Desde 2006 servindo algumas lasanhas e muitas abobrinhas.

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terça-feira, 29 de julho de 2008

O oposto de onde queria estar.



"(...) não termina e eu preciso chegar. Que horas são mesmo? Já são 8 e 23. Eu não posso esquecer de pagar a conta de luz. Onde vou almoçar hoje mesmo? Anda logo ônibus! O vencimento é hoje e ainda não paguei a luz. Tudo prá última hora! Não posso esquecer de ir pegar a calça em Dona Terezinha. Anda logo, vai! O que eu vou almoçar? Amanhã tem aula com Toledo, que saco! Por que ele não tem uma dor de barriga, hein? Ai, céus... 8 e 25 e eu presa aqui. Onde vou encontrar um posto da Coelba? Não é possível que não tenha um sequer em Brotas! Bora, bora... anda! Será que a calça dessa vez ficou boa? Quanto Dona Terezinha disse que era mesmo? Ai, cabeça! Toledo nunca falta, né? Eu podia ir comer perto(...)"

Naquela sexta o ônibus seguia em seu intinerário já previsível, levando Isabela pela ruas e ladeiras de Salvador. Quem a via sentada, quieta no seu vestido cinza e escapim preto, olhos fixos prá algum ponto fora da janela, não imaginava a agitação de pensamentos e preocupações que se passava em sua cabeça.
*
Ela vinha da casa ela escolheu para ser seu lar, indo em direção ao trabalho que batalhou um bom tempo prá conseguir e no dia seguinte iria as aulas da pós que sempre sonhou fazer. Era independente, reconhecida pelos seus superiores pela sua competência, tinha grandes chances de ascensão e ainda era jovem. Mas não havia espírito prá usufruir nada disso. Ainda não era o suficiente! Ainda havia um vazio! Ainda havia muito a fazer!
*
Desde cedo aprendeu a ser disciplinada com seus objetivos. O lema sempre foi sacrificar alguns momentos do presente por uma vitória no futuro. Por isso, até o dia da formatura, nunca havia perdido uma noite de sono prá fazer "farra". Era do tipo que ia a praia com cadernos e livros prá estudar. Achava que todas suas amigas estavam perdendo a vida em perder tempo com coisas fúteis como passeios a shoppings, festas e shows. Seus finais-de-semana, suas noites, seus pensamentos eram focado num futuro inatingível, sempre cada vez mais distante a medida que avançava. Não apenas o ônibus onde estava, mas principalmente disciplina a levou onde estava. E de alguma forma, aquilo tudo tinha que valer a pena.
*
E entre pensamentos na Ladeira da Cruz da Redenção que viu, por um segundo, na rua um rapaz de bermuda cargo e camisa sem mangas descer a ladeira abraçado numa moça de vestido floral. E, para Isabela, o mundo parou!
E continuou parado.

Era ele, ali materalizado. Aquele que insistia em pensar como se fosse só um produto de sua imaginação.

Não havia mais contas a pagar, nem calças para pegar, nem aulas para assistir, nem um ônibus que andava devagar, nem o barulho dos carros, nem outras pessoas a seu redor. Só havia ele descendo a ladeira abraçado com uma outra mulher de vestido floral. O ônibus seguia em por seu percurso, mas ela continuava vivendo aquele segundo. E continuava a ver a bermuda verde cargo, a expressão de sorriso, o vestido floral, os braços rodeando um corpo que não era o seu.

Ele, que não queria estudar. Ele que fugia da aula prá fumar maconha. Ele que quando chovia, corria prá se banhar naquela água dizendo que era prá absorver a energia do mundo. Ele que não era ambicioso. Ele que não queria saber de trabalhar. Ele que quando ria ficava com o rosto vermelho.

Ele. Ali. Sorrindo e abraçando uma mulher de vestido floral. Três anos depois.

Isabela olhou prá si. Vestido cinza e escapim preto. Pela primeira vez naquela manhã percebeu que o céu estava lindo, ensolarado e sem nuvens. Viu que sentada ao seu lado, a menos de 5 centímetros, uma mãe embalava o sono de seu bebê. E Isabela de vestido cinza. Os dedos espremidos dentro do escapim preto. O dia tava tão bonito lá fora!

E ele continuava a descer a ladeira, continuamente, na mente de Isabela. E ela continuava engessada naquele vestido cinza. Será que era realmente isso que ela queria quando lhe disse "não", mesmo querendo dizer "sim"?

Não havia mais trabalho, não havia mais Brotas, não havia mais ônibus.

Quis tirar os sapatos. Quis não ter que ir trabalhar. Quis fugir dali. Ir prá um lugar distante, talvez. Estar num lugar onde não tivesse que ser o projeto do que queria ser e ser a pessoa que ela já era. Queria, pelo menos, ir se refugiar em sua cama prá se acalmar, embaixo de muitas cobertas e travesseiros.

Queria ir prá o oposto de onde estava.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Saiam da frente, que estou aprendendo a dirigir!!!



Bem, finalmente aos 28 anos, estou aprendendo a dirigir!!! Com uns 10 anos de atraso, é verdade... Mas o importante é que estou!

E tudo por causa de um fato que nada tem a ver com direção: um gato de rua me arranhou dentro da boca. Sim, dentro da boca! Quando eu digo que tem coisas que só acontecem comigo...

Resumidamente, vi na escola onde trabalho a noite um gato (ainda filhote) parecidíssimo com o meu gato de estimação. A semelhança era muito impressionante! Tanto que não só cheguei perto, como peguei no colo. Ai, um menino veio por trás e fez que ia ataca-lo, o gato se defendeu e fui eu quem fui arranhada. Dentro da boca. Claro que saí correndo prá um pronto-socorro, afinal o gato era siamês, mas era de rua! E me deram várias doses de vacina e de soro, já foi numa mucosa e me falaram. "Você está se precavindo da raiva, mas ele poderia transmitir ooooooutras doenças, ainda mais que era a unha, que tinha contato com chão... Com lixo... Ele devia ser caçador..." E um buraco na minha boca feito pelo gato! Eu não achei que fosse morrer, mas vi que tinha umas coisas pendentes em minha vida! Na mesma semana me matriculei na auto-escola.

Isso foi em abril, minhas primeiras aulas práticas estão sendo essa semana... Avaliem a demora que todo esse processo está sendo. E custoso! Nessa brincadeira já devo ter pago R$500,00 entre matricula da auto-escola, compra de laudo e pagar as avaliações médica e psicológica. É que não consegui marcar exames, testes e aulas prá breve. Essas aulas práticas, mesmo, estão marcadas há mais de um mês.

Bem, mas o importante que, finalmente hoje, dirigir! Com um instrutor do meu lado, é claro! E numas ruas mais ou menos calma, mas que passam ônibus. Não passei da segunda marcha, mas nunca achei que dirigir a 20km/h fosse tão emocionante!

O engraçado eram as pessoas andando no meio da rua, mesmo vendo um carro de auto-escola. Será que não imaginam que a pessoa ali não sabe dirigir? Teve um cara que passou correndo pela frente do carro, a curta distância. O instrutou me perguntou se fiquei com medo. Eu disse que quem tinha que ter medo era o cara!

Dava vontade de gritar: "Saí de baixo, minha gente! Não vêem o perigo que estão correndo?" E quando vinha o ônibus vindo com tudo em cima de mim? Me dava um medo! É que tem uns motoristas tão loucos!

Hoje só foi a segunda aula prática de quinze. Vamos ver se nessas 3 semanas dá prá aprender a dirigir... Parece que muitas emoções me reservam essas semanas!


Vejam essa tirinha: http://frangoalbino.blogspot.com/2008/05/auto-escola.html Não conseguir postar aqui, mas vale a pena!

sábado, 12 de julho de 2008

Questão de roupa.

Sexta-feira, meu último dia útil do recesso junino, fui correr atrás do prejuízo. Ou seja, fazer todas aquelas coisa chatas proteladas prá o recesso, mas que eu ainda não havia feito. Eram 10 h e eu já estava resolvendo meu segundo compromisso em um banco.

Estava na fila, lendo uma revista do mês anterior que eu ainda não havia lido, quando ouvir uma cantoria/ meio mantra de: "Mmmmm mmmmmmmmm". Eu nem tenho meios, ou saberia reproduzir aqui o som, mas era bem alto. Claro que olhei prá onde vinha aquele som e mal puder crer no que vi.

Um homem de cerca de 50 anos, alto (uns 1,85m), super-bronzeado, forte (no sentido de musculoso), ombros largos, meio calvo, fisionomia séria, vestindo uma saia curta de tactel verde e uma blusinha de alcinha abóbora, além de piercings e pulseiras. A imagem era meio contrastante! Porque o porte físico, o rosto e o andar são bem másculos, mas a roupa era bem de... piriguete! E prá completar, ouço um "Bom dia, Doutor!" prá ele. Quer por sua vez respondeu e continuou no seu "mmmmm mmmmmmmmm".

Nessas horas que a gente se conhece! Eu, uma pessoa que pesquisa sobre a intolerância às individualidades (em ambientes escolares), não conseguia parar de olhar prá o cara. Sentia um grande estranhamento e me perguntava: "Como ele tem coragem de vim assim?" Porque a saia era realmente muuuuito curta. É, Vanessa... casa de ferreiro, espeto de pau!!!

Se percebia que o homem na frente dele na fila, estava com uma expressão de desconforto. Não sei se por causa da cantoria, se por causa das roupas ou se pelos dois. Todos olhavam de canto de olho, mas as mulheres disfarçavam menos.

Bem, saí apressada prá cumprir com meus outros afazeres. Como estava com pressa, peguei um táxi no super-mercado ao lado do banco. Quando estávamos saindo do estacionamento do mercado, o cara ainda no seu "mmmmm" atravessou a rua. Acabei soltando um:

- Que figura!

- É uma figura mesmo! Todo mundo aqui conhece ele. - respondeu o taxista.

- É? Então ele mora aqui perto...

- Sim, ele mora num casarão na rua de trás. Contando ninguém acredita: ele era um advogado e só andava engravatado. Até que apareceu assim! Só anda agora com essas roupinhas.

- Ah! Então nem sempre ele se vestiu assim?

- Nãããão! Não tô te dizendo? Ele só andava engravatado e com uma pasta. Pareceu que se aposentou e começou a se vestir assim.

- Foi de repente? - Curiosidade MODE:ON

- Bem, quando eu vi, já tava vestindo assim. Ele costuma correr de manhã com uma canga e com um pastor alemão do lado.

- Mas ele não aparentava ser homossexual, não?

- Olhe moça, se for julgar só o comportamento dele, até hoje não parece. Porque ele não fica dando escândalo, não fica se requebrando, não fica dando em cima de homens. A voz dele é grossa, precisava da senhora ver! É só a roupa mesmo!

- Vai ver então que ele sempre sentiu vontade de se vestir assim, mas se reprimia por causa do emprego, da sociedade. Quando se aposentou, resolveu assumir.
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- Já acho estranho um homem daquela idade começar a se vestir de mulher, imagine se vestir com aquelas saias curtas! Esse mundo tá é ficando estranho demais!
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Esse fato já aconteceu à mais de uma semana. Já contei o ocorrido a algumas pessoas e quase todas já o viram correndo com a canga, o que lhes chamaram atenção. E ouvi mais histórias sobre o cara, todas falando que ouviram falar que ele andava engravatado e agora ele anda vestido de mulher. Mas parece que, fora as roupas, nada mais mudou! Pelo menos exteriormente.
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Fico imaginando o trabalho pessoal que ele teve que fazer para assumir essa vontade. Porque não deve ser fácil virar uma alvo tão fácil das outras pessoas. Ele é um homem de muita coragem de ter enfrentado essa situação.
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Como diz aquela música de Pitty: "O importante é ser você, mesmo que seja estranho. Seja você! Mesmo que seja bizarro."

domingo, 6 de julho de 2008

"Você JÁ tem 28 anos?!"

Entrada de uma casa de shows às 16 h de ontem.

- Boa tarde!
- Boa... Qual é o seu nome?
- Vanessa.
Depois de escrever meu nome na comanda, a mulher ficou me olhando. Uns cinco segundos depois, pergunto:
- Algum problema?
- Qual a sua idade?
- A minha idade?
- Eu preciso me certificar que você já é maior de idade pra pegar bebidas alcóolicas.
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Meu coração até acelerou! Pensei: "A mulher acha que eu sou novinha!" Sabem a quanto tempo isso não me acontece? Me deu vontade de pular, mas eu só sorri.
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- Vou te mostrar a minha identidade.
Quando a mulher pegou a identidade disse com uma cara de reprovação e um tom de voz de surpresa:
- Você já tem 28 anos?!
E me entregou a comanda, a identidade e uma fitinha do Bonfim verde,fazendo as vezes de "liberação".
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Como tudo na vida, eu poderia ter encarado a fala dela de duas formas:
A) Ela achou que aparento menos do que a idade que eu tenho.
B) Ela me achou uma velha.
Eu encarei mais pela alternativa B, confesso. Deu vontade de perguntar: "Como assim, ? Tá me chamando de velha é?" Mas me contive.
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Entrei derrotada e com o eco ainda do "já tem 28" na cabeça. Ao primeiro conhecido que encontrei e me perguntou como eu estava, respondi:
- Com já 28 anos!
Mas acho que o cara nem percebeu, o que foi bom! Vai que ele dissesse algo do tipo: "Mas, já?"
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Mas, vou logo avisando: eu não tenho problema em ter 28 anos. E nem tenho a menor vontade de voltar àos meus 18 anos!!! (Bate na madeira 3X.) Até por que, mais nova não teria conquistado tantas coisas como já conquistei em minha vida. Só não consigo digerir as pessoas acharem que ter 28 anos é ser velha. Pode não ter sido o caso, mas já aconteceu antes.
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Eu sei que a mulher, se me achou mesmo velha, não foi no sentido de eu ser "coroa", ou pelo menos espero. Mas, sim, no sentido de estar velha prá estar num show em horário de matinê, em que o público têm em média 18 a 20 anos. Mas sim, e daí? Eu bem sei que se espera programas bem mais "adultos", prá não dizer família de uma pessoa pré-balzaquiana do que estar num show de bandas de rock alternativo (prá não chamar de ainda desconhecidas).
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Talvez a fala dela só reflita algo que eu penso sobre mim mesma, apesar de não querer assumir. Senão, a fala dela não teria criado eco em minha cabeça. É um caso prá fazer uma auto-análise...
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O bom dessa historia toda é que parece que eu não aparento a idade que tenho. Por que uma coisa é se orgulhar da idade que tem. Outra é, depois de certa idade, aparentar ela ou até mais.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

A chapinha.

Os banheiros nos grandes shoppings estão cada vez melhores. Além de espaçosos, com torneiras, saboneteiras e secador de mãos "inteligentes", cheios de espelhos, estão também muito confortáveis! Com puffs muito macios, o que eu acho muito bom, muitas vezes numa área entre a entrada do banheiro e as pias.

E foi num puff desses que me sentei prá esperar minha amiga terminar... o que ela estava fazendo. No outro puff, já estava uma mulher de cerca de 25 anos, muito bem vestida e maquiada, de frente pro espelho que estava à uns 30 cm dela dividindo o cabelo em mini-coques e prendendo com piranhas bem pequenas. Até que eu estava achando bem interessante. Será que era uma nova moda?

Quando a mulher só estava com a parte debaixo do cabelo solta, tirou um frasco de creme capilar da bolsa e passou na parte solta. Depois, como se fosse a coisa mais normal do mundo, tirou uma chapinha de sua enorme bolsa, plugou-a numa tomada (na qual eu ainda não havia percebido a existência, apesar de semanalmente "frequentar" aquele banheiro) e começou a alisar o cabelo. Nessa hora, minha amiga apareceu e fez um gesto para irmos. Mas eu apontei prá outra mulher e puxei-a para sentar no puff, o que ela fez sem resistência.

Eu queria ver até onde essa cena iria. Como uma pessoa faz chapinha em um banheiro de shopping? Tudo bem que posso não compreender a real necessidade de andar sempre com o cabelo teso de tão reto, afinal, meu cabelo é naturalmente liso e sem volume. Mas a mulher já estava com o cabelo liso, provavelmente de escova. Realmente já tava meio volumoso... Mas, não podia esperar até chegar em casa? Será que é normal andar com uma chapinha na bolsa e eu não sei?

Todas que entravam e saiam do banheiro davam discretos olhares para a mulher fazendo chapinha. Minha amiga, mesmo sem me falar nada, visivelmente tava achando graça da cena. A mulher acabou percebendo e nos encarou pelo espelho. Sim, nós estávamos sendo caras-de-pau de ficar assistindo a chapinha dela, mas ela não estava sendo mais cara-de-pau ainda?

A funcionária da limpeza olhava a mulher com desconforto, até que finalmente saiu do banheiro. Eu pensei: "Xi! Vai chamar a segurança do shopping!" Mas a mulher se percebeu, se fez de rogada e prosseguiu mecha por mecha: soltando, passando o creme e passando repetidas vezes a chapinha. Confesso que me deu uma aflição ver uma fumaçinha sair do cabelo sendo enchapado tantas vez. E foi dito e certo! Menos de 2 minutos da saida da funcionária, ela retornou com uma segurança feminina. Ela suspirou e foi prá abordagem. A conversa foi mais ou menos assim:

- Boa tarde, senhora! Sinto incomodar, mas não é permitido a utilização das tomadas desse shopping para a utilização de procedimentos embelezadores, tais como alisamento.

Pensei: "Hum! Falou bonito!" Já minha amiga quase não conteve a risada, tapando a boca com a mão.

- Mas minha senhora, eu não tô alisando o cabelo! Tô apenas tirando um pouco do frizz.

- Eu compreendo. Porém, não poderei permitir que continue, pois não é permitido. Por isso, peço a bondade de recolher seu material.

- Mas eu vou encontrar meu pretê daqui 15 minutos e tenho que estar linda. Por favor...

-Infelizmente, não.
Percebendo que não conseguiria dobrar a segurança, a mulher entre muxoxos de "Faltava pouco prá terminar" e "Como vou aparecer com o cabelo metade liso, metade encaracolado?" recolocou a chapinha na bolsa e foi soltando o cabelo que estava preso. Depois saiu, derrotada, sendo seguida pela segurança. E com o cabelo visivelmente metade lisão/ brilhante e metade meio liso/ opaco.
Espetáculo terminado, saímos também. Confesso que senti pena da mulher. Por mim, teriam deixado terminar logo a chapinha prá ela encontrar com o tal pretê. Depois de tal vexame, ela merecia! O que a gente não tem que passar pra agradar esses homens...
Claro que se tornou o assunto principal entre eu e minha amiga. Ficamos imaginando o que ela faria então... Será que ela iria daquele jeito mesmo encontrar o pretê? Será que ela iria tentar terminar num outro banheiro? Será que ela iria prá casa prá o cara não vê-la sem chapinha?
Pois a resposta descobrimos cerca de três horas depois, na saída do cinema. Lá estava ela, cabelo lisíssimo e brilhantérrimo, numa mesa do fast-food, conversando olho-no-olho com o tal pretê.

Textos que vem no e-mail, parte 1.


Aos 3 anos ela olha pra si mesma e vê uma rainha.
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Aos 8 anos ela olha pra si mesma e vê Cinderela.
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Aos 15 anos ela olha pra si mesma, vê uma bruxa e diz:"Mãe, eu não posso ir pra escola desse jeito!"
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Aos 20 anos ela olha pra si mesma e se vê "muitogorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado", mas decide quevai sair assim mesmo...
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Aos 30 anos ela olha pra si mesma e se vê "muitogorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado", mas decide queagora não há tempo para consertar essas coisas.Então, sai assim mesmo..
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Aos 40 anos ela olha pra si mesma e se vê "muitogorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado", mas diz: "sou uma boa pessoa" e sai mesmo assim...
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Aos 50 anos ela olha pra si mesma e se vê como é.Sai e vai para onde ela bem entender...
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Aos 60 anos ela olha pra si mesma e se lembra detodas pessoas que não podem mais se olhar no espelho. Sai de casa e conquista o mundo...
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Aos 70 anos ela olha pra si mesma e vê sabedoria,risos, habilidades... Sai para o mundo e aproveita a vida...
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Aos 80 anos ela não se importa muito em olhar pra simesma. Simplesmente põe um chapéu violeta e vai se divertir com a vida...
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TALVEZ DEVÊSSEMOS POR AQUELE CHAPÉU VIOLETA MAIS CEDO...
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Como quase todo texto de e-mail, veio com uma autoria duvidosa. No caso, foi atribuído à Mario Quintana. Porém procurei na web e encontrei nada que confirmasse ou não.