Lúcia se olhava no espelho e sentia que era especial. Tinha olhos amendoados como se ninguém mais tivesse. Tinha cabelo comprido de escuras ondas. Era especial! Mal ela sabia que ser especial é ser igual à todas Lúcias, a todas que se olhavam no espelho, todas de olhos amendoados e cabelos com escuras ondas.
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Demostenes tinha vergonha de seu nome. Nome é identidade, é quem você é. Ele não queria ser Demostenes. Demo o quê? Nunca mais ouvir essa pergunta era o que desejava. Demo... Só podia ser coisa do Demônio mesmo, pensava batendo três vezes na madeira. Mas é o nome do médico que salvou sua vida em teu parto, menino! Não adiantava a mãe repetir. O Doutor Demostenes nem se lembra de sua existência. Mas o nome acabou sendo para sempre. Demo o quê? Demostenes. Como se soletra? D-E-M-O-S-T-E-N-E-S. Qual é mesmo a letra depois do T? Hora da chamada. Quando a professora fala seu nome, risadinhas. Dedé... liga não, porque eles são uns bobos. Não me chame de Dedé! Achava que esse apelido o idiotizava. Antes do médico não o ter salvo. E se fosse uma médica? Ele corria o risco de se chamar Ana Maria. Pelo menos as pessoa ssaberiam como escrever. Pelo menos não haveria as risadinhas. Tá bom! Teria risada sim por que menino não pode ter nome de menina. Mas ao menos não ouviria a temida pergunta: Demo o quê? Só podia ser coisa do Cão! E se benze.
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-No fundo, no fundo o que todos almejam é a felicidade. Quando fulaninho ou fulaninha fala: “eu quero conhecer a Europa”, “eu quero casar”, “eu quero trocar o forro do sofá” ou “eu quero morar na praia e ter uma pousada” nada mais é porque acha que isso lhe fará feliz! – disse Telma, batendo com a mão na mesa de plástico, fazendo sacudir as latas vazias a cada tapa.
- Xiii... Baixou a filósofa! – brincou Cida, pra risada de toda na mesa.
- Eu tô falando algo muito sério! É só parar pra perceber! Embaixo de nossos desejos sempre está o ideal da felicidade.
- Ideal da felicidade? Então ninguém nessa vida é feliz? Porque se é um ideal, é porque ninguém é. – considerou Kelly.
- Realmente eu sou uma pessoa muito triste! Minha vida tem nada que preste! Esperem ai que me suicidar ali por 2 minutos e já volto – disse Cida, arrancando mais risadas, indo ao banheiro.
- Mas ai é que está! – falou Telma dando outro tapa na mesa.- A gente não quer essa felicidade ralé, cotidiana. O que todos querem é a felicidade a bordo de um carrão importado, uma felicidade que resida numa casa com piscina, que vista roupa de marca, essas coisas...
- Eta, Telma! Você vai dizer que esse tal ideal de felicidade é igual pra todo mundo? Que felicidade seria se a gente estivesse tomando champagne e não essa cerva aqui maravilhosa? – considerou Kelly – Eu prefiro minha cervejinha com as minhas amiguinhas e tals.
- Eu tô falando algo muito sério! É só parar pra perceber! Embaixo de nossos desejos sempre está o ideal da felicidade.
- Ideal da felicidade? Então ninguém nessa vida é feliz? Porque se é um ideal, é porque ninguém é. – considerou Kelly.
- Realmente eu sou uma pessoa muito triste! Minha vida tem nada que preste! Esperem ai que me suicidar ali por 2 minutos e já volto – disse Cida, arrancando mais risadas, indo ao banheiro.
- Mas ai é que está! – falou Telma dando outro tapa na mesa.- A gente não quer essa felicidade ralé, cotidiana. O que todos querem é a felicidade a bordo de um carrão importado, uma felicidade que resida numa casa com piscina, que vista roupa de marca, essas coisas...
- Eta, Telma! Você vai dizer que esse tal ideal de felicidade é igual pra todo mundo? Que felicidade seria se a gente estivesse tomando champagne e não essa cerva aqui maravilhosa? – considerou Kelly – Eu prefiro minha cervejinha com as minhas amiguinhas e tals.
- Muito bem, amiga! - comemorou Cida.
- Se bem que - completou Kelly- se o Gianecchini baixasse aqui e viesse cantar só prá mim com aquele olhar de "me coma" aquela música da propaganada do Mon Bijou, eu seria uma pessoa muuuito mais feliz!
- Viiiiva Salvador! - brindou as amigas entre risadas.