Desde 2006 servindo algumas lasanhas e muitas abobrinhas.

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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz natal!

E prá ficar mais feliz, ao som do (lindo) Julian Casablancas (The Strokes).



Tradução do letras.terra :

Eu Queria Que Hoje Fosse Natal

Eu não me importo o que os vizinhos dizem
O tempo de Natal está perto
Eu não me importo o que alguém diz
O Natal é cheio de alegria
Tudo o que sei é que o trenó do Papai Noel
Está fazendo o seu caminho para o EUA
Eu queria que hoje fosse natal

Eu queria que hoje fosse natal
Eu queria que hoje fosse natal, oh, oh

Tudo que sei é que o Papai Noel
Não se preocupa em quebrar ou aplicar leis
Eu queria que fosse, queria que fosse,
Queria que fosse, queria que fosse, oh

Eu não me importo sobre ninguém
O Natal está quase aí
E eu não me importo com o que o homem das notícias disse
O Natal é cheio de alegria
Eu não me importo com nada
Exceto ouvir os sinos de trenó a'ring-a-ding, ding
Eu queria que o Natal fosse hoje
No bom e velho E.U de A

Eu queria que hoje fosse natal
Eu queria que hoje fosse natal, oh, oh

Papai noel trazendo felicidade para os meninos e meninas
Em todos os cantos deste mundo louco e ignorante
Eu queria, eu queria,
Eu queria, eu queria,

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mal-assombrado


Seu coração disparava quando sua mãe a conduzia pela calçada em frente daquele casarão. Abandonado, sua fachada descascada estava preta e via-se os pátios externos tomados pelo mato.

Mas, em sua fértil imaginação, não se encontrava desabitada. Era mal-assombrado. Aquele era o lar de todas as bruxas, monstros e fantasmas das histórias que ouvia da professora, da mãe e na TV.

Mesmo já adulta, não podia deixar de pensar naquele casarão quando lia alguns contos de Edgar Allan Poe.
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Estava em plena época de guerra contra a acne.

Sua melhor-amiga-para-sempre não apareceu no playground durante todo o fim-de-semana. Resolveu interfonar. Nem foi preciso, o porteiro lhe contou do falecimento do pai e da viagem de urgência da família.

Algumas vezes foi fazer companhia a sua amiga, já que esta não via mais graça em descer. Não se incomodava com as lágrimas, nem com as velas ou as janelas sempre fechadas e cortinas cerradas o que deixava o ar morno e úmido. O que a aflingia eram os sons de passos quando estavam todos quietos, as luzes que se acendiam ou apagavam sozinhas e aquela sensação de estar sendo observada por mais alguém.

Sempre tinha a impressão que se voltasse àquele apartamento, ia ver um fantasma.

Foi deixando de ir.

A amiga se mudou após alguns meses.

Nunca mais se falaram.
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Casarões abandonados e lares onde um dos moradores acabou de falecer são alguns dos lugares esperados para se ver fantasmas.

Mas em um homem? Aquilo foi inesperado. Mas ele era definitivamente um homem mal-assombrado.

Assombrado por um relacionamento que ainda não havia acabado em seu coração e sentimentos, por mais que dissesse o contrário.

Dessa vez, não fugiu. Escolheu enfrentar.

Nadou contra sua própria correnteza para tentar descobrir os peixes do fundo das águas.Emprestou seu ouvido, empregou sua paciência e tempo. Se enganou, sabendo que estava sendo enganada por si própria. Ela queria se enganar!

Mas sempre a assombração aparecia, arrastando correntes, derrubando copos, trazendo ventanias e confusão ao seu mundo.

Ele era um homem mal-assombrado.
Ela desejava ser um fantasma.

sábado, 23 de outubro de 2010

Óia a cobra!

Estou acostumada, ao chegar à escola, ver as crianças correndo, gritando e espalhadas por toda a frente da escola. Porém, ontem, estavam concentradas numa rodinha e quietas.
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- Pró, venha ver que legal!
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Não achei, nem um pouco, legal aquela cobra enoooooorme no meio de tantas crianças. E muito menos delas rirem do grito que dei.
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-Calma, pró! Não é perigosa, não.
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Se não era perigosa, então por que um menino segurava o rabo e outro usava uma pá para afastá-la das pessoas?
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Tirei foto e entrei correndo na escola.
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Próximo a escola está sendo realizado há alguns meses uma mega obra de infra-estrutura: drenagem de um riozinho que virou depósito de lixo e foco de dengue, contenção de encosta e construção de conjunto habitacional para relocar as famílias que estão na encosta. Além disso, serão construídos equipamentos como praças e quadras. Essa obra realmente é necessária para a melhoria de vida de várias pessoas.
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Desde então, várias cobras apareceram. Elas estavam quietinhas no canto delas, então vieram as máquinas e pessoas para tirar-lhes a paz. O velho dilema "homem X natureza" novamente se estabelece!
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- Quero ir lá ver.
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Acompanhei a minha colega, professora do Pré. A cobra já estava nas mãos de um pai de aluno. Ai, que coragem!
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- É uma jibóia.
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-Essa cobra não é venenosa, não. Ela mata por estrangulamento. Ela só vai se enrolando, se enrolando na vítima até matar.
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Ah! Por que não disseram antes? A cobra era SÓ uma jibóia e SÓ mata por estrangulamento. Se tivessem me dito isso antes... continuaria com medo do mesmo jeito!
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Prá completar, uma historinha que uma mãe me contou um pouco mais tarde:
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Perto da escola passa uma via que liga dois pontos da cidade. Antes, era mata com rio e tudo. Na frente, morava uma senhora e seus filhos.
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Uma noite, ela chegou muito cansada e deitou no sofá para assistir novela, onde caiu no sono. De repente, ela sentiu uma forte pressão em toda perna esquerda.
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Quando abriu os olhos, viu uma cobra que havia engolido a perna e tentava abrir mais a boca prá abocanhar a parte do quadril. (Gente, eu tô vendendo o peixe do jeito que me contaram.)
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Ela gritou e a sorte que os filhos estavam na frente da casa e vieram acudir. Com um facão eles cortaram a cobra pelas laterais, livrando a perna da senhora.
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Não quero nem imaginar a cena! Credo!





domingo, 15 de agosto de 2010

Souvenirs ...

... me fazem sentir saudade de coisas que nunca vivi.





Vai ver é que o motivo é que chamo também de "lembrança". Eu sei que o significado é "a lembrança de quem lá esteve" ou "lá, lembraram de mim". Mas ainda assim me dá um sentimento de nostalgia ...


domingo, 27 de junho de 2010

Escrivã

Eu pego a pena, escolho a tinta e escrevo minha própria sina.
Mesmo quando esta é ditada por outrem.

terça-feira, 22 de junho de 2010

About Van

Um rosto na multidão.

Um nome de uma longa lista.

Entre ganhos e perdas.

Saudades e sonhos.

Amores imaginários e afetos reais.

Grafemas e fonemas.

Compromissos e preguiça.

Fé e pragmatismo.

Nem eu me entendo,

mas quero ser amada!


sábado, 10 de abril de 2010

Céu


Eu sou como o céu!

Ás vezes sou dia, outras sou noite.

As tempestades, os pássaros e os aviões passam por mim. Mas eu permaneço!

O sol, o arco-íris e as chuvas passam por mim. Mas eu permaneço!

As nuvens eventualmente parecem que me dominaram,

Mas não passa de uma ilusão, por que elas sempre passam e eu permaneço.

Por que eu sou maior e mais forte que tudo isso.

Eu estarei aqui no inverno e no verão. Nas ocasiões alegres e nas datas tristes.

Posso parecer diferente, mas a minha essência será sempre a mesma.

Os problemas são muito pequenos perto de mim,

Porque eu sou como o céu!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

As três árvores

Dessa vez, não postarei aqui uma história criada por mim. Como estamos na Semana Santa, compartilharei com vocês linda fábula sobre sonhos:

Havia, no alto da montanha, três pequenas árvores que sonhavam
com o que seriam depois de grandes...

A primeira, olhando as estrelas, disse:
- Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros.
Para tal, até me disponho a ser cortada.

A segunda olhou para o riacho e suspirou:
- Eu quero ser um grande navio para transportar reis e rainhas.

A terceira árvore olhou o vale e disse:
- Eu quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto que,
as pessoas ao olharem para mim, levantem seus olhos e pensem em Deus.

Muitos anos se passaram, e
certo dia vieram três lenhadores e
cortaram as três árvores, todas muito ansiosas em serem
transformadas naquilo com que sonhavam.
Mas lenhadores não costumam ouvir e nem entender sonhos!
Que pena!

A primeira árvore acabou sendo transformada num cocho de animais,
coberto de feno.
A segunda virou um simples e pequeno barco de pesca,
carregando pessoas e peixes todos os dias.
E a terceira, mesmo sonhando em ficar no alto da montanha,
acabou cortada em altas vigas e colocada de lado em um depósito.
E
todas as três se perguntavam desiludidas e tristes:
- Para que isso?

Mas, numa certa noite, cheia de luz e de estrelas, onde havia
mil melodias no ar, uma jovem mulher colocou seu neném
recém-nascido naquele cocho de animais.
E de repente, a primeira árvore percebeu que continha o
maior tesouro do mundo!

A segunda árvore, anos mais tarde, acabou transportando
um homem que acabou dormindo no barco, mas
quando a tempestade quase afundou o pequeno barco, o
homem se levantou e disse: "PAZ"!
E num relance, a segunda árvore entendeu que estava carregando
o rei dos céus e da terra.

Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se
quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem
foi pregado nela. Logo, sentiu-se horrível e cruel.
Mas logo no Domingo, o mundo vibrou de alegria e a terceira
árvore entendeu que nela havia sido pregado um homem para
salvação da humanidade, e que as pessoas sempre se lembrariam
de Deus e de seu filho Jesus Cristo ao olharem para ela.

As árvores haviam tido sonhos...
Mas as suas realizações foram mil vezes melhores e mais sábias
do que haviam imaginado.
Temos os nossos sonhos e nossos planos que, por vezes, não
coincidem com os planos que Deus tem para nós; e, quase
sempre, somos surpreendidos com a sua generosidade e misericórdia.
É importante compreendermos que tudo vem de Deus, acreditarmos,
termos fé, pois Ele sabe muito bem o que é melhor para cada um de nós...

Existem várias versões dessa fábula, sendo que retirei essa do link.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Conrado

Ela quase não foi ao cinema naquele dia. Havia levado um bolo da amiga. Chegou tarde, já passavam os trailers, decidiu sentar no assento vazio mais próximo.

- Posso sentar aqui ou tá guardado para alguém?

-Não. A cadeira está livre. - uma voz masculina respondeu.

No meio do filme, a tela escureceu e as luzes guias apagaram. Tensão. O que houve?

- Gente, faltou luz. Esperem que irei ligar o gerador. - gritou o projetista.

Riso nervoso. Tinha um medo irracional e infantil do escuro. O rapaz sentado ao seu lado percebeu.

- Se acalme, moça. Logo a luz voltará. Além disso, estou aqui prá te proteger! - e se segurou sua mão que estava fria e suando.

Foi assim que Camila e Conrado se conheceram.




Camila não sentiu a menor atração pelo Conrado. Não que ele lhe fosse desagradável, mas o achou muito mauricinho. Mas Camila tinha muito claro que os caras que mais a atraíram foram os que mais a fizeram sofrer. Enquanto os outros caras fugiam de assumir um namoro, apesar dos meses de "rolo", Conrado desde o inicio deixou claro que queria um compromisso.

O Cupido flechou Conrado, mas parece que esqueceu de Camila. Mas não fazia mal!

O que Conrado não lhe provocava em paixão, compensava em conforto e mimos. Compras, ida a bons restaurantes e fins de semana em pousadas charmosas do litoral se tornaram rotina para Camila. Os pais de Conrado tinham uma pequena rede de panificadoras na região. Conrado já trabalhava na administração dos negócios, apesar de estar ainda no meio da graduação.

Em resumo, Conrado não era o homem dos sonhos de Camila, mas poderia ser o homem de sua vida. Vida essa sem grandes emoções, mas confortável num relacionamento bem morninho. Tinha afeto pelo namorado.

Conrado avisou a Camila que iria viajar por alguns dias durante o carnaval. Camila nem perguntou o destino, afinal, ele só poderia estar viajando para resolver algum problema da família ou dos negócios. Caso contrário, certamente iria levá-la. Na verdade, ela até esqueceu a tal viagem, tão descansada que ficou.



Manhã do sábado de carnaval. Camila achou estranho quando percebeu que já eram onze horas e Conrado ainda não havia ligado. Onde será que ele o levaria para almoçar dessa vez? Deu caixa. Fez várias tentativas, com o mesmo resultado.

O coração de Camila estava espremido de preocupação. Tinha certeza que algo havia ocorrido. Afinal, sempre nesses dois anos ela havia conseguido falar rapidamente com o namorado. Já passavam da uma hora, quando finalmente Conrado retornou.

-Eu não te falei que iria viajar nesse carnaval? Então? Acabei de chegar no aeroporto de Salvador!

Salvador? Havia ido ao carnaval soteropolitano sem ela? Sozinho? A surpresa foi tanta que mal conseguiu se despedir, no telefone. Sentiu que Conrado havia lhe passado para trás, afinal, quem não conhece a fama do carnaval de Salvador. Claro que as intenções dele não eram as mais inocentes, ao omitir para onde iria.

Mas não sentiu raiva e nem ciúme. Muito pelo contrário, um onda de adrenalina lhe invadiu o corpo. Conrado não era aquele homem tão certinho e bonzinho que chegava a ser insosso. Era um homem de verdade! Sonhou a noite toda com ele.

-Filha, eu preciso falar com você. Mas antes preciso que você se mantenha calma.

A mãe acordá-la daquela forma era no mínimo preocupante. Será que alguém havia se acidentado?

-Filha, eu não vou te enrolar. Conrado não está viajando a trabalho, como eu já suspeitava.Ele acabou de aparecer numa reportagem sobre o carnaval de Salvador agarrando em uma mulher. E olha filha, não há dúvida, porque inclusive ele deu uma entrevista sobre isso.

A mãe deve ter confundido a cara de felicidade com cara de choque. Para Camila, Conrado agiu como homem! Sentiu orgulho de seu homem! E diga-se de passagem, era a primeira vez que Camila pensava nele como "seu homem". Olhou a foto de seu namorado num porta-retrato na cômoda e sentiu seu coração acelerar.

Finalmente, o Cupido a havia flechado! Estava apaixonada por Conrado!

Enquanto ela suspirava pelo seu homem, o telefone começou a tocar. Todos viram o Conrado na folia baiana. Inclusive, a filha da colega de trabalho da mãe já havia encontrado um link prá assistir ao vídeo pela internet.

Camila achou melhor tentar camuflar sua felicidade pela pulada de cerca de Conrado. Afinal, sabia que não foi correto o que ele fez. Mas também não o condenou, o que aliás nem precisava já que todas já o faziam por ela.

"Homem é tudo igual!" / "Ele merece é levar outro corno!" / "Foi se divertir com as filiais, mas vai acabar voltando a matriz!" / "Mantenha sua integridade, não queira mais ele." / "Ele não te merece!" / "Sempre suspeitei daquela cara de santo!"

Quanto mais o assunto era comentado, quanto mais a olhavam com pena, mais apaixonada Camila se sentia. Não via a hora de Conrado voltar. Não via a hora de ele ligar e ouvir sua voz. Nunca o desejou tanto! Mas ele não deu notícia.


Na sexta, finalmente uma mensagem chamando-a para conversarem num bar próximo da casa dela. Ele não foi buscá-la, pela primeira vez, mas ela queria tanto vê-lo! Se vestiu sensualmente. Seria uma "reconciliação" em grande estilo. A mãe foi contra sua ida, mas ninguém seria capaz de detê-la.

Conrado estava com um semblante sério, nunca dantes visto por Camila. Deveria se sentir tão culpado! Se agarrou a ele, quis beijá-lo, mas ele desviou a boca.

- O que foi meu amor? Não sentiu saudade? Eu sei que foi só uma loucura de carnaval! Eu te perdôo.

-Camila, senta ai que precisamos conversar.

Não pode crer em seus ouvidos ao ouvi-lo dizer que há algum tempo sentia que aquele namoro não tinha futuro, que já havia gostado muito dela mas nunca sentiu reciprocidade e que aquela viagem era um teste para ele. Não havia volta! Ele não se sentia mais compromissado a ela, por isso a viagem. Era necessário terminarem o relacionamento e cada um seguir seu caminho.

Camila chorou desesperada, implorou que Conrado voltasse atrás na decisão. Jurou amor, contou como se sentiu ao saber do ocorrido no carnaval. Não podia perder seu grande amor!

-Agora é tarde! Você devia ter descoberto todo esse seu amor mais cedo. E, ao contrário de você, eu não vou namorar alguém que não goste de fato. Mesmo porque, eu não ganho nada com isso: nem emocionalmente e nem financeiramente. Eu não sou do tipo interesseiro, eu sempre fui interessado. Não posso dizer o mesmo de você!

Durante uma semana mal dormiu, mal comeu, mal saia do quarto. Tentou falar com ele várias vezes pelo celular, sem sucesso. Tentou o msn, foi bloqueada. No orkut, novamente bloqueada. As aulas recomeçaram na faculdade e continuou na cama, chorando.

Mas toda tempestade um dia termina. Percebeu que sua vida tinha que prosseguir. Resolveu ir ao shopping. Quando deu por si, estava na fila do cinema. Ao entrar na sala de projeção, escolheu sentar ao lado de um rapaz sozinho:

-Esse assento está reservado para alguém?

-Não, você pode ficar.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Monólogo do elevador

Em plena madrugada encontrei uma senhora de frente pro elevador de serviço olhando muito entretidamente para o mural de avisos do condomínio.

- A senhora vai subir?

Ela me olhou muito assustada. Provavelmente não percebeu que eu passei por ela e entrei no elevador. Ela entrou também.

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- Oh, sim, sim! Eu estava olhando se tem algum apartamento disponível aqui. Meu filho quer morar aqui perto da Velha.

Mas tem que ser um apartamento arrumadinho, porque se for para depois fazer reforma, não vale à pena! A pior coisa, minha filha, a por coisa é obra dentro de casa. Eu fui num apartamento do bloco C bem ventilado, precinho bom, mas que falta de cuidado! Pintura descascando, infiltração na área de serviço e um piso de muito mau gosto.

Você acredita que eu acordei de repente com um pressentimento que tinha outro apartamento melhor no mural? Desci que nem escovei os dentes. E não é que tinha? Já anotei aqui, dois: um no bloco A e outro aqui, só que no poente.

Só não sei se minha nora vai querer. Mas ela não tem que ter querer, né? O marido decide! Ela tem depressão, toma uns remédios.

Nunca te vi aqui. Eu já moro aqui há dois anos e acho bom. Eu morava em Brotas. É uma zoadeira, uma confusão, que não tem fim. Meu filho mora na Amaralina há 13 anos. Desde que minha neta Rochele nasceu.

Aqui será bom prá minhas netinhas. Parece que aqui tem uma juventude saudável, né? E aqui é perto da Igreja. Sempre é bom estar perto de Deus.

Olha só, chegou no meu andar! Mocinha, você é muito simpática! Espero que a gente converse outras vezes. Boa noite.

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Ainda bem que ela mora no segundo andar. Tenho até medo do que eu saberia caso ela morasse no décimo.