Desde 2006 servindo algumas lasanhas e muitas abobrinhas.

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terça-feira, 25 de setembro de 2007

Primavera


Pensem bem: a primavera é uma época tão boa assim?
Tudo bem que é muito romântico pensar em flores, borboletas e tudo mais. Mas pelo menos prá mim esse é justamente o momento mais tenso do ano: terceira unidade virando quarta, ano terminando e eu pensando nos inúmeros relatórios de alunos para escrever, avaliações, eu cansada e os alunos também ...
Quando a primavera começa, tudo que eu quero é que ela termine!

Aaaaaaaaaaaaahhhhhhhhh! Quando a primavera acabar será tãããããããão booooooooooom!!!
(E eu estarei de férias!)

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Uma das Chiccas.

Coisas sensacionais vêm ocorrendo em minha vida desde que saí da inércia e me aventurei à conhecer uma galera de uma comunidade do Orkut, Los Hermanos- Salvador.
Mas a "The Best of" com certeza é um sonho, que está aos poucos se tornando realidade, chamado Las Chiccas.
Comemorei meu aniversário numa barraca de praia que ia rolar o som de umas bandas madrugada a fora. Ao som de uma delas, a Charlote, enquanto elogiavámos o som, soltei quase que sem querer:
- Vamos fazer a nossa própria banda?
- Vamos! - foi a resposta quase em uníssono de minhas amigas.
- Eu vou ser a vocalista. - disse Deise, que comemorava também o aniversário.
- Eu vou ser a tecladista! - respondi.
E assim, uma à uma escolheu seu instrumento, ficando a banda com: vocalista, 2 guitarristas, tecladista, baixista e baterista. Faltava o quê? O nome!
- Las Hermanas... melhor: Las Chiccas!
E assim foi!
E essa conversa que poderia ter sido deixada prá lá, foi levada à seríssimo!
Só havia um pequeno detalhe: tirando as guitarristas que arranhavam no violão, nenhuma outra sabia tocar...
Mas isso é bobagem, né? Definimos o repertório, as regras, a grafia do nome, criamos comunidade no Orkut e... corremos atrás do prejuízo!
De minha parte, duas semanas depois da criação da banda já estava encomendando meu tecladinho Casio via net e providenciei minhas aulas pra aprender a tocar.
Bem, de lá prá cá até composições fiz! E aos poucos, devido ao nosso aprendixzado dos instrumentos, vamos indo! Devagar e sempre!
Mas por que logo hoje estou postando isso tudo?
Por que hoje considero um dia ímpar para a banda! Há 2 motivos prá isso:
  1. Primeiro que abandonei minhas aulas de teclado, que estavam me deixando nada feliz... Não que tenha desistido do teclado, mas vamos dizer que a "metodologia" do meu professor não me deixava muito feliz. Tanto que tava até evitando pegar no teclado só de pensar nos exercícios que teria que fazer. Nada contra o cara, que realmente é um tecladista excelente e gente-boa, mas... Mas decidir retomar o prazer de pegar no teclado prá treinar!
  2. Ita, minha amada amiga e baterista da banda, com certeza a pessoa que mais tem se aplicado em aprender, ganhou uma bateria de estudo. O bem-feitor foi Cury, que além disso fez um texto sobre minha amiga. Por isso prometo aqui publicamente não mais esculhambar as letras das canções flower dele!!! (Mas só as que ele também compôs, já as outras... hihihi )

Aguardem os próximos capítulos!!! hehehehehe

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Digam

Digam a ele que estou bem.
Que ando bebendo
Mas não é sofrimento.
Por que chorar se há cem
Motivos prá eu ficar bem?
Eu não sinto saudade.
Aproveito a cidade
Nos braços de amigos,
Bocas de desconhecidos.
Escondam a realidade!

(Eu acho que ando ouvindo muito o cd da Amy Winehouse...)

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Auto da Aula Magna.

Em um ensolarado domingo, retornava para casa, quando vi um outdoor anunciando uma aula magna com Ariano Suassuna em Salvador. “Tenho que ir, custe o valor que custar o ingresso!!!” Uma rápida pesquisa pela web e descubro que era apenas para professores, alunos e convidados de uma faculdade particular. Bem, eu não sou professora nem aluna da faculdade... Como poderia me tornar então convidada??? Eu preferia que fosse logo pago e bem caro do que apenas para convidados, que assim pelo menos teria uma chance de poder ir. Eu não acreditava que perderia essa chance...

Mas não perdi! Tanto chorei e me lamentei aos quatro ventos que acabei conseguindo aos 42 minutos do segundo tempo que meu nome entrasse na lista de convidados. Se eu já falava muito sobre o assunto antes de saber que iria, imagina depois! Não tinha outro assunto para mim! Meu disco arranhou no “eu vou ver Ariano Suassuna” que eu não saia disso! Agora, era só esperar o grande momento!

Vocês acreditam que até engraxei pessoalmente meu sapato especialmente para o evento? Pra quem me conhece, sabe que isso é um feito quase que inacreditável! Munida de meu livro- tijolo de quase 800 páginas “(...)A Pedra do Reino(...)” (quem sabe não conseguiria que fosse autografado) e vestindo uma roupa de “ir ver Deus” fui trabalhar para no anoitecer ir pro hotel onde seria a aula magna.

Duas horas antes do evento cheguei ao hotel descabelada e suada. Se eu não estivesse bem vestida, o segurança da portaria do hotel (que é caríssimo) seria capaz de me proibir de entrar. Mas também depois de um dia de trabalho e de ter andado até o hotel que fica na orla e àquele horário ventava muito, como poderia ter chegado. Mas nada que uma passadinha no ‘toilet’ (nesses lugares até o som das descargas são em francês) não tivesse resolvido! Me informei onde seria e me posicionei na “ante-sala” estrategicamente em um local onde pudesse a menor chance sair correndo para ocupar a primeira fileira de cadeiras. Fã é não ter muita compostura, mas até que eu tava mantendo a pose!

Quando vi um grupo de pessoas se dirigindo ao andar superior onde seria o evento, fui junto, óbvio! O auditório estava fechado e se ouvia gritos estridentes do ensaio da homenagem ao escritor. Eu achei isso meio inusitado, mas tudo bem! As notícias eram que o auditório, que era chamado de “Salão”, tinha capacidade para 1500 pessoas porém 3500 pessoas se inscreveram... Decidir ficar plantada em frente à porta para quando essa se abrisse, eu pudesse logo entrar. Porém veio uma funcionária que com uma conversa muito mansa, tentava convencer de que descêssemos para esperar na “ante-sala”. Fazer o que? Tive que ir!

Pediram-me que apresentasse o convite. Que convite? Ain... E meu nome não constava na lista de convidados. Senti todos me chamando de “penetra” com o olhar. Ligações e ansiedade. Enquanto isso via as pessoas assinando suas listas e fazendo um fila enooooooorme para poder subir. Vinte minutos depois a lista com meu nome chegou. Esses 20 minutos pareceram 2 horas. Mas felizmente foi diretamente conduzida pelo elevador pra o andar superior e pude, antes de todas as pessoas da fila, entrar no Salão. Só havia umas 10 pessoas, fora quem estava trabalhando no evento. Sentei-me na quarta fila, já que as três primeiras já estavam reservadas.

Já estava respirando tranquilamente quando vejo Ariano Suassuna entrar cercado por uma senhora e três homens engravatados e sentar na primeira fileira. Quase tive um cuti-fiu por causa de um homem de 80 anos de idade! Peguei meu livro e minha Bic e fiquei naquele impasse “vou-ou-não-vou”. Levantei com meu livro na mão e o cara em frente ao escritor fez uma cena de nem venha (eu devia estar com uma cara de psicopata).
- É rapidinho! É só pra pedir um autógrafo no meu livro! – sussurrei-lhe mostrando a capa do livro. O cara concordou e fui tremendo mais que vara verde.
- O senhor poderia me dar o prazer de autografar meu livro? – disse já entregando o livro e a caneta.
- Qual o seu nome?
- Ãhn?! (Sim, eu sou uma idiota.)
- Qual o seu nome?
- Vanessa.
Eu tremia! No fim, com um sorriso de orelha à orelha, agradeci emocionada.

De volta a minha cadeira, enquanto contemplava milhares de vezes meu autógrafo, via pessoas indo falar, abraçar, tirar foto e etc. Autógrafo em livro mesmo, só mais um ou dois. Era um tal de pipocar flash na cara do Suassuna que não tinha fim.

Finalmente começou e com a apresentação de um trecho da peça “Uma mulher vestida de sol”. Ah! Entendi o porquê dos gritos! No fim, a atriz se dirigiu ao escritor e o conduziu à frente do palco. A mesa de honra foi composta, uma professora puxou o grito de guerra da faculdade e de cada curso, a mesa foi desfeita e ufa... começou a aula magna!

Com o humor fino, usando de ironia e demonstrando uma memória impressionante, Suassuna mais uma vez fez a defesa da cultura popular brasileira. Eu, maravilhada, solvia cada exemplo e história contada. Nem me atrevo à tentar reproduzia aqui, pois minha memória não é tão detalhista. Só posso dizer que foi maravilhoso e se puderem, não perca a chance de assistir a uma palestra / aula magna dele. Quando terminou, ficou a sensação que foi muito pouco.

Continuaram as homenagens: dois estudantes da faculdade tentaram recitar de cor duas poesias do autor, sendo que o primeiro ainda levou a cola e levava uns bons 3 segundos pra se achar e a segunda foi sem cola e esqueceu, recomeçou, esqueceu, Suassuna foi dando as deixas, ela sem captar e por fim o próprio Suassuna acabou terminando de recitar a poesia. A estudante, claro, teve uma crise de choro. Se até eu fiquei morta de vergonha, imagina a própria... Elegantemente, Suassuna tomou o microfone e justificou que sua poesia é realmente difícil, explicou o queria dizer a poesia e disse que a culpa da menina ter feito aquele papelão era dele. Ele é um fofo! Por fim, um professor da faculdade leu uma poesia do autor e recitou por uns 8 minutos outra dele próprio. Finalmente entregaram uma placa ao escritor e o evento estava encerrado.

Ain... quero de novo!