Desde 2006 servindo algumas lasanhas e muitas abobrinhas.

Marcadores

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Old Men On The Block


Quando eu tinha 11 anos de idade (no longínquo 1991) assim que descia do ônibus que me trazia da escola, ia direto pra banda de revista. O objetivo era comprar mais figurinhas e todas as revistas possíveis que tivesse sequer uma fotinha dos meus amores, ou seja, New Kids on the Block. As fotos e matérias iam para a minha pasta de recortes e os pôsters iam para a parede de meu quarto.

Criado em 1984 pelo produtor musical Maurice Starr, era para ser uma versão de garotos brancos, originários de Boston, do New Edition. Demorou 4 anos e 2 álbuns para estourarem, mas quando aconteceu, se tornou um fenômeno que conseguiu durar por mais 4 anos, deixando os rapazes milionários. Vários produtos foram lançados com os cinco rostinhos bonitinhos, entre eles revistinha em quadrinhos, que no Brasil teve 18 edições. No total foram 6 álbuns lançados, sendo: 4 de inéditas, 1 de natal e 1 com os sucessos do grupo. No total foram vendidos mais de 50 milhões de discos no mundo. Foram os precursores das boys bands que viria depois como Backstreet Boys, N’Sync, Five, e porque não dizer, as Spices Girls.

Tudo muito lindo, tudo muito maravilhoso, tudo muito nostálgico!

Até que me deparo com a notícia que o grupo pretende voltar, passados mais de 10 anos da separação. Será que, depois de ser a versão branca do New Edition, agora querem ser a versão masculina das Spices Girls??? Na época, um dos fortes do grupo eram as coreografias, mas fico imaginando como seria hoje eles dançando, afinal estão beirando os 40. Se bem que são capazes de tocarem instrumentos ou ficarem só cantando mesmo, mas ai não seria mais o New Kids on the Block.

Tendo em vista que ainda existem comunidades de orkut e blogs dedicados ao grupo por fãs que sonham com Jordan Knight, acho que se retornarem terão um bom retorno financeiro e alguma projeção na mídia, coisa que não têm há algum tempo, conseguindo alavancarem suas carreiras individuais.

Quanto à mim, pretendo ver os vídeos no Youtube por curiosidade, torcendo para que não passem nenhum vexame muito grande. Se bem que eu vou rir e muito! Ah, quem sabe, também vendo minha pasta de recortes por alguma pequena fortuna???

É... passaram-se 17 anos... Quem diria?



Esse texto será postado também no La Cumbuca. Conheça!!!

sábado, 26 de janeiro de 2008

Uma tarde com João Ubaldo Ribeiro

Já acreditei que Salvador não tinha uma programação cultural rica que fizesse jus à seu tamanho. Porém estava enganada. Se de um lado não chega aos pés da diversidade de eventos de São Paulo e Rio de Janeiro, também não é o deserto mono cultural que eu via. O problema é que eu era mal-informada. E a culpa não era só minha, mas também da falta de divulgação maciça que há dos eventos que não sejam shows de axé e pagode das bandas já consolidadas. Mas através de algumas pesquisas por comunidades de orkut, sites de jornais e etc, descobre-se os eventos na cidade.

Numa dessas comunidades, estava divulgado que haveria um pocket show gratuito com o escritor João Ubaldo Ribeiro. Sendo que não havia nenhuma resposta no tópico. Tive a impressão que só eu li. Ou então que era um engano ou uma brincadeira...

Mesmo desconfiada, marquei com todas as minhas amigas para nos encontrarmos no local do pocket show. Pelo menos alguma tinha que aparecer!!! Nenhuma delas havia sabido que haveria esse evento. E olha que pelo menos 2 delas se declararam fãs do escritor! Como é que podia??? Ninguém sabia??? Será que iria acontecer mesmo??? Respirei aliviada quando minha mãe comentou que hoje ouviu "alguma coisa sobre isso" no rádio.

Graças à Deus, duas amigas atenderam a meu chamado, sendo que uma levou uma pequena caravana. No mesmo lugar, ocorria uma Feira Hype. Enquanto escolhia pulseiras enroladas em tiras de pano colorido, observei o público.

A grande maioria se encaixava no perfil "indie-universitário". Confesso que como já esperava isso, tanto que me vesti à caratér. O uniforme jeans-bota-blusa-preta deu lugar à um vestidinho com estampa geométrica, all star, bolsa de pano vermelha com retalhos, cabelo solto com a franja partida de lado e delineador nos olhos. Foi o mais indie que consegui chegar e acho que ninguém percebeu meu esforço.

Finalmente iniciou-se o pocket show. Realmente o João Ubaldo é muito simpático! Pelo menos ele foi. E de uma paciência... Falou de quando era estudante fazia as redações dos colegas em troca de pastel e coca-cola, a hipocrisia com que é vista a produção por encomenda de livros, de Itaparica, do lulismo (Gente, quando chegou nesse ponto, ninguém queria fazer perguntas sobre outro assunto!), de como é o processo criativo e etc... Engraçado foi quando uma professora de literatura fez uma pergunta usando aquelas palavras bonitas, mas que ninguém que não seja da área entende. João Ubaldo não entendeu, inclusive! rs

Mas, aí entendi qual seria o motivo de não ter sido tão divulgado. A platéia estava repleta de estudantes de Letras, jornalistas e professores. Deveria, então, ter sido divulgado só prá esse "público seleto"...

Saquei meu livro de 1981, "Livro de Histórias", que minha mãe havia comprado pelo Círculo do Livro, para o tradicional autógrafo. Um monte de gente já estava em cima do autor, esticando livros para as assinaturas, flashs pipocavam, todo mundo querendo fazer uma última pergunta pessoalmente, ou falar de quem é filho ou neto. O pessoal da produção falou que os autografos seriam dados numa outra mesa, de forma organizada. Eu e um grupinho fomos fazendo nossa filinha. Mas, cadê o homem? De longe víamos que João Ubaldo continuava no mesmo lugar cercado de umas dez pessoas. Mas eu tava confiante que ele viria à mesa nos atender.

Que ilusão a minha! Ele tava com pressa de voltar a Itaparica. Mas como assim, se é logo ali, e logo se chega à ilha? Um dos rapazes da produção veio até nós na fila e nos avisou que era pra gente correr e colar no escritor, que ele já estava de saída. Claro, corremos e João Ubaldo já irritadíssimo! Peguei uma caneta na bolsa e estendi junto com o livro. Ele deu autografos apressados, entre gritos para a filha o tirar de lá.

Sim, aqueles riscos-pseudo-escrita-cardiograma-morre-não-morre da imagem acima é o autografo do homem. Eu devia ter fotografado, para que acreditem, mas como poderia fazer isso naquela pressa, naquela confusão???

Fui lanchar e dez minutos depois, quando retornei ele já havia ido embora. Ainda dei uma volta, mas uns vinte minutos depois já estava no meu ônibus de volta. Como o trajeto demoraria quase 1 hora, aproveitei pra abrir o livro recém-autografado para lê-lo pela primeira vez.







quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Sapo

Não sentiu surpresa. Não sentiu raiva. Não sentiu ciúmes.
Apenas sentiu o gosto do gole de caipirinha, enquanto a menina passava por ela e lhe deu uma piscadinha. Logo atrás, o sapo da vez lhe seguia até a área do buffet.
Mas se serviram? Não! Foram até o fundo. Em pé, de frente um pro outro, o corpo dele impedia de vê-la.
De onde estava, não conseguia discenir se estavam abraçados ou se estavam beijando, ou coisa nenhuma. Mas uma coisa era certa, eles estavam muito juntos. Muito!
O gosto dele lhe voltou a boca. Deu mais um gole na bebida. Ainda podia sentir a barba dele roçando em seu pescoço. A chave do carro dele ainda estava na sua bolsa.
Parou de olhar e achou graça da situação.
Não fazia diferença se apenas conversavam, se estavam se beijando ou se transavam. Naquele momento o ato pesava menos do que a intenção. Ele queria lhe punir. Que bobinho!
Começou a rir. Gargalhou. Como se comportam como crianças mimadas quando ouvem um não! Como são previsíveis! Como são cafajestes! Como são sapos!
Mas estava impressionada da transformação ter se dado tão rápido.

**********
Dois dias depois, contando o ocorrido, a amiga se mostrou preocupada. Talvez ela estivesse magoada. Mas não estava magoada, nem chateada, nem com raiva. Ela não havia sido frustrada, simplesmente porque, ela agradecia a Deus, ele se mostrou antes de ela criar qualquer falsa expectativa.
Mas não... ele agiu como o esperado, como um sapo.
- Sapo?
- Sim, um sapo! Ou seja, um homem como outro qualquer.
- E desde quando homens são sapos?
- Desde quando eles se disfarçam de príncipes encantados!
- Ãhn?!
- Você já percebeu que ao contrário do conto de fadas, os homens são primeiro príncipes encantados e quando a gente os beija, se transformam em sapos?
- Eta, que exagero!
- Não se preocupe! Os sapos parecem ameaçadores, mas até que eu gosto deles!

**********
A noite estava extremamente agradável. Não fazia calor nem frio, a lua estava cheia e o céu estava estrelado.
Não sabia há quanto tempo estava ali sentada naquela varanda olhando o céu e os poucos carros que passavam lá embaixo. Olhou o relógio. Em menos de uma hora iria amanhecer. Fazia anos que não observava o nascer do sol. Esperava.
Seu coração estava tranquilo, sua mente um pouco neblinada pelas incontáveis caipirinhas, ás vezes soltava gargalhadas lembrando de algumas vezes que amanheceu bebendo em algum bar ou praia da cidade.
Ouviu passos atrás de si, mas não se virou. Sabia quem era.
Mesmo de costas sabia que havia sentado na cadeira atrás da sua. Sentia ele furando sua nuca com o olhar.
- Eu deixei as suas chaves com o barman, ele não te entregou?
- Entregou.
- Hum!
As estrelas pouco a pouco se perdiam no azul cada vez mais claro. A rua calma. Podia ouvir passarinhos piando.
- Eu estava te procurando.
- Estava?
- Por que você se escondeu?
- Eu me escondi? Foi eu quem me escondi? - se virou para ele rindo - Eu estava aqui o tempo todo, você quem se refugiu no fundo do buffet.
- Eu não fui me refugiar! Bora, eu te levo prá casa!
- Se eu quisesse ir prá casa já teria ido, mas preferi ficar aqui vendo o dia nascer.
- Você está chateada comigo por alguma razão?
- Eu tenho algum motivo prá me chatear com você?
- Não.
- Então...
Continuou olhando o céu e a rua. E assim ficaram, até o amanhecer.
Ele cochilava na cadeira, quando ela levantou prá ir ao banheiro. Na volta, sem pensar, se dirigiu a saída e pegou o primeiro taxi de uma longa fila.
Depois de tomar banho, dormiu como a mais despreocupadas das criaturas da Terra.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Matiz - Carta

Conheci Matiz ano passado em um dos show que a banda fez na varanda do teatro Sesi e de cara a letra dessa música me conquistou! Quando ouço em casa, paro tudo e canto junto aos berros... prá horror de meus vizinhos.... E confesso que as vezes fico até com os olhos marejados em algumas partes!



Carta
(Mariana Diniz)

Passo e penso o dia inteiro
Enganando segredos
Desvendando você
Finjo e ouço o seu sorriso
Falseando uma frase
Inventando um porque

Não choro, não grito, não passo um café
Não leio Pessoa nem Baudelaire
Não perco a graça como uma qualquer
Nem fumo um cigarro, só compro minha fé
E assim sigo em frente, sem nunca dar ré
Enfim, não me mostro, fico de pé
Confirmo insisto, não te amo sequer
Mas se voltar, estou aqui, se quiser

Sei que perdi a compostura
Mas a essa altura não vou disfarçar
Vai com seu beijo inventado
E patenteado alguém machucar

Não rezo, não sofro de olho fechado
Não fico sozinha no meio do asfalto
Nem no escuro relembrando o passado
Esqueço e apago meu “eu” delicado
Sorrio e me orgulho de todo pecado
De pé eu caminho com meu salto alto
Não canso, respiro um ar emprestado
E ando comigo, assim, lado a lado

Sei que perdi a compostura
Mas a essa altura não vou disfarçar
Vai com seu beijo inventado
E patenteado alguém machucar


Vale a pena conhecer, e até baixar, as outras músicas da banda no Trama Virtual, MySpace ou a comunidade no orkut.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

O que você quer prá 2008???



Hum, isso já seria bom, né?

Ótimo 2008 prá todos nós!
Que cada um tenha 2008 motivos prá ser feliz!