Em um ensolarado domingo, retornava para casa, quando vi um outdoor anunciando uma aula magna com Ariano Suassuna em Salvador. “Tenho que ir, custe o valor que custar o ingresso!!!” Uma rápida pesquisa pela web e descubro que era apenas para professores, alunos e convidados de uma faculdade particular. Bem, eu não sou professora nem aluna da faculdade... Como poderia me tornar então convidada??? Eu preferia que fosse logo pago e bem caro do que apenas para convidados, que assim pelo menos teria uma chance de poder ir. Eu não acreditava que perderia essa chance...
Mas não perdi! Tanto chorei e me lamentei aos quatro ventos que acabei conseguindo aos 42 minutos do segundo tempo que meu nome entrasse na lista de convidados. Se eu já falava muito sobre o assunto antes de saber que iria, imagina depois! Não tinha outro assunto para mim! Meu disco arranhou no “eu vou ver Ariano Suassuna” que eu não saia disso! Agora, era só esperar o grande momento!
Vocês acreditam que até engraxei pessoalmente meu sapato especialmente para o evento? Pra quem me conhece, sabe que isso é um feito quase que inacreditável! Munida de meu livro- tijolo de quase 800 páginas “(...)A Pedra do Reino(...)” (quem sabe não conseguiria que fosse autografado) e vestindo uma roupa de “ir ver Deus” fui trabalhar para no anoitecer ir pro hotel onde seria a aula magna.
Mas não perdi! Tanto chorei e me lamentei aos quatro ventos que acabei conseguindo aos 42 minutos do segundo tempo que meu nome entrasse na lista de convidados. Se eu já falava muito sobre o assunto antes de saber que iria, imagina depois! Não tinha outro assunto para mim! Meu disco arranhou no “eu vou ver Ariano Suassuna” que eu não saia disso! Agora, era só esperar o grande momento!
Vocês acreditam que até engraxei pessoalmente meu sapato especialmente para o evento? Pra quem me conhece, sabe que isso é um feito quase que inacreditável! Munida de meu livro- tijolo de quase 800 páginas “(...)A Pedra do Reino(...)” (quem sabe não conseguiria que fosse autografado) e vestindo uma roupa de “ir ver Deus” fui trabalhar para no anoitecer ir pro hotel onde seria a aula magna.
Duas horas antes do evento cheguei ao hotel descabelada e suada. Se eu não estivesse bem vestida, o segurança da portaria do hotel (que é caríssimo) seria capaz de me proibir de entrar. Mas também depois de um dia de trabalho e de ter andado até o hotel que fica na orla e àquele horário ventava muito, como poderia ter chegado. Mas nada que uma passadinha no ‘toilet’ (nesses lugares até o som das descargas são em francês) não tivesse resolvido! Me informei onde seria e me posicionei na “ante-sala” estrategicamente em um local onde pudesse a menor chance sair correndo para ocupar a primeira fileira de cadeiras. Fã é não ter muita compostura, mas até que eu tava mantendo a pose!
Quando vi um grupo de pessoas se dirigindo ao andar superior onde seria o evento, fui junto, óbvio! O auditório estava fechado e se ouvia gritos estridentes do ensaio da homenagem ao escritor. Eu achei isso meio inusitado, mas tudo bem! As notícias eram que o auditório, que era chamado de “Salão”, tinha capacidade para 1500 pessoas porém 3500 pessoas se inscreveram... Decidir ficar plantada em frente à porta para quando essa se abrisse, eu pudesse logo entrar. Porém veio uma funcionária que com uma conversa muito mansa, tentava convencer de que descêssemos para esperar na “ante-sala”. Fazer o que? Tive que ir!
Pediram-me que apresentasse o convite. Que convite? Ain... E meu nome não constava na lista de convidados. Senti todos me chamando de “penetra” com o olhar. Ligações e ansiedade. Enquanto isso via as pessoas assinando suas listas e fazendo um fila enooooooorme para poder subir. Vinte minutos depois a lista com meu nome chegou. Esses 20 minutos pareceram 2 horas. Mas felizmente foi diretamente conduzida pelo elevador pra o andar superior e pude, antes de todas as pessoas da fila, entrar no Salão. Só havia umas 10 pessoas, fora quem estava trabalhando no evento. Sentei-me na quarta fila, já que as três primeiras já estavam reservadas.
Quando vi um grupo de pessoas se dirigindo ao andar superior onde seria o evento, fui junto, óbvio! O auditório estava fechado e se ouvia gritos estridentes do ensaio da homenagem ao escritor. Eu achei isso meio inusitado, mas tudo bem! As notícias eram que o auditório, que era chamado de “Salão”, tinha capacidade para 1500 pessoas porém 3500 pessoas se inscreveram... Decidir ficar plantada em frente à porta para quando essa se abrisse, eu pudesse logo entrar. Porém veio uma funcionária que com uma conversa muito mansa, tentava convencer de que descêssemos para esperar na “ante-sala”. Fazer o que? Tive que ir!
Pediram-me que apresentasse o convite. Que convite? Ain... E meu nome não constava na lista de convidados. Senti todos me chamando de “penetra” com o olhar. Ligações e ansiedade. Enquanto isso via as pessoas assinando suas listas e fazendo um fila enooooooorme para poder subir. Vinte minutos depois a lista com meu nome chegou. Esses 20 minutos pareceram 2 horas. Mas felizmente foi diretamente conduzida pelo elevador pra o andar superior e pude, antes de todas as pessoas da fila, entrar no Salão. Só havia umas 10 pessoas, fora quem estava trabalhando no evento. Sentei-me na quarta fila, já que as três primeiras já estavam reservadas.
Já estava respirando tranquilamente quando vejo Ariano Suassuna entrar cercado por uma senhora e três homens engravatados e sentar na primeira fileira. Quase tive um cuti-fiu por causa de um homem de 80 anos de idade! Peguei meu livro e minha Bic e fiquei naquele impasse “vou-ou-não-vou”. Levantei com meu livro na mão e o cara em frente ao escritor fez uma cena de nem venha (eu devia estar com uma cara de psicopata).
- É rapidinho! É só pra pedir um autógrafo no meu livro! – sussurrei-lhe mostrando a capa do livro. O cara concordou e fui tremendo mais que vara verde.
- O senhor poderia me dar o prazer de autografar meu livro? – disse já entregando o livro e a caneta.
- Qual o seu nome?
- Ãhn?! (Sim, eu sou uma idiota.)
- Qual o seu nome?
- Vanessa.
Eu tremia! No fim, com um sorriso de orelha à orelha, agradeci emocionada.
De volta a minha cadeira, enquanto contemplava milhares de vezes meu autógrafo, via pessoas indo falar, abraçar, tirar foto e etc. Autógrafo em livro mesmo, só mais um ou dois. Era um tal de pipocar flash na cara do Suassuna que não tinha fim.
Finalmente começou e com a apresentação de um trecho da peça “Uma mulher vestida de sol”. Ah! Entendi o porquê dos gritos! No fim, a atriz se dirigiu ao escritor e o conduziu à frente do palco. A mesa de honra foi composta, uma professora puxou o grito de guerra da faculdade e de cada curso, a mesa foi desfeita e ufa... começou a aula magna!
Com o humor fino, usando de ironia e demonstrando uma memória impressionante, Suassuna mais uma vez fez a defesa da cultura popular brasileira. Eu, maravilhada, solvia cada exemplo e história contada. Nem me atrevo à tentar reproduzia aqui, pois minha memória não é tão detalhista. Só posso dizer que foi maravilhoso e se puderem, não perca a chance de assistir a uma palestra / aula magna dele. Quando terminou, ficou a sensação que foi muito pouco.
- É rapidinho! É só pra pedir um autógrafo no meu livro! – sussurrei-lhe mostrando a capa do livro. O cara concordou e fui tremendo mais que vara verde.
- O senhor poderia me dar o prazer de autografar meu livro? – disse já entregando o livro e a caneta.
- Qual o seu nome?
- Ãhn?! (Sim, eu sou uma idiota.)
- Qual o seu nome?
- Vanessa.
Eu tremia! No fim, com um sorriso de orelha à orelha, agradeci emocionada.
De volta a minha cadeira, enquanto contemplava milhares de vezes meu autógrafo, via pessoas indo falar, abraçar, tirar foto e etc. Autógrafo em livro mesmo, só mais um ou dois. Era um tal de pipocar flash na cara do Suassuna que não tinha fim.
Finalmente começou e com a apresentação de um trecho da peça “Uma mulher vestida de sol”. Ah! Entendi o porquê dos gritos! No fim, a atriz se dirigiu ao escritor e o conduziu à frente do palco. A mesa de honra foi composta, uma professora puxou o grito de guerra da faculdade e de cada curso, a mesa foi desfeita e ufa... começou a aula magna!
Com o humor fino, usando de ironia e demonstrando uma memória impressionante, Suassuna mais uma vez fez a defesa da cultura popular brasileira. Eu, maravilhada, solvia cada exemplo e história contada. Nem me atrevo à tentar reproduzia aqui, pois minha memória não é tão detalhista. Só posso dizer que foi maravilhoso e se puderem, não perca a chance de assistir a uma palestra / aula magna dele. Quando terminou, ficou a sensação que foi muito pouco.
Continuaram as homenagens: dois estudantes da faculdade tentaram recitar de cor duas poesias do autor, sendo que o primeiro ainda levou a cola e levava uns bons 3 segundos pra se achar e a segunda foi sem cola e esqueceu, recomeçou, esqueceu, Suassuna foi dando as deixas, ela sem captar e por fim o próprio Suassuna acabou terminando de recitar a poesia. A estudante, claro, teve uma crise de choro. Se até eu fiquei morta de vergonha, imagina a própria... Elegantemente, Suassuna tomou o microfone e justificou que sua poesia é realmente difícil, explicou o queria dizer a poesia e disse que a culpa da menina ter feito aquele papelão era dele. Ele é um fofo! Por fim, um professor da faculdade leu uma poesia do autor e recitou por uns 8 minutos outra dele próprio. Finalmente entregaram uma placa ao escritor e o evento estava encerrado.
Ain... quero de novo!
Ain... quero de novo!
7 comentários:
Pra quem queria ir pagando o olho da cara até que foi bom pra você rs...
ps. nunca tinah ouvido falar dele rs..
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
que inveja branca de você!!!!!
eu também quero que ele autografe os meus livros!!!
=/
putz, é muito show quando a gente encontra alguem que idolatramos!
Noooh hehehehehe. É sempre muito bom quando a gente encontra quem admira. Sábado foi assim comigo. COm uma banda que eu gosto demais. Os caras muito humildes, mas e a minha vergonha??? Sem comentários hehehe
mas no fim ganhei uma paleta! hehehehe
bjo!
muáhuá, sabe, amor de fã não se explica mesmo! hahahaha eu por exemplo não faria td isso pelo Suassuna (pq nunca li obra alguma dele XD) mas se fosse uma Martha Medeiros, Clarice Lispector ou Renato Russo da vida, eu teria me descabelado hahahahaha
bom, parabéns então, fico muito feliz por vc ter conseguido!!
beijos e mais beijos!
Muito boa sua descrição, teve uma hora que eu pensei q vc não iria entrar... mas ainda bem deu tudo certo.
Aqui na Pb teve uma homengem a ele, eu tive o prazer tbm de ir, muito simpatico neh?
Adorei!!
=]
como é bom poder ter contato com pessoas que nos inspiram, né? nem precisa ser necessariamente famoso, ou ter grandes obras!
imagino tua emoção!
abraço!
Postar um comentário