Já chegou ao ponto de ônibus ansiosa. Olhou o relógio. Olhou um lado da rua. Na outra direção também por hábito. No outro lado da rua passava um ônibus que também passava em seu destino, mas o trajeto era tão demorado! O desse lado de cá é bem mais rápido.
Está vindo um. Será ele? Não é. Olha o relógio. Pessoas correm para subirem no ônibus. E ela fica.
Minutos se passam. Uma criança chora perto, mas não vira o rosto para ver. Aperta a bolsa com o braço contra o corpo. Olha o relógio.
No ponto em frente, o ônibus de percurso maior. Quase vazio. Será que deveria atravessar e pegar ele. O ônibus começa a andar. Ai, devia ter pegado esse mesmo! E se o outro demorar? O ônibus vira uma esquina. Devia ter pegado esse mesmo!
Não se ouve mais o choro. Adolescentes passam rindo. Outro ônibus chega, mas não é ainda o seu. Olha o relógio.
Pessoas chegam, pessoas pegam suas conduções e ela ali esperando. Olha na direção em que o ônibus que espera, devia vim. Nada! Só carros e motos.
Pensando bem, aquele outro ônibus nem tem o percurso tão maior assim. A diferença deve ser de uns dez minutos. Melhor que ficar esperando no ponto.
Atravessa a rua de duas mãos com dificuldade, devido ao trafego de carros. Pronto! Logo estará à caminho de seu destino!
Quando olha para o outro lado da rua, mal acredita em ver o ônibus do percurso menor. Tenta atravessar, mas nenhum motorista se sensibiliza em deixá-la passar. O ônibus segue o seu caminho, deixando-a ali: parada no ponto.