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sábado, 23 de outubro de 2010

Óia a cobra!

Estou acostumada, ao chegar à escola, ver as crianças correndo, gritando e espalhadas por toda a frente da escola. Porém, ontem, estavam concentradas numa rodinha e quietas.
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- Pró, venha ver que legal!
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Não achei, nem um pouco, legal aquela cobra enoooooorme no meio de tantas crianças. E muito menos delas rirem do grito que dei.
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-Calma, pró! Não é perigosa, não.
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Se não era perigosa, então por que um menino segurava o rabo e outro usava uma pá para afastá-la das pessoas?
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Tirei foto e entrei correndo na escola.
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Próximo a escola está sendo realizado há alguns meses uma mega obra de infra-estrutura: drenagem de um riozinho que virou depósito de lixo e foco de dengue, contenção de encosta e construção de conjunto habitacional para relocar as famílias que estão na encosta. Além disso, serão construídos equipamentos como praças e quadras. Essa obra realmente é necessária para a melhoria de vida de várias pessoas.
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Desde então, várias cobras apareceram. Elas estavam quietinhas no canto delas, então vieram as máquinas e pessoas para tirar-lhes a paz. O velho dilema "homem X natureza" novamente se estabelece!
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- Quero ir lá ver.
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Acompanhei a minha colega, professora do Pré. A cobra já estava nas mãos de um pai de aluno. Ai, que coragem!
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- É uma jibóia.
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-Essa cobra não é venenosa, não. Ela mata por estrangulamento. Ela só vai se enrolando, se enrolando na vítima até matar.
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Ah! Por que não disseram antes? A cobra era SÓ uma jibóia e SÓ mata por estrangulamento. Se tivessem me dito isso antes... continuaria com medo do mesmo jeito!
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Prá completar, uma historinha que uma mãe me contou um pouco mais tarde:
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Perto da escola passa uma via que liga dois pontos da cidade. Antes, era mata com rio e tudo. Na frente, morava uma senhora e seus filhos.
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Uma noite, ela chegou muito cansada e deitou no sofá para assistir novela, onde caiu no sono. De repente, ela sentiu uma forte pressão em toda perna esquerda.
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Quando abriu os olhos, viu uma cobra que havia engolido a perna e tentava abrir mais a boca prá abocanhar a parte do quadril. (Gente, eu tô vendendo o peixe do jeito que me contaram.)
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Ela gritou e a sorte que os filhos estavam na frente da casa e vieram acudir. Com um facão eles cortaram a cobra pelas laterais, livrando a perna da senhora.
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Não quero nem imaginar a cena! Credo!





quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Cueca colorida


Esse é o relato de um fato pitoresco que realmente ocorreu. Prá preservar os envolvidos, mudei o nome de todos.


Quando soube que eu iria me atrasar pro nosso encontro, Eveline resolveu dar uma volta pelo shopping, indo parar numa loja de departamentos.

Começou olhando a seção feminina, passou pelos acessórios, resolveu ir à seção de calçados... Quando viu, já estava na seção masculina. Mais especificamente entre as bermudas esportivas. E foi inevitável pensar em Jaílson.

Já há um mês que Eveline vinha me falando desse tal cara. Ele pegava o mesmo ônibus que transporta os professores para as escolas da zona rural. Segundo ela, o rapaz era “muito”: muito lindo, muito cheiroso, muito inteligente, muito legal, muito educado, muito estiloso e “muito” tantas outras coisas que só faziam aumentar o interesse de minha amiga pelo rapaz. Inclusive, ele era “muito” reservado sobre a vida (amorosa) dele. Não comentava de namoradas e nem nada do gênero. E, Eveline morria de vergonha de, mesmo informalmente, perguntar.

Num impulso, pegou o celular.

- Alô.

- É Jaílson?

- Sim.

- É Eveline. Tudo bem?

- Beleza! O que você manda, querida?

- É que eu estava aqui pensando em você e como estou na seção masculina de uma loja, gostaria de saber o que posso te dar de presente.

- Um presente?

-Ah, e também porque essa semana foi o dia dos professores, não foi?

- É! É sim! hehehehe

- Então! O que você quer que ganhar?

- Uma cueca. – e começou a rir

- Uma cueca?

- É! Uma cueca colorida.- ainda dando risada.

- Huuuum! Deixa eu ver que tô até perto de onde tão as cuecas... Deixa eu ver... Aqui tem uma cor de abóbora.

- Tem cor de abóbora? Mas é só cor de abóbora ou tem mais cores nela?

- Bem... tem a barra do elástico preta, mas de resto é cor de abóbora.

-Ah! É que eu gosto de cueca muito mais colorida. – segundo Eve, ai que ele quase explodiu na risada

- Ah! Mais colorida!

- Hum-rum. Muito mais colorida.

- Tá bom! Vou procurar uma cueca bem colorida prá te dar, então.

- Certo. Cheiro, querida!

- Um beijo.


Uma cueca bem colorida? Não bastava ser colorida, tinha que ser “muito mais colorida”. Oh, oh!

Eu achei muito estranho quando ela me contou. Ele podia ter pedido uma camisa, uma bermuda, ou até nada. Mas ele pediu cueca, o que seria bom! Mas a cueca teria que ser colorida, o que eu suspeitava que não era tão bom assim.

Das duas, uma: Jaílson era gay ou não queria nada com Eveline. Porém minha amiga tava no céu, achando que o gato já tava na dela. E eu achando essa história muito, mas muito estranha.

- Agora presente prá mim, neca, né? Eu também sou professora, sabia? – fiz troça.

- Essa é boa, Van! Você é professora, é? Quer presente? – ao meu aceno de afirmativo- Então eu te pago um chope e você também me paga um, já que eu também sou professora.

- Eu preferia uma calcinha colorida! – disse, já entre risadas.

O papo parecia que tinha morrido no meio de tantos outros que tínhamos prá colocar em dia, entre chopes e batatas fritas. Até que Eveline, como quem não quer nada, me chamou prá gente “andar um pouquinho” e enquanto falávamos da novela das oito, ela foi me conduzindo a outra loja de departamentos. E foi dito e certo: lá estava ela olhando de novo as cuecas.

- Me ajuda a escolher!

- Você realmente vai dar a tal cueca? – me surpreendi.

- Eu prometi e vou dar. Além do mais, quero ver no que isso vai dar! – falou com uma voz cheia de segundas, terceiras e quartas intenções.

- Ou se você vai conseguir dar. Mulher, mulher...

- Eu posso pecar por várias coisas, mas não por não tentar, né? Vamos, me ajuda a procurar!

Eu comecei a rir. Ela tinha razão!

Descobri então o praticamente monocromático mundo das cuecas. O fenômeno que já havia percebido nas cores dos carros, se repetia ali: de início só vi cuecas brancas, pretas e cinzas. Procurando com atenção vi um conjunto do tipo: “leve 3, pague 2” que trazia invariavelmente as cores: preta, branca e a terceira poderia ser vermelha, bege ou cinza. Mas eram do tipo “sunga” e nada a ver, né?


E o pior era a vontade de falar prá ela que suspeitava que o cara não tinha exatamente um gosto excêntrico prá roupas íntimas. Ele era gay, mesmo. Estava parecendo um nó na garganta.

Acabei falando:

- Eve, já pensou que ele pode ter falado “cueca colorida” como uma forma de metáfora?

- Metáfora?

- É! Eu acho que ele quis te dizer que é..

- O que? Bicha? Vanessa! Muito me admira você! – me repreendeu.

- Ouxe, por que?

- Preconceituosa, desse jeito! Só por que ele é professor de crianças? Acha que por isso ele é gay?

-Não. Eu acho que ele pode ser gay, ou seja, é uma possibilidade. E é por causa do que ele te falou e não porque ele é professor. Ele te disse que quer uma cueca muito, muito, muito colorida. Você acha que ele tava falando de roupa íntima?

- E cueca é o que?

- Pode ser um homem, não pode não? E colorida pode significar um gay.

Eve nem respondeu nada. Apenas saiu andando. Ai, eu e minha boca grande! E se eu estivesse errada? Mas meu instinto falava que realmente o cara quis dar entende qual a orientação sexual dele.

Enquanto seguia Eveline pelo shopping, liguei para o Fabio. Afinal, dos meus amigos mais próximos, ele era o único que entende de “cuecas”. Quando percebeu com quem estava falando, Eveline parou e ficou ouvindo a conversa. Veredito: podia ser um gosto estranho prá roupas íntimas, mas ele também achou que o cara quis dizer que é gay.

-Mas mesmo assim, eu vou comprar aquela cueca abóbora da primeira loja, mesmo. Vou pagar prá ver!

Dessa vez, eu quem não falei nada.

Na semana seguinte, Jaílson sumiu do ônibus da prefeitura. Eveline, que tinha feito uma embalagem especial para a cueca, ficou com o coração partido. Finalmente teve coragem de perguntar e soube que ele havia mudado prá o ônibus que saia uma hora antes da rodoviária. Ou seja, eles nunca mais se encontraram e nem Eveline ligou mais.



Na vida real, nem sempre os mistérios são desvendados. Esse fato ocorreu em outubro de 2008 e até hoje me pergunto se afinal o cara é gay ou tem um gosto estranho prá cuecas. Só sei que até hoje Eveline tem a tal cueca numa embalagem de laços vermelhos.

E você? O que acha?

terça-feira, 22 de julho de 2008

Saiam da frente, que estou aprendendo a dirigir!!!



Bem, finalmente aos 28 anos, estou aprendendo a dirigir!!! Com uns 10 anos de atraso, é verdade... Mas o importante é que estou!

E tudo por causa de um fato que nada tem a ver com direção: um gato de rua me arranhou dentro da boca. Sim, dentro da boca! Quando eu digo que tem coisas que só acontecem comigo...

Resumidamente, vi na escola onde trabalho a noite um gato (ainda filhote) parecidíssimo com o meu gato de estimação. A semelhança era muito impressionante! Tanto que não só cheguei perto, como peguei no colo. Ai, um menino veio por trás e fez que ia ataca-lo, o gato se defendeu e fui eu quem fui arranhada. Dentro da boca. Claro que saí correndo prá um pronto-socorro, afinal o gato era siamês, mas era de rua! E me deram várias doses de vacina e de soro, já foi numa mucosa e me falaram. "Você está se precavindo da raiva, mas ele poderia transmitir ooooooutras doenças, ainda mais que era a unha, que tinha contato com chão... Com lixo... Ele devia ser caçador..." E um buraco na minha boca feito pelo gato! Eu não achei que fosse morrer, mas vi que tinha umas coisas pendentes em minha vida! Na mesma semana me matriculei na auto-escola.

Isso foi em abril, minhas primeiras aulas práticas estão sendo essa semana... Avaliem a demora que todo esse processo está sendo. E custoso! Nessa brincadeira já devo ter pago R$500,00 entre matricula da auto-escola, compra de laudo e pagar as avaliações médica e psicológica. É que não consegui marcar exames, testes e aulas prá breve. Essas aulas práticas, mesmo, estão marcadas há mais de um mês.

Bem, mas o importante que, finalmente hoje, dirigir! Com um instrutor do meu lado, é claro! E numas ruas mais ou menos calma, mas que passam ônibus. Não passei da segunda marcha, mas nunca achei que dirigir a 20km/h fosse tão emocionante!

O engraçado eram as pessoas andando no meio da rua, mesmo vendo um carro de auto-escola. Será que não imaginam que a pessoa ali não sabe dirigir? Teve um cara que passou correndo pela frente do carro, a curta distância. O instrutou me perguntou se fiquei com medo. Eu disse que quem tinha que ter medo era o cara!

Dava vontade de gritar: "Saí de baixo, minha gente! Não vêem o perigo que estão correndo?" E quando vinha o ônibus vindo com tudo em cima de mim? Me dava um medo! É que tem uns motoristas tão loucos!

Hoje só foi a segunda aula prática de quinze. Vamos ver se nessas 3 semanas dá prá aprender a dirigir... Parece que muitas emoções me reservam essas semanas!


Vejam essa tirinha: http://frangoalbino.blogspot.com/2008/05/auto-escola.html Não conseguir postar aqui, mas vale a pena!