Não era a toa que seu nome era Clara, dizia. Gostava das coisas "as claras". E a rua, em plena duas horas da tarde, sem barulho de cães latindo, buzinas ou crianças brincando era muito, muito estranho. Quis sair para ver o que acontecia, mas não! Podia ser perigoso! Melhor nem passar perto das janelas!
Essa expectativa era opressiva! Não saber o que acontecia era pior do que está vivendo uma situação ruim. Isso era desesperador!
Um som de carro. Quem deve ser? Passou, foi embora. Pelo menos era o que o som indicava. Sentada no sofá, televisão desligada pra não chamar atenção que ali havia uma pessoa, pensou em tirar a bateria do relógio de parede pois seu tic-tac sempre tão imperceptível se tornara ensurrecedor. Mas estava paralisada!
Clara pensou em inúmeros desgraças que poderiam estar ocorrendo. E quanto mais pensava, mais sua garganta travava! Sentada no sofá, sozinha, com medo de passar perto da janela, com medo de sequer se movimentar pela casa, Clara conseguia ouvir o barulho de seu coração acelerado. Se ao menos soubesse o que estava acontecendo, porque deveria estar ocorrendo algo muito sério para a rua estar silenciosa daquele jeito. Gostava das coisas às claras, mas Clara estava no escuro.
Já anoitecia e Clara imóvel no sofá, pensando no que poderia estar ocorrendo. Acender a luz era impensável, apesar de peceber que vinha luz do lado de fora vindo dos postes de luz e até poderia ser de outras casas. Mas nunca se sabe!
A bexiga cheia, fome, sede. Já era alta noite e Clara com os olhos rasos de lágrimas imóvel no sofá, na penubra da luz que vinha das janelas. O que está ocorrendo lá fora? O que? Sua mente conseguia a cada momento criar situações piores do que poderia estar ocorrendo lá fora. Medo! E o coração que continuava acelerado!
Desejou sair daquele sofá, mas seu corpo estava paralisado. Lágrimas rolavam por sua face. O desejo de ir ao banheiro já estava insuportável, mas Clara não tinha coragem de se mexer.
Fez um esforço fenomenal e se levantou temerosamente do sofá. Ensaiou dar o primeiro passo em direção ao banheiro. Se sentia no meio de um campo de batalha e cada passo tinha que ser muito bem calculado. Vagarosamente foi caminhando, no escuro, ao banheiro. Planejava não dar descarga para chamar o mínimo de atenção. O silêncio lá fora era maior. E assim passo a passo conquistava o caminha até o banheiro. Sua respiração estava um pouco menos ofegante. Estava quase lá, à dois passos de entrar no banheiro até que ouviu um grito:"GOOOOOOOOOOOOOOOOL!"
O mundo começou a girar, o coração ia arrebentar seu peito, uma vontade de fugir, de gritar, mas a boca e as pernas paralisaram. Tudo ia girando, girando, girando, o coração batendo cada vez mais alto, um zumbido no ouvido...
Caiu desacordada.
11 comentários:
Coitada da Clara.... q desenvoltura no texto, parabens!!!
Nossa...
A Clara é tão medrosa assim :?
auhahu
muito bom
está de parabêns o seu blog
tchau
muito legal o texto...
e valew por passar no meu blog!
te+...
putz, tadinha da Clara!!
gostei do blog! vou voltar mais vezes ;)
A Clara tinha síndrome de pânico?
Hehehe!!
:)
nossa! do que Clara tinha medo???
Interessante o texto, pobrezinha...
hehe
mas mto bom :D
Hum...interessante o seu blog também...heheh
Legal teus textos...
=]]
tadinha da Clara!!!!! mas amei o texto!
estou mais dois blogs!!
www.meuirmaomeuamigo.blogspot.com
www.textosolto.zip.net
hauahauahauhauahauhua
que menina paranóica essa Clara! hahahaha
Nháá adorei o texto! Nunca pensei que era só um jogo de futebol...muito bom mesmo!
beijo
acho que a Clara não gostou da última vitória do Flamengo!
hehehehehehe
Bjs
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