Desde 2006 servindo algumas lasanhas e muitas abobrinhas.

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sábado, 30 de junho de 2007

Primeiro saldo de 2007


Metade do ano já se foi, oficialmente! Nesse domingo inicia-se o mês, o semestre e... a semana. Oh, 2007 já está escorrendo pelos dedos? Claro que ainda não cumprir nem um terço das minhas promessas de Reveillon, mas também não posso considerar que esteja no preju.
O dia... quer dizer, a data já que ainda é noite, de 01 de Julho de 2007 passo entre malas que estão sendo desfeitas. Hoje, depois de horas de atraso do vôo, retornei á minha amada Salvador. (Sinto que essa viagem, e principalmente as impressões que me gerou, será tema de um ou mais posts.)
Revendo aqui as fotos que estão no PC desse ano, vejo o quanto me divertir e produzir no trabalho. Isso me deixa feliz! Tudo bem que daqueles quilos que prometi emagrecer, além de não perder, adquirir outros 2. Tudo bem que de maneira bem hardcore fui maltratada pela razão de meu afeto. Tudo bem que recebi uma rasteira financeira. Tudo bem que Los Hermanos entraram em recesso por tempo inderteminado (gente, essa frase é piada). Mas o saldo ainda continua bem positivo!!! Duas belas viagens, finalmente me ajustar à meu trabalho, terminar minha pós e estar aprendendo à tocar teclado (um desejo já antigão que resolvi botar em prática) são os destaques desse semestre.
Mas tem uma nova promessa que pretendo fazer aqui de modo público porque vou sim cumprir: me aproximar de velhas amigas queridas! Ano passado minha vida social deu uma reviravolta e por causa disso acabei me afastando de amigonas que tenho. A novidade sempre parece mais interessante, mesmo que seja perecível. Eu nunca me esqueci de minha amigonas, mas me esqueci de dizer e provar isso prá elas. É um perigo isso! Elas são as pessoas que são a minha base, o meu colo e as pessoas por quem mato e morro. Então, como pude me afastar assim? Isso vai mudar!!!
E você? Qual sua promessa prá essa metade final de 2007?

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Óia o São João!!!


Chegou o momento festivo que eu mais gosto no ano: as festas juninas. Gosto porque mais do que serem festas religiosas, são sobretudo festejos em que são celebrados símbolos culturais do Brasil e principalmente do Nordeste. E são uma delícia, principalmente nas escolas!!!
Uma das coisas que mais gosto de ser professora de séries iniciais são essas festinhas tipicamente escolares, eu admito. E na época junina é uma farra! Dias antes levo músicas e textos relacionados ao tema, faço junto com os alunos listas de comidas típicas (Hum! Dá uma fome!!!), é ensaiada a quadrilha, se decora a escola com banderolas e balão de papel...
Na festa junina me visto de caipira (fico ou não fico uma gracinha? hahahaha), assim como as crianças. E elas ficam tão fofas! Geralmente os vestidos e camisas dos meninos são necessariamente "caipiras", já que trabalho numa comunidade carente, mas mesmo assim as mães trançam e colocam fitas nos cabelos das meninas e os meninos vem com o barba e bigode pintados de lápis de olho. Lindos!
Mas uma das coisas que mais me dá gosto é vê-las comendo com tanto gosto milho, amendoim, canjica, laranja, cuscuz e outras delícias juninas, ao ínves dos habituais (e, argh, infelizmente amados) salgadinhos. Além disso, encenamos o casamento na roça, perpetuando essa tradição, assim como a quadrilha, brincadeiras e as cantigas juninas.
A parte ruim dessa época são os sustos na rua com o barulho e a fumaceira das bombinhas... Haja coração!
Feliz São João para todos!!!
(Retornarei próximo mês, afinal mereço um pequeno recesso e irei viajar. Aguardem a resenha da viagem!)

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Desde que eu possa usar o meu All Star

(Uma singela homengem à Mila Barros e todas as pessoas que não podem usar o querido All Star no ambiente de trabalho. )

Ai, minha mãe. Não precisa mais me lembrar!
Eu sei que já tá mais que na hora de começar a trabalhar.
Contribuir em casa, poder minhas próprias coisas comprar.
Eu vou arranjar um emprego, pode ser em qualquer lugar.
Desde que eu possa usar o meu All Star.

Minha mãe, agora que a escola vai terminar.
É hora de virar adulta de fato e começar a trabalhar
Vou percorrer toda cidade pra meu currículo espalhar
Vê se arranjo um bom trabalho, de manhã cedo acordar.
Desde que eu possa usar o meu All Star.

Usando tênis se pode ser competente, eu vou provar.
Não é apertando meu pé que minha eficiência irei mostrar
Prefiro meu pé confortável pra poder melhor trabalhar
E nos dias de chuva das poças de água meu pé salvar
Desde que eu possa usar o meu All Star

Mãe, essa minha condição terão que aceitar!
Nem adianta você vim com essa idéia de sandália alta comprar!
Eu não vou me sentir bem, eu não quero representar.
Eu juro ser uma boa funcionária, eles vão gostar.
Desde que eu possa usar o meu All Star.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

E-mail prá amante do marido.

Mais uma da série “Nada se cria, tudo se copia” diretamente de um e-mail que eu recebi em Outubro de 2004. Autor(a) desconhecido(a). Pelo menos, eu não sei quem é...

Assunto: PARABÉNS! MEU CASAMENTO ACABOU

CARA MARCELLA,
DARIA TUDO PARA ver a sua cara ao encontrar este e-mail entre os vários que meu marido escreve para você. Não me interprete mal; não estou escrevendo para provocar nem criar caso. Quero apenas ser a primeira a dar uma notícia do seu interesse, e como sei que vive conectada à internet... A menos que o Ailton já esteja aí e tenha estragado a minha surpresa. Ele me disse que ia para um flat, mas você sabe tanto quanto eu (talvez até melhor) que não seria a primeira mentira que ele me conta. Garanto, porém, que será a última. A notícia é justamente esta: acabo de colocar meu marido porta afora, com malas e tudo. Sem volta. De modo que vocês não precisam mais fazer malabarismos para evitar que eu descubra o que já sei há quase um ano. De modo também que, se eu fosse você (e, acredite, houve época em que ser você era o que eu mais queria), começaria a me preocupar se ele demorar a aparecer.
MAS VAI APARECER, SIM. Porque agora você é tudo o que ele tem. Pela primeira vez, vai bater na sua porta não por excesso de tesão; será por falta de opção. E eu queria que você soubesse disso. Passei o Diabo por sua causa e não vou permitir que sinta o gostinho de imaginar que venceu. No final das contas, sempre foi isso, não é? Uma competição entre nós duas. O mais irônico é que o "prêmio" nem é lá essas coisas. Acredita que o desgraçado ensaiou pedir perdão, jurando que o caso de vocês não era nada sério? E olha que não cobrei explicações. Nem ameacei impedi-lo de ver a filha. Só mandei que saísse da minha vida.
PRECISAVA VER o estado em que o Ailton ficou quando chegou em casa hoje e encontrou as malas na porta. Nunca havia passado pela cabeça dele a possibilidade de que eu desconfiasse de algo. Menos ainda de ser dispensado. E daquela forma. Ficou tão desnorteado que me acusou de traição por tramar tudo pelas costas dele. O cínico transava com você e a traidora era eu! Pela primeira vez depois desse tempo todo, tive vontade de rir. Lá estava o infiel, chapado com a descoberta de que tinha sido enganado. Prova de que sou muito mais competente na arte de dissimular. Só eu sei o esforço que isso me custou. Mas, lamentações à parte, foi um alívio colocar um ponto final na situação.
NUNCA MAIS vou olhar para o meu marido imaginando se hoje é o dia em que vai abrir o jogo e acabar com o nosso casamento. Nunca mais vou ter a sensação de ser inadequada, errada, pouca coisa. Nunca mais vou sentir seu detestável cheiro almiscarado entranhado na pele e nas camisas dele. É, foi o perfume que me alertou. Sempre o mesmo, sempre nos dias em que chegava em casa mais tarde, sempre nos mesmos dias da semana. Depois, a desconfiança me fez vasculhar o computador dele e encontrei suas mensagens. Era o único programa protegido. Não tive dificuldade para descobrir a senha, mas fiquei chocada: o filho-da-mãe usou a data do nascimento da nossa filha!
TENHO DE ADMITIR: ele foi bom de serviço. Fora o maldito perfume, não deu nenhuma bandeira. Mas, depois que tive acesso à correspondência de vocês, acompanhei cada encontro, como se estivéssemos os três na mesma cama. Sabe "o lugar de sempre" de que você falava nas mensagens? Eu estive lá. Segui o Ailton. Foi a primeira vez que vi a tal de "sua Marcella" que assombrava meus dias e principalmente minhas noites. Estacionei do outro lado da rua e esperei vocês saírem: duas horas e 35 minutos contados no relógio. Depois que foram embora, entrei. Quando viu que eu estava sozinha, a caixa do motel me olhou como se eu fosse alguma depravada. E naquele momento era mesmo. Havia algo de doentio na minha necessidade de ver o cenário da traição. Sabia que seria coincidência demais ela me dar a chave do mesmo quarto, mas nem precisou. Pela suíte que vi, constatei que o motel era bem mais refinado do que aquele que freqüentávamos no auge do namoro.
HUMILHANTE, NÃO É? Fiz mais. Lembra-se de uma Cecília Matos que ligou para a seguradora em que você trabalha marcando uma entrevista e nunca apareceu? Foi só para ouvir a voz da vagabunda que estava tentando roubar o meu marido. Só que você não tinha voz de vagabunda. E me pareceu muito competente. Entrei em parafuso. O Ailton não estava de caso com uma qualquer. A partir daquele dia, segui você e não só quando estava acompanhada dele. Sei quem são e onde moram seus amigos, a tia querida, até o seu analista. Não me orgulho disso, mas também não me envergonho. Hoje, que tirei o dia de folga só para arrumar as malas do homem com quem vivi sete anos, tinha certeza de estar fazendo a coisa certa. E, de uma forma oblíqua, me vingando.
NÃO SEI NEM QUERO saber o que o Ailton vai contar no seu ouvido. Seja lá o que for, aposto que acreditará na minha versão da história. Afinal, eu sou, sem a menor sombra de dúvida, bem mais confiável do que ele. Sinto falar assim do homem que você ama, mas nós duas sabemos (embora você talvez ainda não queira admitir) que se trata de um canalha. Nada mais explica ter mantido uma vida dupla por tanto tempo. Tentei achar outros motivos afinal, ele também era o homem que eu amava. Acreditei que a culpa era minha. Fiz a mim mesma um milhão de vezes a clássica pergunta: o que a amante dele tem que eu não tenho? Fora cinco anos a menos e um corpo um pouco mais firme à custa de musculação, não encontrei nenhuma vantagem evidente. Somos até parecidas. Não apenas fisicamente. Como você, sou uma profissional bem-sucedida. Tenho muito a oferecer a um homem. Inclusive na cama. Embora essa tenha sido a dúvida que mais me atormentou no começo.
O QUE SERÁ QUE você fazia de tão especial? Quase surtei pensando nisso. Não parava de me lembrar de uma colega da faculdade. Comentava-se que ela tinha orgasmos múltiplos em todas as transas! Ficava imaginando uma cena assim com você e o Ailton, e quem perdia o fôlego era eu. Sentia como se eu fosse morrer. De inveja, de frustração, de humilhação. Felizmente, essa fase de ciúme delirante durou pouco. Foi substituída por um ódio cego, desejo de vingança e, finalmente, lucidez. Se ganhei alguma coisa além de cabelos brancos e um princípio de úlcera nervosa por causa do longo caso de vocês, foi isto: tempo para ir ao fundo do poço e voltar. Compreendi que não se tratava do que você tinha e eu não, mas do que eu tinha e você não. E eu tinha um marido, uma casa e uma criança de 3 anos; uma imagem de porto seguro. Atraente, porém menos excitante.
ACABEI CHEGANDO à conclusão de que o Ailton nos enganava. Nunca pretendeu escolher. E por quê? Tinha o melhor das duas. Por ele, arrastaria a situação indefinidamente. Pior: se fosse pressionado, ficaria comigo. E gosto demais de mim mesma para aceitar uma coisa dessas. Foi por isso que o coloquei porta afora. Por ironia, ele agora é o único que não tem escolha. Quando bater aí, você pode ou não abrir a porta que eu fechei. Não sei qual das opções me daria mais prazer. Enfim, o problema é seu...
Adeus para você também,
Patricia
Na época que eu recebi esse e-mail, repassei prá uma colega de trabalho que estava tendo um caso com um homem casado. Ela odiou o e-mail! Por que será?

quarta-feira, 6 de junho de 2007

O poder da chuva

Claudia era o que se podia chamar de boa moça. Completou o segundo grau no período esperado. Nunca foi exatamente uma CDF, mas se esforçava prá passar de ano. Apenas duas vezes ficou de recuperação, de matemática e física respectivamente, o que a envergonhou mortalmente. Recebeu o certificado de conclusão sem conhecer o que era levar advertência ou suspensão. Muito menos sabia o que era inventar falsas desculpas para fugir das aulas de Educação Física ou filar aula só prá se livrar de alguma aula chata . Provavelmente seus colegas não se lembram mais do seu nome, só têm a vaga lembrança de uma garota tímida, de poucos amigos e que tinha uma mochila cinza.
Ainda no segundo ano arranjou emprego de meio turno numa loja de bijouterias. Não era uma boa vendedora, pois se envergonhava de exibir as peças às clientes ou enchê-las de falsos adjetivos. Porém, por ser honesta foi transeferida prá o caixa. Finalmente a dona da loja pôde aliviada se ausentar algumas vezes no turno vespertino, o de Claudia. Passava a tarde entre notas de compras, cobrando o valor e anotando as comissões das outras vendedoras.
Nunca teve exatamente amigas e sim colegas de escola ou de trabalho e vizinhas. Saia às vezes para o shopping ou cinema com elas, mas nunca conseguiu estabelecer uma relação verdadeira de afinidade. Não que as colegas a rejeitassem, mas o motivo era a irremediável timidez e economia de palavras e risos que Claudia não conseguia vencer. Resultado, nunca havia sido beijada.
Àos 21 anos, a vida de Claudia costumava ser bem CINZA!
Mas não era sempre, pois mesmo naquela cidade de clima seco e quente as vezes acontecia de chover!
Quando chovia uma estranha força se apoderava dela. Aquele som das gotas caindo já a despertava! Enquanto outras pessoas pareciam importunadas, Claudia se sentia como uma criança que ganhou um doce. Não saberia se justificar!
Ela não se lembrava, mas de alguma forma estava registrado em seu sub-consciente a fala de uma personagem de um filme que assistiu quando tinha seis anos, que dizia que a chuva era uma Benção de Deus prá todos nós aqui na Terra. Desde esse longíquo dia, passou à gostar dos dias de chuva.
Só ao saber que uma frente fria se aproximava, seu coração já se acelerava! Vendo o céu de azul se cobrir de nuvens e ir ficando cinza já era um espetáculo para seus olhos. Mal podia esperar prá ver aquelas gotinhas se precipitando do céu. Nas manhãs chuvosas, tomava banho cantando e com alegria saia prá rua com seu guarda-chuva azul, sem se incomodar com as poças de água. Sua atenção se voltava prá aquele sonzinho e a imagem das gramas do caminho ficarem molhadinhas, molhadinhas.
Já se a chuva fosse no momento do retorno prá casa, não abria o guarda-chuva, se deliciando com o banho de chuva. Considerava que aquele banho não era só bom pro corpo, mas principalmente prá alma e pros pensamentos. Era como se fizesse uma limpeza interna, eliminando toda a energia negativa que tinha acumulada. Seguia sem pressa, aproveitando aquele momento sem se importar se a roupa molhada estava transparente ou colada ao corpo. Seguia com um imenso sorriso no rosto e achava graça das pessoas indicarem um local prá ela se abrigar ou um olhar de desaprovação prá seu estado.
O ápice daquele prazer que sentia nos dias de chuva havia acontecido certa feita em que a mãe pediu que fosse com seu carro levar uma encomenda à um bairro relativamente distante. Aquela tarefa que em princípio lhe pareceu tão chata começou a se tornar boa quando no retorno prá casa começou a chover.
Como estava sozinha no carro, começou a fazer um caminho longo prá casa, retardando sua chegada. E achava lindo aquelas poças pertos dos acostamentos! Dava uma vontade de passar por cima sem diminuir a velocidade, levantando assim àgua inclusive prá cima das calçadas e pessoas que nelas estavam... À princípio de conteve, pois sabia que não era certo molhar as pessoas, até que foi irresistível e quando passou na frente de um ponto de ônibus, passou de forma que todas as pessoas ficaram molhadas. Fez mais uma vez. E outra. E outras, até chegar em casa em pleno êxtase!