Desde 2006 servindo algumas lasanhas e muitas abobrinhas.
Marcadores
conto
(36)
abobrinha
(19)
dica
(7)
novela
(7)
crônica
(6)
jogo da verdade
(5)
aventura
(3)
aventuras de fã
(2)
e-mail
(2)
fé bárbara
(2)
férias
(2)
reconto
(2)
video
(2)
Las Chiccas
(1)
artigo
(1)
esmaltes
(1)
foto
(1)
literatura
(1)
memória
(1)
música
(1)
natal
(1)
verão
(1)
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Regina
Sorriu porque não lhe ocorreu outra coisa á fazer. Mas foi um sorriso amarelo como a polpa de uma manga, só que menos úmido. Enquanto isso, Rodrigo pisava em seus sonhos como se fossem folhas secas outonais jogadas pela calçada. Dava pra ouvir até o “trec”.
Mas foi com o rosto coberto de lágrimas que atravessou o bairro à pé, sem se importar se alguém a via, se percebiam. Era-lhe tão óbvio que todos sabiam! Sentia na testa e placa de “Otária”.
Raiva. Era raiva que sentia. De inicio sentiu auto- piedade, mas esta foi substituída por um gosto de sangue.
Seus passos faziam o pavimento se estremecer. Cortava o vento, enfrentando-o sem medo, fronte erguida. Chorava, mas a vista não estava embaçada, muito pelo contrário, nunca havia enxergado tão claramente!
Em casa, não reconheceu o rosto no espelho. Tomou banho frio enquanto ouvia um velho CD que nem mais lembrava de quando havia comprado. Ainda nua, foi à cozinha, pegou a garrafa de vinho tinto que havia sido aberta há um mês e bebeu no gargalo enquanto vestia a sua roupa favorita, a que lhe deixava mais provocante. Acendeu um incenso de rosas vermelha e se maquiou sem pressa, verificando no espelho o resultado. Por fim, decidiu deixar os cabelos soltos.
Em cima de um salto 9 desceu pelas escadas mesmo. Na esquina, entrou num táxi.
-Onde, dona?
- No local mais distante que R$100,00 podem me deixar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Uau!!! Adorei conhecer a Regina! Como todo ser humano, ela comete erros. Mas olha, garota determinada, disposta a mudar. Se já teve alguma placa com o nome "otária" na testa, agora tem mais não! Hehehe!
Bjim.
Nunca podemos ir longe o suficiente para fugir de nós mesmos... Adorei o texto! Beijos, Pri
Nossa. Adorei o texto. Fiquei pensando em quantas vezes ja nao quis fazer isso! *fugir, nao vestir um salto alto e colocar uma roupa provocante - diga-se de passagem!)
rs...
Beijos
Postar um comentário