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sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Os olhos


Os olhos... Nunca poderia me esquecer daqueles olhos...
Verdes em ambientes fechados e dias de chuva, azuis em dias ensolarados. Olhos fundos, cílios compridos, mas não o suficiente para que fossem afeminados. Porém mais que a cor e o formato, o que nunca esquecerei é a força de seu olhar. Nunca desviava o olhar, passava horas conversando com os olhos fixos naquela imensidão verde-azulada. E nessa imensidão me perdia, me afogava, me achava, me salvava. Eram esses olhos, esse olhar que me conduziam a lugares aparentemente tão distantes, decifrava mistérios seculares...
Quando ria, os olhos ficavam vermelhos e rasos de lágrimas. Era como se chorasse. Contradizia toda a expressão facial de franca risada.
Por onde estão aqueles olhos? O que andam testemunhando? Há quatro anos que meus olhos procuram esses olhos que hora estavam verdes, hora estavam azuis.

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