Passos apressados e rosto ainda queimando. Não sabia se era vergonha, raiva ou uma mistura dos dois. “Esquece, Martina. Até a noite de hoje eu já vou ter esquecido.”
Sentiu de novo uns pingos, mas já estava na frente do prédio onde mora a irmã.
Aquele era um pequeno conjunto habitacional com prédios de três andares, sem guarita. O medo fez com que todos fossem os blocos fossem gradeados, com interfones prá solicitar o acesso.
Aquele era um pequeno conjunto habitacional com prédios de três andares, sem guarita. O medo fez com que todos fossem os blocos fossem gradeados, com interfones prá solicitar o acesso.
303. Quando Martina apertou o botão referente ao apartamento da irmã, não ouviu o barulhinho característico. Mas, nem ligou e esperou. Cerca de um minuto depois, apertou de novo. E mais uma vez após mais um minuto. Olhou prá cima, pras janelas, mesmo sabendo que o apartamento da irmã é voltado pros fundos. Mas queria alguma ajuda. “Ai, meu Deus! Cadê a Marília?” E os pingos ainda caindo do céu. Tentava ao máximo se proteger, enquanto mais uma vez apertava o botão para o apartamento da irmã.
Estava procurando o celular na bolsa quando sentiu alguém se aproximando. Assustada, apertou a bolsa no corpo com os braços e arregalou os olhos.
- Calma, que eu não vou te assaltar. – disse rindo.
O coração quase saiu pela boca. Era o rapaz do açougue.
- Não, não...
“Essa mina ta uma graça de rosto vermelho. Mas é muita sorte essa minha, mesmo.”
- Tá perdida?
- Não... – porque nunca conseguia ordenar os pensamentos quando ficava nervosa?
Porque ela tava nervosa, mesmo?
- Ah! Então você já se achou! – rindo, destrancou o portão e entrou no prédio.
“Esse menino tá tirando onda com minha cara? Ele tá rindo de mim. Nem vou perguntar nada prá esse idiota. Ai! Será que vai chover de novo? Eu queria pelo menos entrar no prédio.”
“Chamo ela prá se proteger da chuva aqui no prédio? E se ela levar a mal meu oferecimento?”
“Vou só chamar Marília uma vez pelo interfone. Se não atender, eu ligo e vou embora. Era prá ela estar em casa!”
- Moça, nem tente que o interfone tá quebrado.
- Quebrado? – com o braço ainda esticado no ar.
- É! Faz já uns dois dias. Porque você não entra e vai diretamente ao apartamento que você quer?
“Pensei que nunca iria oferecer.”
- Ah, tá! Obrigada!
Mal esperou ela entrar, Ramon subiu correndo as escadas. Lembrou que a cozinha ainda estava um caos e a mãe chegaria em poucos minutos. Não desejava naquela semana arranjar confusão em casa.
Enquanto subia as escadas, Martina ouvia o barulho e o eco das passadas de Ramon acima de sua cabeça. Estava a alguns degraus do segundo andar quando viu a porta do 203, logo abaixo da casa da irmã, se fechar ruidosamente.
“Nossa, ele mora aqui! Que coincidência. Marília deve conhecer.”
- Menina, que demora foi essa? Você tá linda! Entrou como no prédio? – falava Marília entre abraços e beijos no rosto da irmã caçula.
- Eu tava lá embaixo apertando o interfone feito uma doida. Ai, apareceu um rapaz e abriu o portão.
-Um rapaz? Que rapaz?
- Ah, um moreninho... Ele entrou no apartamento aqui embaixo.
“Deve ser o Ramon ou o Pablo. Não! A essa hora em casa, é o Ramon.”
- Que chuva, hein? Nem trouxe sombrinha.
- Mas você vê que tá fazendo sol. E nem abafou o calor. Semana passada...
Martina nem prestou mais atenção no que Marília falava, ao olhar prá irmã e constatar o quanto estava acabada. Devia ter o que? 27 anos? Parecia ter uns 10 anos a mais.”
-... de você! – e olhou a irmã.
Vendo Marília lhe encarando, saiu do transe.
- Ãhn?
- Fale de você!
-Ah, eu to bem! Estudando, vendendo minha Avon... Cadê Edgar?
- Daqui a pouco ele chega. Ai, você vai ver o amor de sua vida.
- O que é isso Marília? Ciúmes?
- Que nada! Já estou conformada com esse amor roxo de vocês dois! Olha, ele ainda não sabe da surpresa, não! Então, boca piu!
- Pode deixar!
- É tão bom te ver!
- Eu também acho! Eu também acho!- falou abraçando bem forte a irmã.
(continua...)
6 comentários:
legal essa ideia de iniciar contos excelentes e nao terminar...
nos "obriga" de certa forma a voltarmos ne?
rsrs
bjao
ahh, pq não ecreve tude de uma vez?? saushaushuashuahs
cara, da uma curiosidade ashuashuhas
* oww
gosteeei dos últimoos três posts =)
eu sooh amiga do Guii do "Óbvio Ululante"...chegueei ake através do blog delee
voh tentaar apareceer maiis
=*
meu nome é Aline, eh q sooh tow conseguindo postar como anônimo ¬¬ ''
Agora o jeito é esperar a continuação... :)
Beijos
caraca, tá muito bom!
q angústia, quero saber logo se
rola ou não rola esse affair!!!
^^
aguardando cenas dos próximos capítulos...
beijo!!
Adorei o seu blog. Começar os contos e não terminar, é muito tenso e cria uma curiosidade enorme. :)
Gostei muito da idéia, parabéns!!
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