Desde 2006 servindo algumas lasanhas e muitas abobrinhas.

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sábado, 27 de dezembro de 2008

Jogo da Verdade - Parte IV

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Não havia mais vestígios da chuva do dia anterior. A rua estava seca, o tempo estava quente e o sol radiante. Só o cabelo de Martina estava “tempestuoso”.
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Como iria passar parte do dia com a mão na massa, literalmente, resolveu fazer um nero no cabelo. Como Marília não tinha grampos suficientes e nem ela havia trazido os seus, fez um rabo de cavalo e saiu prá comprar.
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Não foi difícil encontrar uma loja de produtos prá cabelo. Há várias com todo tipo de shampoo, creme e máscara prá cabelo rebeldes, com frizz, estressados, desidratados, tinturados, alisados, fracos, quebradiços e todos outros tipos de problema e característica que um cabelo crespo pode ter. Não se esqueça que essa história ocorreu em Salvador. Aproveitou e comprou um creme com “coquetel de vitaminas”. Bem, pelo menos era um creme colorido: rosa, verde, amarelo e branco, em camadas no pote transparente.
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No apartamento 203, Ramon queria trocar seu (inexistente) reino por um par de meias “usáveis”. Nem precisava estarem limpas, na verdade. Bastava parecerem que haviam sido lavadas. Mas também, se não achasse, ia no cesto de roupa suja e pegava qualquer uma! Ou ia sem meia!
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Ao chegar ao portão do prédio, Martina lembrou que o interfone ainda estava quebrado e havia, prá variar, se esquecido de levar o celular. “Burra!”
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Se tivessem combinado, não teria dado certo:
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- Tá perdida de novo?
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A imagem daquele rapaz lhe veio dessa vez com um perfume gostoso. Conhecia aquele cheiro de algum lugar. Que perfume era aquele mesmo? Tava uma graça com os cabelos molhados num topetinho arrepiado. Camisa pólo, bermuda cargo. Só achou estranho o tênis sem meia.
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- Não!
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-Ah! É porque seu lugar é ai fora do portão, né?
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“Que menino mais idiota!”
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Antes ele tivesse jogado logo um balde de água fria. O meio sorriso virou bico que Ramon percebeu. Até com raiva a menina fica uma graça. Pena que hoje estava com o vestido mais comprido que no dia anterior. Sentiu vontade de desamarrar aquele bico com um beijo
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- Desculpe a brincadeira, moça! – abrindo o portão e deixando-a entrar antes de sair. -Ce tá indo em que apartamento?
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- 303.
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- Ah, beleza! Depois então a gente se fala. Valeu! - E saiu correndo.
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Ainda estava com raiva. Era a segunda vez que tirava onda com a cara dela. Será que é porque ele viu que ela tava olhando ele no açougue? Tinha que aprender ser mais discreta, caramba! O cara só devia achar que ela tava afim. Que idéia!
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E o que ele quis dizer com “depois”? Seria um “depois” hipotético ou real? Será que ele estaria no aniversário? Não era possível! Devia ter coisas mais interessantes para fazer num sábado a noite. Ele tava tão gatinho! Com aquela cara... vixe... Que nada! Além do mais, era capaz de só voltar no dia seguinte, de nunca mais vê-lo.
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- Sabe aquele cara que te falei ontem que abriu o portão prá mim?
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- Hum... O que tem?
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- Ele quem abriu de novo o portão prá mim.
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- Por que você não levou a chave?
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- Ia te deixar sem chave?
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- Mas você não foi rapidinho?
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- É.
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Marília tirou os olhos da massa do pastel prá olhar a irmã. Martina devia tá querendo lhe falar mais alguma coisa. Mas o que? O menino abriu o portão de novo. Pronto! Da próxima vez ela leva a chave. Mas, ora! Devia ser só isso.
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Martina era muito compenetrada, direita. Não iria sofrer os tropeços que sofreu. Além disso, tava muito nova: 16 anos. Tinha mais é que estudar, pensar no futuro, ser independente. Sabia que a irmã tinha medo que lhe acontecesse o mesmo. Percebeu o olhar assustado no dia anterior. Talvez, por causa disso, até tivesse um pouco de medo de homens. Nunca havia falado de namoros e meninos, mesmo quando provocada. Era melhor assim!
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Melhor cuidar dos pastéis, viu! Ao pegar a tigela com frango desfiado, sua cabeça foi invadida por ecos do passado, que considerava esquecidos. Quis lutar, mas a lembrança, inexplicavelmente, foi mais forte.
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- É esse?
- Hum... não!
- É esse?
- Não.
- E esse?
“Será que Chele apertou mesmo meu olho?”
- Fala logo! É esse?
“Ai, Meu Deus? E agora?”
- É...
- É?
“Agora sim ela apertou! Mas... o que será que Chele quer que eu faça? Será que é prá eu confirmar ou dizer que não?”
- É.
-Pêra, uva, maçã ou salada mista?
“Um aperto na hora de salada mista. Será?”
- Hum?
- Nossa! Hoje a Mari tá toda lesa! Acorda! Pêra, uva, maçã ou salada mista?
“Outro aperto no salada mista. Mas... e se Chele tiver me sacaneando?”
- Saaaaalada mista.
Risadas e gritaria. “Ain... porque eu fui dizer salada mista?”
Mesmo depois de Chele tirar as mãos dos olhos, ela ainda estava de olhos fechados. Que medo de abrir e não ser o Tito! Que medo de ser o Tito! Ouviu risadas e percebeu que tava fazendo papel de boba. Abriu os olhos e não pôde conter o sorriso de vergonha e felicidade. Com certeza todos ao redor ouviam as batidas de seu coração.
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- Não é melhor fazer logo os brigadeiros?
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- ...
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- Marília!
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- Ãhn?
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- Tava dormindo? Os brigadeiros. É melhor fazer logo prá esfriar até a hora da festa.
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- Ah, faça!
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Melhor cuidar dos pastéis e deixar o passado no seu lugar: no passado.
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Martina havia parado de fazer conjecturas sobre o tal rapaz do 2º andar. Mas que ele tava bem cheiroso, tava! Mas era grosso! Tirou onda com a cara dela! Mas agora não pensava nisso.
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Depois de enrolar, ficou admirando e sentindo o cheiro dos brigadeiros recém-feitos. Lembrou-se das festinhas que ia, quando criança. Música, bexigas e brigadeiros, o trio perfeito. Enquanto a mesa de doces não era liberada, brincava, mas com o olho comprido prá cima dos brigadeiros. Que alegria comê-los! Sentir aquele sabor de chocolate, o doce derretendo na boca e o granulado descendo coçando a garganta.
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A buzina tocou, despertando as irmãs do passado e trazendo-as de novo ao presente.
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- Má, atenda prá mim, por favor. Deve ser os quibes da Dona Gal.
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E quibes andam sozinhos? Quis perguntar, mas levantou-se, limpou as mãos no pano que estav no seu ombro e se dirigiu a porta.
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Quando olhou pelo olho-mágico, tomou um susto. Ao som de outra buzinada, retirou as pressas os grampos do cabelo, jogando-os no chão, e tentou pentear com as mãos.
Respirou fundo e abriu a porta.
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(Continua)

domingo, 7 de dezembro de 2008

Jogo da Verdade - Parte III


Passos apressados e rosto ainda queimando. Não sabia se era vergonha, raiva ou uma mistura dos dois. “Esquece, Martina. Até a noite de hoje eu já vou ter esquecido.”
Sentiu de novo uns pingos, mas já estava na frente do prédio onde mora a irmã.
Aquele era um pequeno conjunto habitacional com prédios de três andares, sem guarita. O medo fez com que todos fossem os blocos fossem gradeados, com interfones prá solicitar o acesso.

303. Quando Martina apertou o botão referente ao apartamento da irmã, não ouviu o barulhinho característico. Mas, nem ligou e esperou. Cerca de um minuto depois, apertou de novo. E mais uma vez após mais um minuto. Olhou prá cima, pras janelas, mesmo sabendo que o apartamento da irmã é voltado pros fundos. Mas queria alguma ajuda. “Ai, meu Deus! Cadê a Marília?” E os pingos ainda caindo do céu. Tentava ao máximo se proteger, enquanto mais uma vez apertava o botão para o apartamento da irmã.

Estava procurando o celular na bolsa quando sentiu alguém se aproximando. Assustada, apertou a bolsa no corpo com os braços e arregalou os olhos.

- Calma, que eu não vou te assaltar. – disse rindo.

O coração quase saiu pela boca. Era o rapaz do açougue.

- Não, não...

“Essa mina ta uma graça de rosto vermelho. Mas é muita sorte essa minha, mesmo.”

- Tá perdida?

- Não... – porque nunca conseguia ordenar os pensamentos quando ficava nervosa?
Porque ela tava nervosa, mesmo?

- Ah! Então você já se achou! – rindo, destrancou o portão e entrou no prédio.

“Esse menino tá tirando onda com minha cara? Ele tá rindo de mim. Nem vou perguntar nada prá esse idiota. Ai! Será que vai chover de novo? Eu queria pelo menos entrar no prédio.”

“Chamo ela prá se proteger da chuva aqui no prédio? E se ela levar a mal meu oferecimento?”

“Vou só chamar Marília uma vez pelo interfone. Se não atender, eu ligo e vou embora. Era prá ela estar em casa!”

- Moça, nem tente que o interfone tá quebrado.

- Quebrado? – com o braço ainda esticado no ar.

- É! Faz já uns dois dias. Porque você não entra e vai diretamente ao apartamento que você quer?

“Pensei que nunca iria oferecer.”

- Ah, tá! Obrigada!

Mal esperou ela entrar, Ramon subiu correndo as escadas. Lembrou que a cozinha ainda estava um caos e a mãe chegaria em poucos minutos. Não desejava naquela semana arranjar confusão em casa.

Enquanto subia as escadas, Martina ouvia o barulho e o eco das passadas de Ramon acima de sua cabeça. Estava a alguns degraus do segundo andar quando viu a porta do 203, logo abaixo da casa da irmã, se fechar ruidosamente.

“Nossa, ele mora aqui! Que coincidência. Marília deve conhecer.”

- Menina, que demora foi essa? Você tá linda! Entrou como no prédio? – falava Marília entre abraços e beijos no rosto da irmã caçula.

- Eu tava lá embaixo apertando o interfone feito uma doida. Ai, apareceu um rapaz e abriu o portão.

-Um rapaz? Que rapaz?

- Ah, um moreninho... Ele entrou no apartamento aqui embaixo.

“Deve ser o Ramon ou o Pablo. Não! A essa hora em casa, é o Ramon.”

- Que chuva, hein? Nem trouxe sombrinha.

- Mas você vê que tá fazendo sol. E nem abafou o calor. Semana passada...
Martina nem prestou mais atenção no que Marília falava, ao olhar prá irmã e constatar o quanto estava acabada. Devia ter o que? 27 anos? Parecia ter uns 10 anos a mais.”

-... de você! – e olhou a irmã.

Vendo Marília lhe encarando, saiu do transe.

- Ãhn?

- Fale de você!

-Ah, eu to bem! Estudando, vendendo minha Avon... Cadê Edgar?

- Daqui a pouco ele chega. Ai, você vai ver o amor de sua vida.

- O que é isso Marília? Ciúmes?

- Que nada! Já estou conformada com esse amor roxo de vocês dois! Olha, ele ainda não sabe da surpresa, não! Então, boca piu!

- Pode deixar!

- É tão bom te ver!

- Eu também acho! Eu também acho!- falou abraçando bem forte a irmã.

(continua...)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Jogo da Verdade - Parte II

Parte I está logo abaixo deste post.
Pisando aqui e acolá. É assim que se anda pelas ruas de Salvador quando se está chovendo: desviando das poças de água e da água jogava prá calçada pelos carros. E quando se tratava de chuva e poça de água, o Cabula é generoso.

Para a água que vem do céu, guarda-chuva, ou sombrinha de corações coloridos como era o caso. E prá a água que vem de baixo e dos lados? Nem adianta calça ou tênis, pois é pedir prá ficar com a roupa ou o sapato molhado, o que é ótimo prá pegar uma gripe daqueles que te derrubam uma semana! Além disso, não estava frio, muito pelo contrário! Aquela chuva até que era bem vinda prá acabar com o mormaço que amolece até as mais resistentes das criaturas.

Pisando aqui e acolá, aqui e acolá, aqui e acolá. Tentando molhar o mínimo possível dos pés na havaiana branca. “Por que eu não vim com outro chinelo? Dá mó trabalho de lavar essa, ô cabeça!”

Entrou, ainda de sombrinha aberta sobre a cabeça, no açougue. Quase acertou a testa de uma garota que estava no meio da entrada.

-Oh, desculpa aê!

Mas queria ter dito: “Isso lá é lugar de ficar? Saia do meio do caminho, mulher!” As pessoas se ocupam dos espaços como se fossem os donos. E você que tem que desviar das majestades, caso contrário tem briga.

Martina quis xingar, afinal respingou umas gotas da chuva em seu cabelo. Quis mandar o cara olhar por onde andava. Podia ter acertado o olho dela! E aí? Ia pagar o tratamento? Mas ela não estava em seu bairro. As coisas andam num rumo que quando pisam no seu pé, você ainda tem que pedir perdão. Educação virou um caso de sobrevivência!

- Foi nada, não. – tentou falar no tom mais simpático possível.

Ramon nem a ouviu. Seguiu prá o balcão, já gritando pela Dona Zuza.

-O que é isso, menino? Ainda não to surda, não!

- Oh, tia. Me vê aê meio quilo de carne moída.

-De qual carne, menino?

- Ah, sei lá!

Como uma pessoa vai comprar uma coisa que não sabe? Martina virou-se prá dentro do açougue olhando prá o rapaz, que estava de costas prá ela, não acreditando.

- Minha mãe vai fazer quibe, tia. Então, é carne moída prá fazer quibe.

-Então, aprenda, menino: é patinho. Meio quilo, né? Espera que vou moer.

Enquanto esperava pela carne, Ramon assoviava a música que estava ouvindo a pouco em casa. Olhava a vitrine de carnes, mas pelo vidro percebeu que aquela garota que ele quase acertou com a sombrinha estava olhando prá ele. Certamente estava esperando a chuva passar. “Gostosinha! Cabelos lisos, meio bagunçados. Deve ser natural, já que não está reto feito uma parede, como fica o cabelo de minha mãe quando ela alisa.”

“Que menino mais doido! Olha a sombrinha de corações! Deve ter pegado a primeira que viu pela frente, sem se preocupar com o que os outros iam pensar. E nem sabia que carne era prá comprar. Agora, ta olhando as carnes como se fosse roupa. Menino sem-noção! Esse aí deve viver a vida sem que se preocupem com o que pensem dele.” Enquanto pensava, sorria.

Então, viu que o rapaz também sorria prá ela pelo vidro da vitrine das carnes. Virou-se prá a entrada do açougue bruscamente, de vergonha. “Ele viu que eu tava olhando prá ele.” Só então reparou que a chuva havia passado. Saiu quase que correndo.

Ramon se deliciou quando ao virar o vestido da garota deu uma leve levantada, revelando a lateral e a parte de trás da coxa esquerda. Inconscientemente virou-se na direção dela, pôde perceber pelo desenho da calcinha no vestido, que era pequena. “Safada! Pena que saiu correndo!”

(continua...)

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Jogo da verdade - Parte I

Essa é uma história que me contaram, daquelas que aconteceram com a sobrinha da vizinha da secretária do avô da namorada do irmão mais velho da melhor amiga da dona do salão onde faço minha unha.

Numa tarde tão ensolarada começou repentinamente a chuviscar. Faltava menos de cem metros prá chegar ao seu destino. Porém, a moça, coitada, tinha feito escova no cabelo naquela manhã. Tanto tempo esperando, lavando o cabelo naquela cadeira tão desconfortável prá o pescoço, tendo o cabelo puxado repetidas vezes com tanta força que só faltavam arrancar o couro cabeludo, as orelhas queimadas pelo calor do secador e o dinheiro gasto, não podiam ser desperdiçados assim, à toa! Martina, esse é o seu nome, olhou em volta.

-Ai, meu Deus! – com as mãos, de dedos esticados, à cabeça tentando, em vão, proteger o cabelo daquela água.

Entrou na primeira porta comercial que viu aberta. Era um açougue. O cheiro concentrado de carne somado às moscas e ao calor embrulhou o estômago daquela jovem. Será que não era melhor enfrentar o chuvisco? Afinal, tava tão fraquinho e a casa da irmã estava tão perto! “Nããããão! A escova!”

O chuvisco ficou mais forte, dando pistas que realmente iria chover. Mas nada muito preocupante, já que essas chuvas de verão vão embora como vêm: repentinamente. Por isso não cogitou ligar prá casa de sua irmã. Por que ela nunca carregava sombrinha?

Enquanto isso, Ramon procurava o guarda-chuva. Estava chovendo, mas ele não tinha muita escolha, ao não ser sair assim mesmo! Desde manhã que a mãe havia lhe pedido que comprasse carne moída. Mas foi fazendo uma coisa, foi fazendo outra... E protelando a hora de ir. Pois faltavam menos de uma hora para que sua mãe retornasse do trabalho e era melhor ele sair logo prá comprar as carnes. Caso contrário, ouviria durante uns bons quatro dias o quanto ele era preguiçoso e não colaborava com as tarefas em casa. “Antes enfrentar a chuva!”

Nada do guarda-chuva! Mas como, se ontem mesmo ele havia visto pendurado no antiquado porta-chapéus, na sala?

Acabou encontrando no quarto da mãe uma sombrinha lilás com corações coloridos. Que vergonha! Sair com essa sombrinha tão feminina? Mas, havia escolha? Era isso ou nada! Isso ou a chuva! Como se sombrinha ou guarda-chuva algum pudesse mantê-lo completamente seco.

-Ah, véi! Tomara que ninguém me veja!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Curiosidades gerais vindas do e-mail.


Oláááá, gente!
Faz um tempinho que não posto minhas estorinhas aqui, mas isso logo. logo será resolvido! Depois eu conto (literalmente)! hihihi
Bem, mas prá espantar um pouco da poeira que se instalou aqui, algumas curiosidades que recebi via e-mail:

A LISTA DE COISAS QUE NÃO SABEMOS OU QUE NÃO LEMBRAMOS...
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Os Três Reis Magos:
O árabe Baltazar: trazia incenso, significando a divindade doMenino Jesus.
O indiano Belchior: trazia ouro, significando a sua realeza.
O etíope Gaspar: trazia mirra, significando a sua humanidade.

*
As Sete Maravilhas do Mundo Antigo:
1 - As Pirâmides do Egito
2 - As Muralhas e os Jardins Suspensos da Babilônia
3 - O Mausoléu de Helicarnasso ( ou O Túmulo de máusolo em Éfeso )
4 - A Estátua de Zeus, de Fídias
5 - O Templo de Artemisa (ou Diana)
6 - O Colosso de Rodes
7 - O Farol de Alexandria.

*
As 7 Notas Musicais
A origem é uma homenagem a São João Batista, com seu hino :
Ut queant laxis (dó) /Para que possam
Re sonare fibris /ressoar as
Mi ra gestorum/ maravilhas de teus feitos
Fa mulli tuorum /com largos cantos
Sol ve polluit/ apaga os erros
Labii reatum /dos lábios manchados
S ancti Ioannis /Ó São João
*

Os Sete Pecados Capitais
Eles só foram enumerados no século VI, pelo papa São GregórioMagno (540-604), tomando como referência as cartas de São Paulo).
  1. Gula.
  2. Avareza.
  3. Soberba.
  4. Luxúria.
  5. Preguiça
  6. Ira.
  7. Inveja

*


As Sete Virtude (para combater os pecados capitais).
  1. Temperança (gula).
  2. Generosidade (avareza).
  3. Humildade (soberba).
  4. Castidade (luxúria).
  5. Disciplina (preguiça).
  6. Paciência (ira).
  7. Caridade (inveja)
*

Os Sete dias da Semana e os 'Sete Planetas'
Os dias, nos demais idiomas- com excessão da língua portuguesa , mantém os nomes dos sete corpos celestes conhecidos desde os babilônios:
Domingo - dia do Sol
Segunda - dia da Lua
Terça - dia de Marte
Quarta - dia de Mercúrio
Quinta - dia de Júpiter
Sexta - dia de Vênus
Sábado - dia de Saturno

*

As Sete Cores do Arco-Íris:
Na mitologia grega, Íris era a mensageira da deusa Juno. Como descia do céu num facho de luz e vestia um xale de sete cores, deu origem à palavra arco-íris. A divindade deu origem também ao termo íris, do olho.
Vermelho
Laranja
Amarelo
Verde
Azul
Anil
Violeta

*

Os Dez Mandamentos:
1º - Amar a Deus sobre todas as coisas.
2º - Não tomar o Seu Santo Nome em vão.
3º - Guardar os sábados.
4º - Honrar pai e mãe.
5º - Não matar.
6º - Não pecar contra a castidade.
7º - Não furtar.
8º - Não levantar falso testemunho.
9º - Não desejar a mulher do próximo.
10º - Não cobiçar as coisas alheias.

*

Os Doze Meses do Ano:
- Janeiro: homenagem ao Deus Janus, protetor dos lares.
- Fevereiro: mês do festival de Februália (purificação dos pecados), em Roma;
- Março: em homenagem a Marte, deus guerreiro;
- Abril: derivado do latim Aperire (o que abre). Possível referência à primavera no Hemisfério Norte;
- Maio: acredita-se que se origine de maia, deusa do crescimento das plantas;
Junho: mês que homenageia Juno, protetora das mulheres;
- Julho: No primeiro calendário romano, de 10 meses, era chamadode quintilis (5º mês). Foi rebatizado por Júlio César;
- Agosto: Inicialmente nomeado de sextilis (6º mês), mudou em homenagem a César Augusto;
- Setembro: era o sétimo mês. Vem do latim septem;
- Outubro: Na contagem dos romanos, era o oitavo mês;
- Novembro: Vem do latim novem (nove);
- Dezembro: era o décimo mês;

*

Os Doze Apóstolos:
1 - Simão Pedro
2 - Tiago ( o maior )
3 - João
4 - Filipe
5 - Bartolomeu
6 - Mateus
7 - Tiago ( o menor )
8 - Simão
9 - Judas Tadeu
10 - Judas Iscariotes
11 - André
12 - Tomé.
Após a traição de Judas Iscariotes, os outros onze apóstolos elegeram Matias para ocupar o seu lugar.

*

Os Doze Profetas do Antigo Testamento:

1 - Isaías

2 - Jeremias

3 - Jonas

4 - Naum

5 - Baruque

6 - Ezequiel

7 - Daniel

8 - Oséias

9 - Joel

10 - Abdias

11 - Habacuque

12 - Amos

*

Os Quatro Evangelistas e a Esfinge.

Lucas (representado pelo touro).

Marcos (representado pelo leão).

João (representado pela águia).

Mateus (representado pelo anjo).

*

Os Quatro Elementos e os Signo:

Terra (Touro - Virgem - Capricórnio).

Água (Câncer - Escorpião - Peixes).

Fogo (Carneiro - Leão - Sagitário).

Ar (Gêmeos - Balança - Aquário).

*

As Musas da Mitologia Grega (a quem se atribuía a inspiração das ciências e das artes):

1 - Urânia ( astronomia )

2 - Tália ( comédia )

3 - Calíope ( eloqüência e epopéia )

4 - Polímnia ( retórica )

5 - Euterpe ( música e poesia lírica )

6 - Clio ( história )

7 - Érato ( poesia de amor )

8 - Terpsícore ( dança )

9 - Melpômene ( tragédia )

*

As Datas de Casamento:
1 ano - Bodas de Algodã
2 anos - Bodas de Pape
3 anos - Bodas de Trigo ou Cour
4 anos - Bodas de Flores e Frutas ou Cer
5 anos - Bodas de Madeira ou Ferr
10 anos - Bodas de Estanho ou Zinc
15 anos - Bodas de Crista
20 anos - Bodas de Porcelan
25 anos - Bodas de Prat
30 anos - Bodas de Pérol
35 anos - Bodas de Cora
40 anos - Bodas de Rubi ou Esmerald
45 anos - Bodas de Platina ou Safir
50 anos - Bodas de Our
55 anos - Bodas de Ametista
60 anos - Bodas de Diamante ou Jade
65 anos - Bodas de Ferro ou Safira
70 anos - Bodas de Vinho
75 anos - Bodas de Brilhante ou Alabastre
80 anos - Bodas de Nogueira ou Carvalho
*

Os Sete Anões:
Dunga
Zangado
Atchin
Soneca
Mestre
Dengoso
Feliz
*

Durante a Guerra de Secessão, quando as tropas voltavam para o quartel após uma batalha sem nenhuma baixa, escreviam numa placa imensa: ' O Killed ' ( zero mortos ).. Daí surgiu a expressão ' O.K. 'para indicar que tudo está bem.
*
Nos conventos, durante a leitura das Escrituras Sagradas, ao se referir a São José, diziam sempre ' Pater Putativus ', ( ou seja: 'Pai Suposto' ) abreviando em P.P .Assim surgiu o hábito, nos países de colonização espanhola, de chamar os 'José' de'Pepe'.

*
Cada rei no baralho representa um grande Rei/Imperador dahistória:
Espadas: Rei David ( Israel )
Paus: Alexandre Magno ( Grécia/Macedônia )
Copas: Carlos Magno ( França )
Ouros: Júlio César ( Roma )

*

No Novo Testamento, no livro de São Mateus, está escrito "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha que um rico entrar no Reino dos Céus ". O problema é que São Jerônimo, tradutor do texto, interpretou a palavra ' kamelos ' como camelo, quando na verdade, em grego, 'kamelos' são as cordas grossas com que se amarram os barcos. A idéia da frase permanece a mesma, mas qual parece mais coerente?
*
Quando os conquistadores ingleses chegaram a Austrália, se assustaram ao ver uns estranhos animais que davam saltos incríveis. Imediatamente chamaram um nativo(os aborígenes australianos eram extremamente pacíficos ) e perguntaram qual o nome do bicho. O índio sempre repetia "Kan Ghu Ru", e portanto o adaptaram ao inglês, ' kangaroo' ( canguru ). Depois, os lingüistas determinaram o significado, que era muito claro: os indígenas queriam dizer: "Não te entendo ".
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A parte do México conhecida como Yucatán vem da época da conquista, quando um espanhol perguntou a um indígena como eles chamavamesse lugar, e o índio respondeu "Yucatán". Mas o espanhol não sabia que ele estava informando " Não sou daqui".
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Existe uma rua no Rio de Janeiro, no bairro de São Cristóvão, chamada 'PEDRO IVO'. Quando um grupo de estudantes foi tentar descobrir quem foi esse tal de Pedro Ivo, descobriram que na verdade a rua homenageava D.Pedro I, que quando foi rei de Portugal, foi aclamado como "Pedro IV"(quarto). Pois bem, algum dos funcionários da Prefeitura, ao pensar que o nome da rua fora grafado errado, colocou um ' O ' no final do nome. O erro permanece até hoje. Acredite se quiser...

domingo, 7 de setembro de 2008

Recado


É prá se confiar:
Que o nosso time irá ganhar!
Que não haverá desilusão.
Que em breve cantaremos uma mesma canção.

Amigas, hoje te digo:
Sonhos não são feitos prá serem jogados no lixo.
Cada gota de suor de agora
Será recompensada com os louros da glória.

E por isso escrevo essas rimas,
De qualidade muito tímida.
Sei que um dia vocês irão ler
E de minha confiança saber.

sábado, 23 de agosto de 2008

"My drive thru"

Descoberta da noite!

Para os fãs dos Strokes, como eu, o clip da música que Julian Casablancas fez com Santogold e Pharell para o 100º aniversário do Converse.

terça-feira, 29 de julho de 2008

O oposto de onde queria estar.



"(...) não termina e eu preciso chegar. Que horas são mesmo? Já são 8 e 23. Eu não posso esquecer de pagar a conta de luz. Onde vou almoçar hoje mesmo? Anda logo ônibus! O vencimento é hoje e ainda não paguei a luz. Tudo prá última hora! Não posso esquecer de ir pegar a calça em Dona Terezinha. Anda logo, vai! O que eu vou almoçar? Amanhã tem aula com Toledo, que saco! Por que ele não tem uma dor de barriga, hein? Ai, céus... 8 e 25 e eu presa aqui. Onde vou encontrar um posto da Coelba? Não é possível que não tenha um sequer em Brotas! Bora, bora... anda! Será que a calça dessa vez ficou boa? Quanto Dona Terezinha disse que era mesmo? Ai, cabeça! Toledo nunca falta, né? Eu podia ir comer perto(...)"

Naquela sexta o ônibus seguia em seu intinerário já previsível, levando Isabela pela ruas e ladeiras de Salvador. Quem a via sentada, quieta no seu vestido cinza e escapim preto, olhos fixos prá algum ponto fora da janela, não imaginava a agitação de pensamentos e preocupações que se passava em sua cabeça.
*
Ela vinha da casa ela escolheu para ser seu lar, indo em direção ao trabalho que batalhou um bom tempo prá conseguir e no dia seguinte iria as aulas da pós que sempre sonhou fazer. Era independente, reconhecida pelos seus superiores pela sua competência, tinha grandes chances de ascensão e ainda era jovem. Mas não havia espírito prá usufruir nada disso. Ainda não era o suficiente! Ainda havia um vazio! Ainda havia muito a fazer!
*
Desde cedo aprendeu a ser disciplinada com seus objetivos. O lema sempre foi sacrificar alguns momentos do presente por uma vitória no futuro. Por isso, até o dia da formatura, nunca havia perdido uma noite de sono prá fazer "farra". Era do tipo que ia a praia com cadernos e livros prá estudar. Achava que todas suas amigas estavam perdendo a vida em perder tempo com coisas fúteis como passeios a shoppings, festas e shows. Seus finais-de-semana, suas noites, seus pensamentos eram focado num futuro inatingível, sempre cada vez mais distante a medida que avançava. Não apenas o ônibus onde estava, mas principalmente disciplina a levou onde estava. E de alguma forma, aquilo tudo tinha que valer a pena.
*
E entre pensamentos na Ladeira da Cruz da Redenção que viu, por um segundo, na rua um rapaz de bermuda cargo e camisa sem mangas descer a ladeira abraçado numa moça de vestido floral. E, para Isabela, o mundo parou!
E continuou parado.

Era ele, ali materalizado. Aquele que insistia em pensar como se fosse só um produto de sua imaginação.

Não havia mais contas a pagar, nem calças para pegar, nem aulas para assistir, nem um ônibus que andava devagar, nem o barulho dos carros, nem outras pessoas a seu redor. Só havia ele descendo a ladeira abraçado com uma outra mulher de vestido floral. O ônibus seguia em por seu percurso, mas ela continuava vivendo aquele segundo. E continuava a ver a bermuda verde cargo, a expressão de sorriso, o vestido floral, os braços rodeando um corpo que não era o seu.

Ele, que não queria estudar. Ele que fugia da aula prá fumar maconha. Ele que quando chovia, corria prá se banhar naquela água dizendo que era prá absorver a energia do mundo. Ele que não era ambicioso. Ele que não queria saber de trabalhar. Ele que quando ria ficava com o rosto vermelho.

Ele. Ali. Sorrindo e abraçando uma mulher de vestido floral. Três anos depois.

Isabela olhou prá si. Vestido cinza e escapim preto. Pela primeira vez naquela manhã percebeu que o céu estava lindo, ensolarado e sem nuvens. Viu que sentada ao seu lado, a menos de 5 centímetros, uma mãe embalava o sono de seu bebê. E Isabela de vestido cinza. Os dedos espremidos dentro do escapim preto. O dia tava tão bonito lá fora!

E ele continuava a descer a ladeira, continuamente, na mente de Isabela. E ela continuava engessada naquele vestido cinza. Será que era realmente isso que ela queria quando lhe disse "não", mesmo querendo dizer "sim"?

Não havia mais trabalho, não havia mais Brotas, não havia mais ônibus.

Quis tirar os sapatos. Quis não ter que ir trabalhar. Quis fugir dali. Ir prá um lugar distante, talvez. Estar num lugar onde não tivesse que ser o projeto do que queria ser e ser a pessoa que ela já era. Queria, pelo menos, ir se refugiar em sua cama prá se acalmar, embaixo de muitas cobertas e travesseiros.

Queria ir prá o oposto de onde estava.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Saiam da frente, que estou aprendendo a dirigir!!!



Bem, finalmente aos 28 anos, estou aprendendo a dirigir!!! Com uns 10 anos de atraso, é verdade... Mas o importante é que estou!

E tudo por causa de um fato que nada tem a ver com direção: um gato de rua me arranhou dentro da boca. Sim, dentro da boca! Quando eu digo que tem coisas que só acontecem comigo...

Resumidamente, vi na escola onde trabalho a noite um gato (ainda filhote) parecidíssimo com o meu gato de estimação. A semelhança era muito impressionante! Tanto que não só cheguei perto, como peguei no colo. Ai, um menino veio por trás e fez que ia ataca-lo, o gato se defendeu e fui eu quem fui arranhada. Dentro da boca. Claro que saí correndo prá um pronto-socorro, afinal o gato era siamês, mas era de rua! E me deram várias doses de vacina e de soro, já foi numa mucosa e me falaram. "Você está se precavindo da raiva, mas ele poderia transmitir ooooooutras doenças, ainda mais que era a unha, que tinha contato com chão... Com lixo... Ele devia ser caçador..." E um buraco na minha boca feito pelo gato! Eu não achei que fosse morrer, mas vi que tinha umas coisas pendentes em minha vida! Na mesma semana me matriculei na auto-escola.

Isso foi em abril, minhas primeiras aulas práticas estão sendo essa semana... Avaliem a demora que todo esse processo está sendo. E custoso! Nessa brincadeira já devo ter pago R$500,00 entre matricula da auto-escola, compra de laudo e pagar as avaliações médica e psicológica. É que não consegui marcar exames, testes e aulas prá breve. Essas aulas práticas, mesmo, estão marcadas há mais de um mês.

Bem, mas o importante que, finalmente hoje, dirigir! Com um instrutor do meu lado, é claro! E numas ruas mais ou menos calma, mas que passam ônibus. Não passei da segunda marcha, mas nunca achei que dirigir a 20km/h fosse tão emocionante!

O engraçado eram as pessoas andando no meio da rua, mesmo vendo um carro de auto-escola. Será que não imaginam que a pessoa ali não sabe dirigir? Teve um cara que passou correndo pela frente do carro, a curta distância. O instrutou me perguntou se fiquei com medo. Eu disse que quem tinha que ter medo era o cara!

Dava vontade de gritar: "Saí de baixo, minha gente! Não vêem o perigo que estão correndo?" E quando vinha o ônibus vindo com tudo em cima de mim? Me dava um medo! É que tem uns motoristas tão loucos!

Hoje só foi a segunda aula prática de quinze. Vamos ver se nessas 3 semanas dá prá aprender a dirigir... Parece que muitas emoções me reservam essas semanas!


Vejam essa tirinha: http://frangoalbino.blogspot.com/2008/05/auto-escola.html Não conseguir postar aqui, mas vale a pena!

sábado, 12 de julho de 2008

Questão de roupa.

Sexta-feira, meu último dia útil do recesso junino, fui correr atrás do prejuízo. Ou seja, fazer todas aquelas coisa chatas proteladas prá o recesso, mas que eu ainda não havia feito. Eram 10 h e eu já estava resolvendo meu segundo compromisso em um banco.

Estava na fila, lendo uma revista do mês anterior que eu ainda não havia lido, quando ouvir uma cantoria/ meio mantra de: "Mmmmm mmmmmmmmm". Eu nem tenho meios, ou saberia reproduzir aqui o som, mas era bem alto. Claro que olhei prá onde vinha aquele som e mal puder crer no que vi.

Um homem de cerca de 50 anos, alto (uns 1,85m), super-bronzeado, forte (no sentido de musculoso), ombros largos, meio calvo, fisionomia séria, vestindo uma saia curta de tactel verde e uma blusinha de alcinha abóbora, além de piercings e pulseiras. A imagem era meio contrastante! Porque o porte físico, o rosto e o andar são bem másculos, mas a roupa era bem de... piriguete! E prá completar, ouço um "Bom dia, Doutor!" prá ele. Quer por sua vez respondeu e continuou no seu "mmmmm mmmmmmmmm".

Nessas horas que a gente se conhece! Eu, uma pessoa que pesquisa sobre a intolerância às individualidades (em ambientes escolares), não conseguia parar de olhar prá o cara. Sentia um grande estranhamento e me perguntava: "Como ele tem coragem de vim assim?" Porque a saia era realmente muuuuito curta. É, Vanessa... casa de ferreiro, espeto de pau!!!

Se percebia que o homem na frente dele na fila, estava com uma expressão de desconforto. Não sei se por causa da cantoria, se por causa das roupas ou se pelos dois. Todos olhavam de canto de olho, mas as mulheres disfarçavam menos.

Bem, saí apressada prá cumprir com meus outros afazeres. Como estava com pressa, peguei um táxi no super-mercado ao lado do banco. Quando estávamos saindo do estacionamento do mercado, o cara ainda no seu "mmmmm" atravessou a rua. Acabei soltando um:

- Que figura!

- É uma figura mesmo! Todo mundo aqui conhece ele. - respondeu o taxista.

- É? Então ele mora aqui perto...

- Sim, ele mora num casarão na rua de trás. Contando ninguém acredita: ele era um advogado e só andava engravatado. Até que apareceu assim! Só anda agora com essas roupinhas.

- Ah! Então nem sempre ele se vestiu assim?

- Nãããão! Não tô te dizendo? Ele só andava engravatado e com uma pasta. Pareceu que se aposentou e começou a se vestir assim.

- Foi de repente? - Curiosidade MODE:ON

- Bem, quando eu vi, já tava vestindo assim. Ele costuma correr de manhã com uma canga e com um pastor alemão do lado.

- Mas ele não aparentava ser homossexual, não?

- Olhe moça, se for julgar só o comportamento dele, até hoje não parece. Porque ele não fica dando escândalo, não fica se requebrando, não fica dando em cima de homens. A voz dele é grossa, precisava da senhora ver! É só a roupa mesmo!

- Vai ver então que ele sempre sentiu vontade de se vestir assim, mas se reprimia por causa do emprego, da sociedade. Quando se aposentou, resolveu assumir.
.
- Já acho estranho um homem daquela idade começar a se vestir de mulher, imagine se vestir com aquelas saias curtas! Esse mundo tá é ficando estranho demais!
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******************
Esse fato já aconteceu à mais de uma semana. Já contei o ocorrido a algumas pessoas e quase todas já o viram correndo com a canga, o que lhes chamaram atenção. E ouvi mais histórias sobre o cara, todas falando que ouviram falar que ele andava engravatado e agora ele anda vestido de mulher. Mas parece que, fora as roupas, nada mais mudou! Pelo menos exteriormente.
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Fico imaginando o trabalho pessoal que ele teve que fazer para assumir essa vontade. Porque não deve ser fácil virar uma alvo tão fácil das outras pessoas. Ele é um homem de muita coragem de ter enfrentado essa situação.
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Como diz aquela música de Pitty: "O importante é ser você, mesmo que seja estranho. Seja você! Mesmo que seja bizarro."

domingo, 6 de julho de 2008

"Você JÁ tem 28 anos?!"

Entrada de uma casa de shows às 16 h de ontem.

- Boa tarde!
- Boa... Qual é o seu nome?
- Vanessa.
Depois de escrever meu nome na comanda, a mulher ficou me olhando. Uns cinco segundos depois, pergunto:
- Algum problema?
- Qual a sua idade?
- A minha idade?
- Eu preciso me certificar que você já é maior de idade pra pegar bebidas alcóolicas.
*
Meu coração até acelerou! Pensei: "A mulher acha que eu sou novinha!" Sabem a quanto tempo isso não me acontece? Me deu vontade de pular, mas eu só sorri.
*
- Vou te mostrar a minha identidade.
Quando a mulher pegou a identidade disse com uma cara de reprovação e um tom de voz de surpresa:
- Você já tem 28 anos?!
E me entregou a comanda, a identidade e uma fitinha do Bonfim verde,fazendo as vezes de "liberação".
*
Como tudo na vida, eu poderia ter encarado a fala dela de duas formas:
A) Ela achou que aparento menos do que a idade que eu tenho.
B) Ela me achou uma velha.
Eu encarei mais pela alternativa B, confesso. Deu vontade de perguntar: "Como assim, ? Tá me chamando de velha é?" Mas me contive.
*
Entrei derrotada e com o eco ainda do "já tem 28" na cabeça. Ao primeiro conhecido que encontrei e me perguntou como eu estava, respondi:
- Com já 28 anos!
Mas acho que o cara nem percebeu, o que foi bom! Vai que ele dissesse algo do tipo: "Mas, já?"
*********************
Mas, vou logo avisando: eu não tenho problema em ter 28 anos. E nem tenho a menor vontade de voltar àos meus 18 anos!!! (Bate na madeira 3X.) Até por que, mais nova não teria conquistado tantas coisas como já conquistei em minha vida. Só não consigo digerir as pessoas acharem que ter 28 anos é ser velha. Pode não ter sido o caso, mas já aconteceu antes.
*
Eu sei que a mulher, se me achou mesmo velha, não foi no sentido de eu ser "coroa", ou pelo menos espero. Mas, sim, no sentido de estar velha prá estar num show em horário de matinê, em que o público têm em média 18 a 20 anos. Mas sim, e daí? Eu bem sei que se espera programas bem mais "adultos", prá não dizer família de uma pessoa pré-balzaquiana do que estar num show de bandas de rock alternativo (prá não chamar de ainda desconhecidas).
*
Talvez a fala dela só reflita algo que eu penso sobre mim mesma, apesar de não querer assumir. Senão, a fala dela não teria criado eco em minha cabeça. É um caso prá fazer uma auto-análise...
**************************
O bom dessa historia toda é que parece que eu não aparento a idade que tenho. Por que uma coisa é se orgulhar da idade que tem. Outra é, depois de certa idade, aparentar ela ou até mais.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

A chapinha.

Os banheiros nos grandes shoppings estão cada vez melhores. Além de espaçosos, com torneiras, saboneteiras e secador de mãos "inteligentes", cheios de espelhos, estão também muito confortáveis! Com puffs muito macios, o que eu acho muito bom, muitas vezes numa área entre a entrada do banheiro e as pias.

E foi num puff desses que me sentei prá esperar minha amiga terminar... o que ela estava fazendo. No outro puff, já estava uma mulher de cerca de 25 anos, muito bem vestida e maquiada, de frente pro espelho que estava à uns 30 cm dela dividindo o cabelo em mini-coques e prendendo com piranhas bem pequenas. Até que eu estava achando bem interessante. Será que era uma nova moda?

Quando a mulher só estava com a parte debaixo do cabelo solta, tirou um frasco de creme capilar da bolsa e passou na parte solta. Depois, como se fosse a coisa mais normal do mundo, tirou uma chapinha de sua enorme bolsa, plugou-a numa tomada (na qual eu ainda não havia percebido a existência, apesar de semanalmente "frequentar" aquele banheiro) e começou a alisar o cabelo. Nessa hora, minha amiga apareceu e fez um gesto para irmos. Mas eu apontei prá outra mulher e puxei-a para sentar no puff, o que ela fez sem resistência.

Eu queria ver até onde essa cena iria. Como uma pessoa faz chapinha em um banheiro de shopping? Tudo bem que posso não compreender a real necessidade de andar sempre com o cabelo teso de tão reto, afinal, meu cabelo é naturalmente liso e sem volume. Mas a mulher já estava com o cabelo liso, provavelmente de escova. Realmente já tava meio volumoso... Mas, não podia esperar até chegar em casa? Será que é normal andar com uma chapinha na bolsa e eu não sei?

Todas que entravam e saiam do banheiro davam discretos olhares para a mulher fazendo chapinha. Minha amiga, mesmo sem me falar nada, visivelmente tava achando graça da cena. A mulher acabou percebendo e nos encarou pelo espelho. Sim, nós estávamos sendo caras-de-pau de ficar assistindo a chapinha dela, mas ela não estava sendo mais cara-de-pau ainda?

A funcionária da limpeza olhava a mulher com desconforto, até que finalmente saiu do banheiro. Eu pensei: "Xi! Vai chamar a segurança do shopping!" Mas a mulher se percebeu, se fez de rogada e prosseguiu mecha por mecha: soltando, passando o creme e passando repetidas vezes a chapinha. Confesso que me deu uma aflição ver uma fumaçinha sair do cabelo sendo enchapado tantas vez. E foi dito e certo! Menos de 2 minutos da saida da funcionária, ela retornou com uma segurança feminina. Ela suspirou e foi prá abordagem. A conversa foi mais ou menos assim:

- Boa tarde, senhora! Sinto incomodar, mas não é permitido a utilização das tomadas desse shopping para a utilização de procedimentos embelezadores, tais como alisamento.

Pensei: "Hum! Falou bonito!" Já minha amiga quase não conteve a risada, tapando a boca com a mão.

- Mas minha senhora, eu não tô alisando o cabelo! Tô apenas tirando um pouco do frizz.

- Eu compreendo. Porém, não poderei permitir que continue, pois não é permitido. Por isso, peço a bondade de recolher seu material.

- Mas eu vou encontrar meu pretê daqui 15 minutos e tenho que estar linda. Por favor...

-Infelizmente, não.
Percebendo que não conseguiria dobrar a segurança, a mulher entre muxoxos de "Faltava pouco prá terminar" e "Como vou aparecer com o cabelo metade liso, metade encaracolado?" recolocou a chapinha na bolsa e foi soltando o cabelo que estava preso. Depois saiu, derrotada, sendo seguida pela segurança. E com o cabelo visivelmente metade lisão/ brilhante e metade meio liso/ opaco.
Espetáculo terminado, saímos também. Confesso que senti pena da mulher. Por mim, teriam deixado terminar logo a chapinha prá ela encontrar com o tal pretê. Depois de tal vexame, ela merecia! O que a gente não tem que passar pra agradar esses homens...
Claro que se tornou o assunto principal entre eu e minha amiga. Ficamos imaginando o que ela faria então... Será que ela iria daquele jeito mesmo encontrar o pretê? Será que ela iria tentar terminar num outro banheiro? Será que ela iria prá casa prá o cara não vê-la sem chapinha?
Pois a resposta descobrimos cerca de três horas depois, na saída do cinema. Lá estava ela, cabelo lisíssimo e brilhantérrimo, numa mesa do fast-food, conversando olho-no-olho com o tal pretê.

Textos que vem no e-mail, parte 1.


Aos 3 anos ela olha pra si mesma e vê uma rainha.
*
Aos 8 anos ela olha pra si mesma e vê Cinderela.
*
Aos 15 anos ela olha pra si mesma, vê uma bruxa e diz:"Mãe, eu não posso ir pra escola desse jeito!"
*
Aos 20 anos ela olha pra si mesma e se vê "muitogorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado", mas decide quevai sair assim mesmo...
*
Aos 30 anos ela olha pra si mesma e se vê "muitogorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado", mas decide queagora não há tempo para consertar essas coisas.Então, sai assim mesmo..
*
Aos 40 anos ela olha pra si mesma e se vê "muitogorda/muito magra, muito alta/muito baixa, com cabelo muito liso/muito encaracolado", mas diz: "sou uma boa pessoa" e sai mesmo assim...
*
Aos 50 anos ela olha pra si mesma e se vê como é.Sai e vai para onde ela bem entender...
*
Aos 60 anos ela olha pra si mesma e se lembra detodas pessoas que não podem mais se olhar no espelho. Sai de casa e conquista o mundo...
*
Aos 70 anos ela olha pra si mesma e vê sabedoria,risos, habilidades... Sai para o mundo e aproveita a vida...
*
Aos 80 anos ela não se importa muito em olhar pra simesma. Simplesmente põe um chapéu violeta e vai se divertir com a vida...
*
TALVEZ DEVÊSSEMOS POR AQUELE CHAPÉU VIOLETA MAIS CEDO...
*
Como quase todo texto de e-mail, veio com uma autoria duvidosa. No caso, foi atribuído à Mario Quintana. Porém procurei na web e encontrei nada que confirmasse ou não.

domingo, 22 de junho de 2008

Encenando


Ás vezes o que eu preciso é não saber. Ou então esquecer. Ou ao menos dormir. Dormir prá esquecer e não saber.
Mas a teimosia de ver e saber é maior. Essa terrível ditadura de tomar conhecimento de tudo, de perceber as entrelinhas, de notar as críticas disfarçadas de elogios.

O jeito é entrar nessa grande encenação. Todos em suas marcações, dizendo direitinho suas falas, com a dramacidade necessária a cada cena. Mas sem esperar os aplausos ao fim do espetáculo.




terça-feira, 10 de junho de 2008

Isso não vai bastar.

Eu não quero esperar o dia todo, até você chegar. Eu não mereço isso!
Mas também não quero me conformar, cantando uma canção dos Beatles.

Ainda penso em ti.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A reunião

Já se podia sentir o aroma do café coando, vindo da copa. Era a promessa de um pouco de calor naquela sala de reuniões, na fria tarde de maio.
As pessoas que já haviam chegado mal se olhavam, contrafeitas. Havia silêncio,mas não havia tranquilidade nos rostos contraídos. Alguém afagava discretamente o estômago tentando em vão aliviar a queimação. Se percebia três pares de pernas balançando por baixo da mesa.
Finalmente a copeira apareceu com uma bandeja com o café e água. Se não foram desatados, ao menos, alguns nós foram afroxados nas gargantas com a passagem dos goles de café.
O motivo da reunião chegou de terno escuro, nunca as pessoas naquela sala o haviam visto vestido assim. Trazia uma pasta aparentemente pesada e cheia de papéis e acompanhado de seu advogado. Todos os olhares se fixaram neles, alguns tentando justificar que não tinham opção, outros neutros e por fim os olhares de desprezo.
- Boa tarde!
- Nem tão boa assim.
Dois pares de olhos duelaram ferozmente.
E pouco tempo a porta se fechou, com a chegada dos últimos esperados.
Mais um destino se definiu assim.

terça-feira, 18 de março de 2008

Parti agora


Fazendo uma limpa de papéis de anos letivos passados, encontrei:

"Olhe apenas uma vez para mim
Não faça perguntas que você pode responder
Olhe apenas uma vez para mim
E só assim talvez você poderia entender
Que esse dia não terá mais fim
Acontecerá vez após vez em minha mente
Olhe apenas uma vez para mim

Seu sorriso afasta furacões, mas eu gosto das tempestades. Por isso parti agora que você está onde eu mais queria que você estivesse.

Vi na tv que na verdade as mulheres são atraídas pelos cheiros dos caras. Nada de rostinhos bonitos, charme, inteligência, senso de humor ou carro importado. Simplesmente o cheiro. Mas não o do perfume e sim o natural.
Acredite, só isso explicaria tudo!

Eu ainda fecho os olhos e chamo por ti."

Esse é o 100º post. Parabéns prá mim!


quarta-feira, 5 de março de 2008

Devastação


Devastação
Olhos fixos no fundo de um copo rachado
Uma prece murmurada entre desvarios.
É como se eu não dissesse nada, como se faltasse nada, como se...
Ilusão ou meus sentidos estão aguçados.
Não te entendo enquanto não falar o que desejo ouvir.
Só considero a hipótese de um pensamento em forma de vida
Oceano ou deserto, tanto faz.
Bolha sonora me isola, me conforta, me expõe
Uma carranca entre brinquedos quebrados.
Devastação
Uma carranca entre brinquedos quebrados.
Bolha sonora me isola, me conforta, me expõe
Oceano ou deserto, tanto faz.
Só considero a hipótese de um pensamento em forma de vida
Não te entendo enquanto não falar o que desejo ouvir.
Ilusão ou meus sentidos estão aguçados.
É como se eu não dissesse nada, como se faltasse nada, como se...
Uma prece murmurada entre desvarios.
Olhos fixos no fundo de um copo rachado
Devastação

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Novo prazer

Como uma casa que ficou temporariamente desabitada, venho aqui prá varrer um pouco da poeira. Não é por falta de contos, tenho uns 4 prá terminar. Um dia quem sabe...

Ultimamente tenho me entretido com a vida real. Com muito atraso, finalmente me rendi ao fotolog . A coincidência é que no mesmo dia minha câmera quebrou... Tenho achado interessante observar o fotolog de alguns conhecidos. Descobri informações que não sabia sobre essas pessoas e, confesso, tem sido muito interessante.

E mais uma vez me questiono sobre a exposição que nos submetemos na internet. Realmente se não tomar cuidado, acabamos com a nossa própria privacidade. Sem previsão de prêmios, entramos em verdadeiros reality shows. É o Big Brother do computador.

Há um tempo atrás, vi na TV uma mãe contando sobre um golpe que a família dela sofreu por causa dessa exposição na internet. A filha dela contou que iria prá um país do exterior (não lembro) incluindo datas e todo o roteiro de cidades, numa comunidade do Orkut. Como parece que a menina deixava aparente o telefone da casa dela, se aproveitaram. Num dia em que seria certo que a menina não poderia ser facilmente encontrada por telefone (ela já estava viajando) a família recebeu um telefonema de um suposto sequestrador, sendo que no fundo uma garota gritava pedindo socorro à família. Ai, já viu! Até ver que "boi deitado não é vaca" e que era um golpe, a família sem poder localizar a filha (que na verdade estava a salvo passeando)se desesperou. Não lembro se pagaram o tal resgate, mas essa história mostra o perigo que corremos.

O negócio é entrar numa de mostra-esconde. Esse mundo está nos deixando cada vez mais paranóicos!

Mas voltando ao fotolog... hehehehe Bem, quem quiser visitar minha página, fiquem a vontade: link . Não sou a Mari Moon, mas nem essa é a minha intenção! E se eu estiver expondo muito a minha vida, por favor, me avisem!!!!




Mombojó - Novo Prazer + Nem Parece

Dica prá quem é de Salvador: show do Mombojó dia 23 às 21 hs na Praça Pedro Arcanjo, Pelourinho.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Old Men On The Block


Quando eu tinha 11 anos de idade (no longínquo 1991) assim que descia do ônibus que me trazia da escola, ia direto pra banda de revista. O objetivo era comprar mais figurinhas e todas as revistas possíveis que tivesse sequer uma fotinha dos meus amores, ou seja, New Kids on the Block. As fotos e matérias iam para a minha pasta de recortes e os pôsters iam para a parede de meu quarto.

Criado em 1984 pelo produtor musical Maurice Starr, era para ser uma versão de garotos brancos, originários de Boston, do New Edition. Demorou 4 anos e 2 álbuns para estourarem, mas quando aconteceu, se tornou um fenômeno que conseguiu durar por mais 4 anos, deixando os rapazes milionários. Vários produtos foram lançados com os cinco rostinhos bonitinhos, entre eles revistinha em quadrinhos, que no Brasil teve 18 edições. No total foram 6 álbuns lançados, sendo: 4 de inéditas, 1 de natal e 1 com os sucessos do grupo. No total foram vendidos mais de 50 milhões de discos no mundo. Foram os precursores das boys bands que viria depois como Backstreet Boys, N’Sync, Five, e porque não dizer, as Spices Girls.

Tudo muito lindo, tudo muito maravilhoso, tudo muito nostálgico!

Até que me deparo com a notícia que o grupo pretende voltar, passados mais de 10 anos da separação. Será que, depois de ser a versão branca do New Edition, agora querem ser a versão masculina das Spices Girls??? Na época, um dos fortes do grupo eram as coreografias, mas fico imaginando como seria hoje eles dançando, afinal estão beirando os 40. Se bem que são capazes de tocarem instrumentos ou ficarem só cantando mesmo, mas ai não seria mais o New Kids on the Block.

Tendo em vista que ainda existem comunidades de orkut e blogs dedicados ao grupo por fãs que sonham com Jordan Knight, acho que se retornarem terão um bom retorno financeiro e alguma projeção na mídia, coisa que não têm há algum tempo, conseguindo alavancarem suas carreiras individuais.

Quanto à mim, pretendo ver os vídeos no Youtube por curiosidade, torcendo para que não passem nenhum vexame muito grande. Se bem que eu vou rir e muito! Ah, quem sabe, também vendo minha pasta de recortes por alguma pequena fortuna???

É... passaram-se 17 anos... Quem diria?



Esse texto será postado também no La Cumbuca. Conheça!!!

sábado, 26 de janeiro de 2008

Uma tarde com João Ubaldo Ribeiro

Já acreditei que Salvador não tinha uma programação cultural rica que fizesse jus à seu tamanho. Porém estava enganada. Se de um lado não chega aos pés da diversidade de eventos de São Paulo e Rio de Janeiro, também não é o deserto mono cultural que eu via. O problema é que eu era mal-informada. E a culpa não era só minha, mas também da falta de divulgação maciça que há dos eventos que não sejam shows de axé e pagode das bandas já consolidadas. Mas através de algumas pesquisas por comunidades de orkut, sites de jornais e etc, descobre-se os eventos na cidade.

Numa dessas comunidades, estava divulgado que haveria um pocket show gratuito com o escritor João Ubaldo Ribeiro. Sendo que não havia nenhuma resposta no tópico. Tive a impressão que só eu li. Ou então que era um engano ou uma brincadeira...

Mesmo desconfiada, marquei com todas as minhas amigas para nos encontrarmos no local do pocket show. Pelo menos alguma tinha que aparecer!!! Nenhuma delas havia sabido que haveria esse evento. E olha que pelo menos 2 delas se declararam fãs do escritor! Como é que podia??? Ninguém sabia??? Será que iria acontecer mesmo??? Respirei aliviada quando minha mãe comentou que hoje ouviu "alguma coisa sobre isso" no rádio.

Graças à Deus, duas amigas atenderam a meu chamado, sendo que uma levou uma pequena caravana. No mesmo lugar, ocorria uma Feira Hype. Enquanto escolhia pulseiras enroladas em tiras de pano colorido, observei o público.

A grande maioria se encaixava no perfil "indie-universitário". Confesso que como já esperava isso, tanto que me vesti à caratér. O uniforme jeans-bota-blusa-preta deu lugar à um vestidinho com estampa geométrica, all star, bolsa de pano vermelha com retalhos, cabelo solto com a franja partida de lado e delineador nos olhos. Foi o mais indie que consegui chegar e acho que ninguém percebeu meu esforço.

Finalmente iniciou-se o pocket show. Realmente o João Ubaldo é muito simpático! Pelo menos ele foi. E de uma paciência... Falou de quando era estudante fazia as redações dos colegas em troca de pastel e coca-cola, a hipocrisia com que é vista a produção por encomenda de livros, de Itaparica, do lulismo (Gente, quando chegou nesse ponto, ninguém queria fazer perguntas sobre outro assunto!), de como é o processo criativo e etc... Engraçado foi quando uma professora de literatura fez uma pergunta usando aquelas palavras bonitas, mas que ninguém que não seja da área entende. João Ubaldo não entendeu, inclusive! rs

Mas, aí entendi qual seria o motivo de não ter sido tão divulgado. A platéia estava repleta de estudantes de Letras, jornalistas e professores. Deveria, então, ter sido divulgado só prá esse "público seleto"...

Saquei meu livro de 1981, "Livro de Histórias", que minha mãe havia comprado pelo Círculo do Livro, para o tradicional autógrafo. Um monte de gente já estava em cima do autor, esticando livros para as assinaturas, flashs pipocavam, todo mundo querendo fazer uma última pergunta pessoalmente, ou falar de quem é filho ou neto. O pessoal da produção falou que os autografos seriam dados numa outra mesa, de forma organizada. Eu e um grupinho fomos fazendo nossa filinha. Mas, cadê o homem? De longe víamos que João Ubaldo continuava no mesmo lugar cercado de umas dez pessoas. Mas eu tava confiante que ele viria à mesa nos atender.

Que ilusão a minha! Ele tava com pressa de voltar a Itaparica. Mas como assim, se é logo ali, e logo se chega à ilha? Um dos rapazes da produção veio até nós na fila e nos avisou que era pra gente correr e colar no escritor, que ele já estava de saída. Claro, corremos e João Ubaldo já irritadíssimo! Peguei uma caneta na bolsa e estendi junto com o livro. Ele deu autografos apressados, entre gritos para a filha o tirar de lá.

Sim, aqueles riscos-pseudo-escrita-cardiograma-morre-não-morre da imagem acima é o autografo do homem. Eu devia ter fotografado, para que acreditem, mas como poderia fazer isso naquela pressa, naquela confusão???

Fui lanchar e dez minutos depois, quando retornei ele já havia ido embora. Ainda dei uma volta, mas uns vinte minutos depois já estava no meu ônibus de volta. Como o trajeto demoraria quase 1 hora, aproveitei pra abrir o livro recém-autografado para lê-lo pela primeira vez.