Acordei já tarde. Provavelmente o despertador tocou, eu o desliguei e voltei a dormir como de costume.
Tinha consulta marcada para as 8h. Lembro que voei da cama para o banheiro e de lá para a rua. Se eu não me engano, assim que cheguei no ponto, o ônibus passou. Cheguei em cima da hora da consulta. No retorno, o ônibus já estava no ponto e tive que sair correndo e gritando para conseguir alcançá-lo.
Cheguei, nem sei se tomei outro banho, mas fui dormir.
Acordei lembrando que ainda não havia comido nada naquela manhã. Logo eu, que sinto tonturas só em pensar de passar da hora de comer. Foi a correria ao acordar!
Fiz café e tomei com um pão com geléia. Li um pouco e voltei a dormir por cima do livro. Eu costumava acordar por volta das 9h. Se acordasse um pouco mais cedo que isso, era motivo prá passar o dia sonolenta. Minha única ocupação era a faculdade que fazia de noite.
Engraçado, eu sempre fui daquelas pessoas que acordam ou chegam e casa e ligam logo a TV. E nem sou de dormir desse jeito! Mas aquela manhã também não tinha nada de anormal. Estava destinado para ser um daqueles inúmeros dias, sem contratempos, que logo esquecemos.
O telefone tocou, me acordando. Era minha mãe:
- O que está acontecendo no World Trade Center?
- Como é que é?
- Nas Twin Towers.
-Ãhn?
-Você não ta com a TV ligada, não? Tão dizendo aqui no trabalho que está havendo algo nas Twin Towers.
- O que é “Djuin tauers”? – Eu não sabia nem que era eu, acordada com essa ansiedade toda, imaginem...
- Em Nova Iorque. Liga a TV, Vanessa!
- Ta tendo um incên...
Quando vi as imagens da primeira e depois a segunda torre caindo, eu cai no chão de susto! Deviam ser imagens recapturadas do que já havia ocorrido.
-O que foi? O que foi Vanessa?
Eu fiquei zonza.
-Caíram, mãe! Os prédios do World Trade Center caíram. As duas!
-A partir de hoje, o mundo nunca mais será o mesmo!
Lembrei que dois anos antes estive em Nova Iorque e usava as torres do World Trade Center como ponto de referência. Não sei quem nunca as viu de perto, tem noção do tamanho que aqueles prédios tinham.
Na faculdade, não houve outro assunto. Por mais que parecesse tão longe de nós, não impedia uma certa tensão.
Devido ao ocorrido, gravou-se na minha memória aquele dia que prometia ser tão banal.