonecas, fantasia de palhaço, campeonato de charada... Era uma delícia!
Uns anos depois, no condomínio de meu tio houve uma gincana, que eu só assiti, louca pra participar também! Quando eu tava no segundo ano, houve gincana no meu colégio, que logo me inscrevi numa equipe chamada "Equipelados". Mas ninguém da minha sala participou também e eu acabei ficando isolada... foi um saco!
Pois eis que agora, aos 26 anos, estou participando de uma gincana!!!! êêêê!!! ahahahahhahahaha
Soube dessa gincana num desses orkontros da vida da comunidade Los Hermanos-Salvador. Segundo falaram no dia, o prêmio seria um carro pra cada participante, o que fez obviamente arregalar meus olhinhos orientais!!! Depois decobri que na verdade o prêmio seria um carro para toda a equipe... Aaaaaaaaaaaaahhhhhhhhh!
À principio, não poderia participar da gincana, pois esta seria nesse feriado de finados e eu iria viajar. Como já se tinha divulgado tarefas de arrecadação de alimentos, roupas,m vidros, plásticos, ajudei como pude, inclusive de um bingo ocorrido com o objetivo de arrecadar mais alimentos.
Por acaso, a foto é do dia do bingo com o pessoal da comunidade, grande parte componentes da Equipe Los Hermanos - Salvador.
Porém, devido a "operação padrão" dos controladores de vôo, acabei não viajando por medo de não consegui facilmente voltar pra Salvador.
Então, felicissima, me apresentei à equipe, e me tornei uma feliz gincanista!!!
Resenha da gincana, próximo capítulo!!! huauahuahuahuhauhauhauhauauaahua
domingo, 22 de outubro de 2006
Orkontro Festival de Verão
Orkontro chique esse! Lá no Othon, com crachá, coffee break, revista sobre o FV de 2005, poses pra site de fotografias de eventos... Coisa fina, mesmo!
Mas tava vazio... A chuva , ou melhor, o toró que resolveu cair tirou a animação de boa parte da galera que conseguiu se inscrever entre os 400 na comunidade do Festival.
Ganhei brinde nehum, mas pelo menos a Comunidade Los Hermanos - Salvador se fez presente, com direito à gritos quando apareceu no telão Amarante (num vídeo com as várias atrações que já participaram do Festival ) e levantando a mão, se levantando e gritando quando apareceu o nome da banda durante uma pesquisa de quais bandas queriamos no FV de 2007.
A gente sabe que els não irão vir, pois estarão em pleno processo de composição de novo álbum, mas já valeu pra mostrar que LH tem sim público em SSA!!!
Eu sugerir Mombojó e acabou que só eu e mais uns 2 levantaram a mão pra banda... Pelo menos minha sugestão de Cordel do Fogo Encantado foi um pouquinho melhor recebida.
Mas minha sugestão mesmo, para o Palco Tendências era Nervoso e os Calmantes. Descobrir algumas músicas da banda, além de "Já desmanchei minha relação" e achei fantásticas as canções. Tem uma música chamada "Grande herói" que nesses dias tenho me pego cantarolando.
Prá atração internacional pensei Toranja, mas se levando em conta que a comunidade que fiz pra banda, a "Toranja - Bahia" tem só 5 membros, sendo que um é do Paraná e que Mombojó teve pouquissimas adesões, achei melhor deixar quieto...
sábado, 21 de outubro de 2006
O Velho e o Moço
sexta-feira, 20 de outubro de 2006
Zulmira
O que fazer além de se levantar? A caminho do banheiro, ligou o rádio. A música dizia algo sobre a possibilidade de voltar no tempo pra mudar algo do passado... Não havia formas de ela saber o que seria, onde estaria agora, se tivesse saltado daquele maldito ônibus há cerca de cinco anos atrás.
Como pode um acontecimento aparentemente banal martelar tão insistentemente em sua cabeça? Parecia que havia sido ontem que ela estava num ônibus indo á aula quando viu ele num ponto. Ela deu tchau. Ele, sorrindo, fez um gesto pra que ela descesse do ônibus. Ela abanou a cabeça e apontou o relógio. O ônibus andou e ela nunca mais o viu...
Agora ela pensa que aquele momento foi a chance que a vida lhe deu pra ser feliz. E ela desperdiçou. No dia seguinte, ela havia ligado pra ele e ouviu uma mensagem que aquele número não existia. Ele mudou o número do celular. Ele se perdeu pela multidão dessa cidade. Onde ele andará?
Ao escovar os dentes, percebeu que a pasta estava acabando. Teria que comprar outra. Ao ver seu reflexo, o espelho lhe mostrou mais algumas linhas finas se formando ao redor dos olhos.
A música dizia que o acaso é amigo do coração. É não! O acaso é na verdade uma armadilha, um teste. O acaso está sempre de tocaia esperando o melhor momento pra derrubar nossos sonhos.
Nem sentiu o sabor do café com leite e do pão com geléia de goiaba e fatias de queijo. Comia mecanicamente enquanto sua mente voava. Ao terminar e se ver diante de uma caneca vazia e um prato de sobremesa cheio de migalhas se sentiu miserável.
No elevador, se deparou com três barulhentas crianças fardadas e perfumadas, de aproximadamente sete anos de idade. Não pôde deixar de pensar que em breve elas deixariam de serem felizes, se é que eram. Logo cresceriam e não haveria mais ninguém para cuidar delas. Elas morreriam. Todos nós morreremos. Tantas lutas, tanto sofrimento pra nada! Daqui um século, nem suspeitarão que existimos.
A caminho do trabalho, pôde ainda ver mendigos enrolados em finas e sujas cobertas, ainda dormindo. Teve que se conter pra não ir até eles e chuta-los. Isso não era certo! Mas intimamente sentia que isso a faria feliz.
E passou todo o dia querendo sumir de onde estava...
E passou a noite, até a hora de dormir, querendo sumir...
Um minuto antes de adormecer, pensou com desagrado que o sono só encurtava o tempo até o dia seguinte.
terça-feira, 17 de outubro de 2006
Cantarolando
Finalmente entendi o que Renato Russo quis dizer com "Disciplina é liberdade, compaixão é fortaleza, ter bondade é ter coragem."
São tantas as músicas que canto não só com os lábios, mais com o coração...
Uma das melhores descobertas que tive esse ano (espero ainda ter várias) foi o Mombojó. AS músicas são demais e o show é mais que maravilhoso! Assisti láááá na frente, completamente encantada! Que inveja do povo lá do Sul que terá show de Mombojó e Los Hermanos!!! Ou já teve? Num sei...
Mombojó
Composição: Felipe S.
Não lembro o dia
quarta-feira, 11 de outubro de 2006
Imagem
sábado, 7 de outubro de 2006
Cidade.
Que cidade?
Qualquer cidade.
Felicidade.
Motricidade.
Sagacidade.
Cidade.
Que cidade?
A minha cidade.
Salvador.
Nova Iorque.
Mata de São João.
Cidade.
Que cidade?
Aquele em que perdi.
Um real.
Uma passagem de ônibus.
Um sonho.
Cidade.
Que cidade?
A que pretendo um dia retornar.
Pra falar aquelas palavras esquecidas.
Pra comer laranja direto do pé.
Pra me encontrar com você.
quinta-feira, 5 de outubro de 2006
Dois quadros que decoram a parede reservada ás minhas memórias afetivas.
quarta-feira, 4 de outubro de 2006
Rosas brancas
18/12/98
Deixei rosas brancas no mar para me despedir de você.
De tudo que aconteceu e representa: Cada gesto. Cada palavra.
Os dias de sol e os de tempestade.
Você é uma lembrança amarga.
Quero sentar na praia e esquecer.
Limpei os trilhos da estrada, troquei os lençóis da cama.
Eu me sentia ilhada em meio as suas evidências.
Logo você se tornou uma estranha!
Como foi que tudo começou à mudar?
O sol se funde ao mar enquanto o céu se colore: azul, vermelho, amarelo...
Mas eu ainda não entendo...
Vejo algumas milhas além do que há duas estações atrás.
Algumas rugas se formaram, mas quem me olha não as vêem.
Ainda quero saber esse segredo que nos cerca, que me incomoda.
Será que se nos cruzarmos na rua iremos nos reconhecer?
As flores no mar dançaram seguindo a correnteza... e se foram!
Rosas brancas ao encontro do azul, do infinitamente azul ...
Assim como nós...
domingo, 1 de outubro de 2006
Wagner Governador!!!
sexta-feira, 22 de setembro de 2006
Os olhos
Os olhos... Nunca poderia me esquecer daqueles olhos...
Verdes em ambientes fechados e dias de chuva, azuis em dias ensolarados. Olhos fundos, cílios compridos, mas não o suficiente para que fossem afeminados. Porém mais que a cor e o formato, o que nunca esquecerei é a força de seu olhar. Nunca desviava o olhar, passava horas conversando com os olhos fixos naquela imensidão verde-azulada. E nessa imensidão me perdia, me afogava, me achava, me salvava. Eram esses olhos, esse olhar que me conduziam a lugares aparentemente tão distantes, decifrava mistérios seculares...
Quando ria, os olhos ficavam vermelhos e rasos de lágrimas. Era como se chorasse. Contradizia toda a expressão facial de franca risada.
Por onde estão aqueles olhos? O que andam testemunhando? Há quatro anos que meus olhos procuram esses olhos que hora estavam verdes, hora estavam azuis.
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Conversa no elevador.
- Bom dia, Dona Erenice! (Até hj não sei se esse é mesmo o nome dela.)
- Oh, minha filha! (Ela não sabe meu nome!) Sua mãe tá boazinha?
- Tá sim! Tá gostando da mudança? (Ela se mudou do apartamento ao lado ao meu, nascente e frio pra o apartamento em frente, poente quente.)
- Ah! Agora tá ótimo! Pelo menos não passo mais frio! As suas músicas é que sinto falta! Eu sabia quando você estava em casa pelas músicas.
- Músicas? (Será que tem como eu arranjar um buraco no chão pra eu me esconder?)
-É! Umas tão bonitas!
-É... mas minha mãe também escuta músicas de amor!
- Mas as suas são diferentes! Minha neta disse que é uma banda aí que tem uns homens com umas barbas... Lo alguma coisa...
- Los hermanos...
- Era bom! Minha vizinha de porta agora, só ouve pagode!
Confesso que essa conversa me deixou envergonhada! Então quer dizer que dá pra ouvir tão bem assim? Será que eu ouço música tão alto, Meu Deus? Ela só citou Los Hermanos, que parece que agradou! Mas, e as outras músicas que ouço? Rock, inclusive!!! Vixe! O som daqui de casa fica encostado na parede que divido com a vizinha...
E o pior que tenho ouvido com certo entusiasmo o cd de Zéu Britto, que tem músicas, digamos, prá ninar adultos como diz o próprio. O problema é que a nova vizinha do lado tem umas duas crianças na faixa de + ou - 5 anos. Como pode? Eu, a pró, fazendo que crianças ouçam coisas do gênero: "Só quero raspadinha, meu bem." Ou "Eu não sou cientista, sou um sadomasoquista..."
Por medida de peso na consciência, tenho ouvido mais baixo ou lá no meu quarto as minhas músicas... Por enquanto! Mas nem duvide que logo voltarei à ouvir alto minhas "pérolas"!
domingo, 10 de setembro de 2006
Minha amiga mente pra mim.
A peça, de forma muito interessante, une a atuação dos atores em vídeos (gravada) e em cena, no palco. É interessante como mostra como desde da hora de acordar até a hora de dormir ficamos ligados nela. É a nossa amiga! A única, em muitos casos... Mas é a nossa amiga mesmo? "Minha amiga mente pra mim" quando manipula aquilo que vemos. Escolhe aquilo que tem ou não importância, a hora que devo assistir novela, ver telejornal, aprender uma receita nova.
"A programação existe pra manter você na frente / Na frente da TV, / que é pra te entreter / Que pra você não ver que programado é você" diz Gabriel, o Pensador na música "Até quando?" Acho que todos sabem, conhecem ou é uma pessoa que programa seus afazeres diários de acordo com a programação televisiva. Eu conheço gente que não sai, não dorme, nem atende o telefone antes da novela acabar! Perder um capítulo sequer, sob nenhuma hipótese!
Eu me lembro que quando era criança e estudava à tarde, eu sabia a hora de começar a me arrumar pra ir à escola, quando começava determinado desenho do Xou da Xuxa. E descia pra pegar o transporte no minuto que acabava o programa. Na verdade, ainda é meio assim...
Se reclama que as emissoras não educam, só mostram porcaria, é manipuladora e etc, etc, etc... Mas será que a culpada são as emissoras de TV ? Elas exibem aquilo que dá audiência, pois só audiência atrae anunciadores, que é de onde as emissoras tiram dinheiro. Elas dão o que o público pede! E não acho que a programação seja de todo ruim! Há algumas ilhas ensolaradas! E não se pode negar que a TV é o único instrumento de informação pra grande parcela da população. É a partir dela que podemos entrar em contato com muita imagens e informações sobre locais, culturas e pessoas, que de outra forma seria difícil!
O dificil é senso crítico em relação a programação televisiva! Porque para isso, é necessário antes sermos críticos e não pensar a idéia já pensada e mastigada por outro. E isso é algo que se aprende e que a TV não possibilita aprender. O problema não é assistir TV, mas é não ler, não sair, ser escravo das novelas e suas modinhas, não ter suas próprias opiniões (...)!
E por falar em opinião, não gostei da peça ter acabado e os atores não terem se levantado pra agradecer os aplausos. Todos aplaudindo, muitos de pé e os atores lá, deitadões. O povo parou de aplaudir e voltou à sentar, pensando que a peça ainda não tinha acabado. Até que que caímos na real que eles não iam se levantar e que sim, a peça havia terminado.
Recomendo assitirem, mas aviso que no fim os atores não irão se levantar, não! Mas pelo menos, aprenderão à rir com o baço. Isso mesmo, o baço! Como se rir com o baço?
Só lá no Teatro XVIII , Pelourinho. O ingresso é bem bacana, R$4,00 . Dias e horários, favor procurar no site: http://www.theatroxviii.com.br/
quinta-feira, 7 de setembro de 2006
Dia da Independência? Nem tanto...
- Hoje fazem 184 anos que, segundo a história oficial, o Brasil se tornou independente de Portugal.
- "Independência ou Morte!" a parte, não foi no grito que o Brasil deixou de ser colônia de Portugal. Isso custou várias manobras políticas e vidas humanas.
- Que não deixa de ser irônico que Dom Pedro fosse logo filho de quem? Do rei de Portugal!
- Que o episódio pela Independência da Bahia foi importante para consolidar a independência do Brasil. Por isso merecia ser melhor estudada!
- Que talvez independente o Brasil nunca foi!
- Etc, etc, etc...
Mas voltando ao fato de estar se iniciando mais um feriadão, considero que não seria o melhor momento pra a chegada de uma frente fria à Salvador! A chuva só faz aumentar a maresia que se instala só porque não é dia de trabalho. Pensar que tenho 04 dias de folga, me faz querer postergar o que pretendia fazer... Deixar pra mais tarde... Ainda tem tanto tempo... E assim corre-se o risco de passar os 04 dias e no domingo à noite eu me deparar com o fato que nada que tinha que fazer, fiz!
Mas, também, como vencer essa moleza que enfraquece a vontade? Esse frio que faz com que meu corpo reclame por minha caminha quente?
O jeito é ligar no automático! Nem parar para considerar as possibilidades! Só fazer, fazer, fazer... Cumprir as tarefas...
Independente? Nem tanto... Liberdade, como diz um poema com esse nome de Fernando Pessoa, http://fumacas.weblog.com.pt/arquivo/082848.html, é não cumprir um dever!
Eu não posso! Eu não posso! Fazer o que?
domingo, 3 de setembro de 2006
E a cada hora que passa.
Hoje estive numa festa de família. Ou seja, reencontrei primos e primas que não via há muito, muito tempo! Imagine que uma prima que ainda lembro usando chupeta me apareceu hoje não só uma mulher feita como mãe de um bebê!!! Ai, ai, ai! Fora que me perguntaram minha idade e quando respondi 26 anos, a pessoa me perguntou: Já? Como assim já?
Nunca fez tanto sentido um trecho da música Teatro dos vampiros, da Legião Urbana:
Voltamos á viver como há dez anos atrás e cada hora que passa envelhecemos dez semanas...
Talvez porque na verdade, hoje em dia, dez semanas parecem durar o tempo de uma hora quando eu era criança. Eu me lembro que uma hora demorava tanto... E esperar até as férias então? Uma eternidade! Hoje é tudo vapt vupt...
Claro que não foi a Terra que passou a realizar a translação e a rotação mais rapidamente; o que acelerou foi o meu mundo particular. Parece que para eu realizar todas as tarefas e atividades (desde as obrigações às prazerosas) eficientemente, eu devia no mínimo ser... 2, ou 3, ou 4! Uma Vanessa seria a professora, se encarregaria de planejar aulas, lecionar, corrigir atividades e etc. Uma Vanessa seria estudante e faria a monografia, os relatórios e leria (com devidas releituras) os textos. Uma Vanessa seria a dona-de-casa e faria mercedo, comidas, cuidaria das roupas, arrumaria a casa, organizaria meu quarto... Uma Vanessa seria a leitora e assim leria todos os livros que prometo ler à muito tempo... Uma Vanessa seria a baladeira e iria à cinemas, baladas, shows e etc... sem se preocupar que tem que voltar pra dormir cedo. Uma Vanessa seria... Ih! É melhor eu parar que senão eu desisto e viro só a Vanessa Reclamona!
Sabe o que é isso? É sono! Boa noite!
terça-feira, 29 de agosto de 2006
Eu sou como os peixes...
... porque os peixes morrem pela boca...
Sexta foi aniversário de minha mãe, o que resultou num findis de intensa comilança!!! Vixe , Maria!!! Essa aí da foto, se eu não me engano, foi a oitava ou nona de uma série de quase vinte. Se considerarmos que em todas comi um pedacinho... Isso se falar em tortas, sorvete, refris...
Detalhe um tanto básico: eu quero, eu tenho que emagrecer! (E quem não quer?)
Inclusive no início do ano fui numa endocrino que me passou uma dieta. A previsão era emagrecer aproximadamente 1 quilo por semana. Beleza! Fui ao mercado e comprei tudo o necessário! E sabe que até que comia bem! Não sentia fome, não. E assim emagreci 3 quilos em 4 semanas, o que achei lindo!
Mas... (sempre tem o mas) Sabe, né... tava de férias e fui viajar. Se tornou meio dificil de continuar lá a dieta. Mas pensei: "Como lá vou andar bastante, eu só manero um pouco na comida, mas na volta pra casa recomeço a dieta!" Perfeito!
Voltei dia 30/01, hoje é 29/08. Alguém ai acha que recomecei a dieta? Além de não recomeçar a dieta, recuperei os 3 quilos e outros 2 quilos... Agora o caso é o seguinte: Ou eu emagreço, ou eu tenho que comprar um guarda-roupa novo inteiro pra mim!
Pra aumentar minha ansiedade, ontem comprei sete bolhinhos de tapioca cobertos de leite condensado. Não era pra eu comer tudo, não! Era pra dividir com o povo lá do trabalho. Bem, duas estão de dieta! Elas estão de dieta e eu não!
Tá chegando a hora de eu parar de reclamar e recomeçar de uma fez essa dieta, né?
Amanhã...
Agora, digam: eu não sou que nem peixe?
sexta-feira, 25 de agosto de 2006
Transparência nas eleições.
sábado, 19 de agosto de 2006
Alguns destes textinhos pretendo colocar aqui, não pela sua (falta de) qualidade, mas como forma de celebrar que passamos por tudo isso e seguimos em frente!
Caminho
19/06/96
Derramei muitas lágrimas pelo caminho
E atrás de mim se fez um rio
De águas tão salgadas quanto o mar
E tão revoltas que não se podem nadar
Pelo meu caminho senti muita solidão e frio
Sabendo que ninguém viria me aquecer.
Às vezes senti que iria desfalecer,
Mas não haveria ninguém para me estender à mão.
Andei descalça sob espinhos.
A dor em meus pés não foi maior que a do meu coração.
Junto com o sangue não saia a tristeza,
Desespero se tornou meu amigo
Ele me disse que não iria me deixar
Sozinha neste caminho.
Quando uma amiga chamada Mariana leu esses versos, completou-o com o seguinte:
Mas no final dessa estrada
Existe um pequeno paraíso
O que significa a sua satisfação
De saber que andou sozinha
Significa a sua felicidade
Por saber que venceu na vida
Por saber que se levantou
E este caminho tão dolorido
Com o tempo passou...
Ah, a amizade!
Saudade de Mariana e de pegar ônibus até a Lapa só pra tomar sorvete de graça na Mc!
Selena
Essa madrugada nem tão fria será difícil ir dormir...
Dá conselhos requentados é tão fácil, difícil é se colocar no lugar! Em vez de apontar os erros, ajudar para que haja acertos, que tudo seja mais construtivo.
Não me importa se passaram por experiências piores...
Hoje eu quis abandonar... dizer que não preciso nada disso... que resolvessem sozinhos seus problemas...
Hoje eu quis não ser tão compromissada... ser tão preocupada...
Tudo na teoria é muito lindo: professores, vamos salvar o mundo! Varrer a ignorância e a miséria! Só depende de nós!
É pra rir ou pra chorar?
......................................TEMPO.....................................................
Selena abriu a porta com medo do que enfrentaria. Na sua frente, a rua, bela e ampla a sua espera. Seus lábios estremeceram, suas pernas quase não agüentaram seu peso. Selena não podia olhar pra trás, era perda de tempo... o que tinha atrás de si, a casa tão conhecida e acolhedora não fazia parte de si, ela não pertencia mais àquele lugar. Mas então, qual era agora o seu lugar? Ainda com os olhos baixos, tirou o pé direito do chão e o projetou pra frente até tocar no chão, mais a frente. Fez o mesmo com o pé esquerdo. Pronto! Estava na rua! A brisa tocou seu rosto e refrescou o suor da nuca. O arrepio fez com que levantasse a cabeça e ouviu os sons vindo de lugares tão diversos... buzinas, conversas, crianças brincando, latidos, música... e isso não era ruim! Não era mesmo! De olhos fechados sentiu o calor agradável do sol em se rosto, aquecendo sua alma. Abriu os olhos e olhou à frente, num ponto fixo à sua frente, mas que estava além, mito além de onde estava e gradualmente deu passos tímidos em direção ao ponto no horizonte... sem perceber passou à aumentar o tamanho e a velocidade de seus passos. Cada passo que dava, sentia o quão desagradável era o local do passo anterior. Cada passo, um novo lar e logo era substituído por outro, cada vez mais prazeroso! E andou, andou, andou, correu, correu, correu, correu, correu... Até se fundir no horizonte, não podendo mais o horizonte e Selena se diferenciarem...
Como se ensinar valores éticos?
Devido ás noticia que vem de Brasília sobre mais um escândalo político, se tornou comum ouvir falar em Conselho de Ética. Política e escândalos a parte, vez por outra, nos deparamos, ou pelo menos ouvimos falar de Conselhos de Ética das mais diferentes profissões. Também ouvimos sobre códigos de ética, sendo o mais famoso o da Medicina.
Mas, então, o que seria a ética? O quê significaria essa palavra tão ouvida/ falada e que aparenta ser tão importante? Não existe um conceito definitivo sobre o quê é ética, mas uma definição que pode ajudar na busca pelo entendimento sobre a questão é que:
A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens na sociedade. (...) a ética se ocupa de um objeto próprio: o setor da realidade humana que chamamos moral, constituído (...) por um tipo peculiar de fatos ou atos humanos. (...) A ética é a ciência da moral. (VAZQUEZ, 1995. p. 12 e13)
A ética está relacionada ao valor e ao sentido das práticas sociais e/ou profissionais realizadas. Diferentes pessoas que exercem uma mesma atividade profissional podem ter díspares valores morais, ou seja, seus julgamentos sobre o que é certo ou errado fazer no exercício da profissão podem ser conflitantes. Para evitar essas disparidades, que em para algumas carreiras existe os códigos de ética, que tem a função de sacramentar quais as posturas que devem ser seguidas, ou pelo menos são esperadas, por aqueles profissionais. A partir deste, a sociedade pode julgar se as condutas de determinado profissional foram de acordo com o que se almejava dele.
As palavras ética e moral costumam serem empregadas como sinônimos, porem seus significados dizem respeito á diferentes dimensões dos padrões de conduta. A moral rege as ações dos indivíduos nas diversas sociedades, já a ética é resultado da reflexão crítica sobre a moral.
A ética serve, portanto para verificar a coerência entre práticas e princípios, e questionar, reformular ou fundamentar os valores e as normas componentes de uma moral, sem ser em si mesma normativa. Entre a moral e a ética há um constante movimento, que vai da ação para a reflexão sobre se sentido e seus fundamentos, e da reflexão retorna á ação, revigorada e transformada. (BRASIL, 1998. p. 52 /53)
A moral está numa dimensão individual, em que os valores morais de uma pessoa não são necessariamente igual á de outra do seu convívio, e a ética se encontra numa dimensão coletiva, que atenda ás demandas da conduta do grupo. Por isso que algumas atitudes podem estar respaldadas por um código de ética, mas ser considerado imoral por algumas pessoas ou alguma conduta ser contrário á um código de ética, mas ser justificada pela moral.
A sociedade educa moralmente seus integrantes, através de instituições sociais como a família, o grupo social (igreja, vizinhança,...) e, claro, a escola. Apesar de não ser a única instituição social responsável por transmitir os códigos de conduta, a escola não pode fugir de sua participação na formação de cidadãos éticos. Mas como os estabelecimentos de ensino podem alcançar este objetivo?
Visando dar um direcionamento ao trabalho pedagógico com a finalidade de se trabalhar as regras de conduta em sociedade, os Parâmetros Curriculares Nacionais (o famoso PCN) trouxe como um dos temas transversais a ética. O citado texto do PCN traz diretrizes de como se trabalhar o tema dos valores éticos no ambiente escolar, mas não de forma definitiva e estanque. Mesmo por que, como diz o próprio texto é impossível ensinar a moralidade. (ibid id, p. 75.) Não se ensina valores de conduta com aulas sobre como ser ético, em que o aluno deve decorar as regras de como se comportar e o quê são proibidos.
O desafio de promover uma educação em valores consiste em desenvolver um trabalho pedagógico que auxilie o educando a tomar consciência da presença dos valores em seu comportamento e em sua relação com os outros, participando do processo de construção e problematização desses valores, num movimento de afirmação da autonomia. (ibid id, p. 75) Uma educação em valores deve se dar através da vivência no cotidiano escolar, em um processo de construção em que os alunos reflitam suas ações e as de seus pares sociais, e a partir daí, definir quais atitudes são mais cabíveis para cada caso. Não adianta repetir normas já prontas pra os estudantes, pois estas devem ser construídas pelo grupo. A construção de regras para a sala-de-aula, os famosos combinados, em que o professor em conjunto com os alunos elabora, discute e define quais as regras que devem ser postas em prática é um exemplo de boa forma de começar desde as séries iniciais trabalhar regras, condutas e valores. Sendo necessário posteriores revisões dessas regras para verificar se estão sendo cumpridas ou ser ainda estão sendo válidas. Nos debates de elaboração e revisão, os estudantes são convidados á refletir sobre o seu comportamento e dos colegas. A partir de discussões sobre situações do cotidiano escolar e da sociedade onde aquele grupo está inserido que o trabalho com valores fundamentalmente deve ser feito. Por exemplo, os estudantes devem preservar o mobiliário escolar, sendo que essa atitude não ser evitando punição como suspensão, mas devido a tomada de consciência que a quebra do mobiliário prejudica e priva aqueles que o utilizam. Preservar o silêncio e a tranqüilidade na sala, não temendo ser expulso de classe, mas devido à consciência que o um ambiente calmo favorece a aprendizagem daqueles colegas que ali estão querendo assistir aula. A postura ética do professor e dos atores que atuam nas escolas é mais educativa que as regras ditadas. O indivíduo aprende sobre valores como respeito e tolerância, quando as pessoas o respeitam e tem tolerância por ele. O exemplo fala mais alto que as palavras e por isso aqueles que atuam na formação de pessoas sempre devem refletir sobre suas ações e palavras, se estão sendo condizentes com seu discurso.
Referências bibliográficas
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998.VAZQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. 15º edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.